Roteiro para conhecer os melhores alambiques de Paraty (RJ)
A cidade histórica no litoral do Rio de Janeiro produz algumas das melhores cachaças do país
Localizada em uma das regiões mais bonitas do litoral fluminense, Paraty tem muito a oferecer aos viajantes, além de praias, gastronomia e uma vida cultural agitada. A cidade também é um dos berços da cachaça no Brasil.
Tanto é, que Paraty possui inúmeros alambiques e produz algumas das melhores aguardentes do país.
Pouca gente sabe, mas a cachaça mais cult de Paraty é feita por uma mulher, mãe de seis filhas e que só anda descalça.
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A paratiense Maria Izabel, alma feminina da aguardente que leva seu nome, está presente nas cachaçarias e nas caipirinhas dos bares da cidade histórica.
Ao saber que a Maria Izabel do rótulo existe, muitos visitantes se interessam em conhecer seu alambique, em um sítio à beira-mar, nos arredores da cidade.
“Não sou pé frio!”, costuma brincar Maria Izabel justificando o costume de andar sem sapatos, quer chova ou faça sol. Ainda menina, ela conta que atirou longe os sapatos e se sente melhor pisando na terra.
Maria Izabel recebe os visitantes sentada num banquinho, entre os barris onde armazena a bebida por no mínimo um ano.
Depois vai servindo meio dedinho de dose, com um dedo de prosa, em uma degustação didática e bem-humorada.
#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel, respeitar o distanciamento social e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado?
Durante o “tour”, o visitante aprende, por exemplo, que a cachaça branca, guardada em barris de jequitibá, é a melhor para caipirinhas porque o sabor não briga com o sabor da fruta. Já a envelhecida em carvalho, de tom amarelo-ouro, é para ser apreciada pura.
Pelo universo das cachaças de Paraty
Passear pelo universo das cachaças de Paraty é uma maneira divertida de saber mais sobre a bebida, que se mistura à história da cidade.
No alambique da Coqueiro o tour guiado pelos proprietários conta a história da família que produz cachaça desde 1803. A visita leva aos tonéis de envelhecimento, com degustação Premium, produção de drinques e de um blend feito pelo próprio visitante.
No Engenho D’Ouro, no bairro da Pedra Branca, pode-se unir o útil ao agradável. O alambique fica perto da cachoeira do Tobogã e do Poço do Tarzan, que fazem parte do roteiro Terra e Mar, da agência Néctar Experience, que trabalha em parceria com a Pousada do Sandi.
“Existem várias jornadas dentro do destino Paraty, por isso, nos propomos a oferecer as melhores experiências na cidade”, diz Sandi Adamiu, proprietário e administrador da pousada, que acaba de lançar o site e app Paratizando, com dicas de Paraty e arredores.
No alambique da Paratiana, um dos mais belos e bem estruturados da região, os visitantes podem conhecer também o Museu da Cachaça, com diversas curiosidades sobre a bebida brasileira.
O roteiro abrange ainda um city tour, com degustação de aguardentes de diversos alambiques, em pleno Centro Histórico, onde se concentram excelentes cachaçarias para explorar os sabores de Paraty.
Onde ficar em Paraty
Ampliar o conceito de hospedagem para oferecer uma experiência única em Paraty é a proposta da Pousada do Sandi.
Ícone da cidade histórica, a primeira pousada de luxo de Paraty, no coração do Centro Histórico, oferece condições especiais durante o Festival Gastronômico, que acontece de 5 a 7 de novembro.
O casarão do século 18 que abriga a Pousada do Sandi já foi a Casa da Moeda, durante o ciclo do ouro, e a primeira escola de Paraty.
A construção colonial estava abandonada, em meados dos anos 80, quando o empresário Alexandre Adamiu se apaixonou por sua esposa, Sandra Foz, e pela cidade que ela amava.
Empresário do ramo de cinema e presidente da Paris Filmes, Alexandre era também um visionário. Conta-se que foi em uma noite alegre, entre amigos, pelos bares da cidade, que ele decidiu arrematar o casarão, que reúne um conjunto de seis casarões, em uma esquina, no coração do Centro Histórico.
Depois de uma longa reforma, ele presenteou Sandra com a Pousada do Sandi, perto de 1990. A pousada foi batizada em homenagem ao filho único do casal.
A Pousada do Sandi já nasceu como uma estrela. Alexandre teve ainda a ideia incluir um anúncio da pousada nas fitas VHS distribuídas pela Paris Filmes. Foi um sucesso. O empreendimento logo se tornou uma referência no imaginário dos brasileiros.
Há dez anos, o próprio Sandi e sua mãe, Sandra, assumiram a administração da pousada, conservando a tradição do bem receber e a vontade de inovar e se renovar, sempre.