Rota no Uruguai une vinho e gastronomia no mesmo passeio

Roteiro passa por Montevidéu, Canelones, Maldonado e Colônia

O Uruguai vem se popularizado como destino de viagem e atraído cada vez mais turistas brasileiros nos últimos anos. E os números comprovam isto. No ano passado, quase milhão de conterrâneos viajaram para o país vizinho, ficando atrás apenas dos argentinos.

E motivos é o que não faltam. Além da segurança –país é um dos mais seguros do mundo– a boa gastronomia, excelentes vinhos e praias badaladas estão entre as principais razões dos brasileiros escolherem o Uruguai como destino.

Praça da Independência com o Palácio Salvo (ao fundo) e a estátua de Jose Artigas, herói independência do Uruguai
Créditos: vale_t/iStock
Praça da Independência com o Palácio Salvo (ao fundo) e a estátua de Jose Artigas, herói independência do Uruguai

Outro fator que facilita a vida dos turistas brasileiros no país vizinho é que muitos estabelecimentos comerciais aceitam o real como moeda, em especial na capital Montevidéu.

Mas é no enoturismo que o Uruguai vem apostando suas fichas para atrair novos visitantes. Uma das iniciativas é o “Los Caminos del Vino”, que apesar de ter surgido em 2005, com objetivo de unificar e consolidar o mercado de turismo de vinho no país, está de olhos nos brasileiros.

Alto de la Balena, em Maldonado, é uma das bodegas que integram Los Caminos del Vino
Créditos: Divulgação
Alto de la Balena, em Maldonado, é uma das bodegas que integram Los Caminos del Vino

Integram a rota 21 bodegas (como são chamadas as vinícolas no Uruguai) –de pequenos empreendimentos familiares, com produção artesanal, a modernas vinícolas que empregam alta tecnologia, cada uma com um charme próprio. Elas oferecem tours guiados com direito degustação, almoços ou jantares harmonizados. Há opções para todos os bolsos e gostos.

Por conta das curtas distâncias, muitos turistas optam por se hospedar na capital uruguaia e visitar as bodegas durante o dia.

Além da visita guiada, as bodegas participantes do Caminos del Vino também oferecem degustação de vinhos sempre harmonizadas com iguarias locais
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Além da visita guiada, as bodegas participantes do Caminos del Vino também oferecem degustação de vinhos sempre harmonizadas com iguarias locais

A maioria das vinícolas do rota estão localizadas nos arredores de Montevidéu, Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera. Juntas, elas responsáveis por 80% da produção de vinhos do país, especialmente os elaborados a partir da cepa tannat.

Patrimônio nacional

Apesar de ser originária do sul da França, foi no Uruguai que a tannat ganhou fama e reconhecimento mundial. A fruta, chegou ao país no início do século 19, é considerada um patrimônio nacional pelos uruguaios.

A Carrau está entre as bodegas mais premiadas do Uruguai por conta de seus vinhos de alta qualidade
Créditos: Márcio Diniz | Catraca Livre
A Carrau está entre as bodegas mais premiadas do Uruguai por conta de seus vinhos de alta qualidade

O clima temperado e umidade proveniente do oceano Atlântico e dos rios Uruguai e da Prata fazem do “terroir” (terra, em português”) uruguaio único no mundo para a plantação da tannat. Junte isso à superstição que a região de fica justamente entre os paralelos 30 e 35 sul, que passa por importantes regiões produtoras de bons vinhos como Argentina, Chile, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

A uva tannat também é rica em resveratrol, um polifenol que age como anti-oxidante e como redutor do mal colesterol, além de outros benefícios à saúde.

Outro fator que torna o vinho uruguaio especial é o respeito pela natureza. De acordo com este princípio, o Uruguai oferece um dos ambientes mais puros para produção da bebida, segundo ranking da Universidade de Yale, nos EUA

Sabor único

Rótulos da bodega Viñedo de Los Vientos, no Departamento de Canelones
Créditos: Márcio Diniz | Catraca Livre
Rótulos da bodega Viñedo de Los Vientos, no Departamento de Canelones

A Catraca Livre visitou recentemente o Uruguai e conheceu 11 das 20 bodegas que integram os Los Caminos del Vino. Foi uma maratona regada a excelentes vinhos com o melhor da típica gastronomia uruguaia.

Em cada bodega visitada a sensação é de estarmos em família. É visível o prazer que cada um dos cicerones têm em receber os turistas, indecentemente do tamanho do empreendimento.

Vista aérea da bodega Juanicó, que elabora a reconhecida marca de vinhos Don Pascual
Créditos: Divulgação
Vista aérea da bodega Juanicó, que elabora a reconhecida marca de vinhos Don Pascual

É uma experiência única. Não só pelos vinhos degustados –que apesar de serem elaborados da mesma cepa, têm sabores únicos–, mas também pela acolhida e as belas paisagens em que estão fincadas os estabelecimentos.

É possível conhecer duas vinícolas ou até mais no mesmo dia, mas o ideal é reservar tempo para curtir o passeio com tranquilidade.  As degustações custam entre US$ 35 e US$ 120 por pessoa. O preço varia de acordo com o tour escolhido.

Todos os vinhos produzidos na Pizzorno
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Todos os vinhos produzidos na Pizzorno

No site da Associação Caminhos do Vinho há informações sobre os tours em todas as vinícolas que integram a rota. Também é possível fazer reservas. uruguaywinetours.com.

*O jornalista viajou à convite da associação Los Caminos del Vino