Saiba o que fazer em Porto de Galinhas
Localizado ao sul do Recife, o município de Ipojuca ganhou fama mundial com um antigo vilarejo de pescadores que, para burlar a proibição do comércio escravo, no final do século 19, recebia escravos escondidos sob engradados de galinhas d’Angola.
“Tem galinha nova no porto”, era a senha para avisar os locais da chegada de nova carga humana.
Hoje em dia, Porto de Galinhas é destino de brasileiros (e de uma onda de argentinos que descobriram a região, recentemente), em busca de passeios de jangadas rústicas em piscinas naturais, navegações até mangues de tons de águas cristalinas, esportes náuticos em praias mais afastadas do centro, e até um concorrido projeto de preservação de cavalos-marinhos.
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Não tem como escapar. O passeio de jangada até as piscinas naturais do centro da cidade é daqueles clichês que a gente não pode deixar de fazer.
Os ingressos podem ser comprados em um quiosque que fica em frente à entrada da praia e incluem uma rápida travessia de cinco minutos até as piscinas naturais que se formam, na maré baixa.
O roteiro, com paradas para banho, dura 45 minutos, aproximadamente.
Outro clássico de Porto de Galinhas é o Ponta a Ponta, um roteiro de bugue com duração de quatro horas, passando por cinco praias da região, nos litorais sul e norte.
Com capacidade para até quatro passageiros, o bugue roda 22 quilômetros e passa por endereços como Muro Alto, Porto de Galinhas e Maracaípe.
Desde 2002, bugueiros estão proibidos de circular nas praias locais, por conta da desova de tartarugas. Por esse motivo, os passeios costumam ser por estradas paralelas às praias.
“Facilita para o turista porque não tem mais 200 bugues circulando na praia, entre os banhistas. Passeio de jangada depende de maré; o de bugue, não”, compara o bugueiro Wellington. Atualmente, 302 bugueiros credenciados atuam em Porto de Galinhas.
E por falar em praia, para mares de águas com talento de piscina, sua parada seguinte é em Muro Alto.
Protegida por uma sequência de três quilômetros de recifes, essa faixa de areia tem águas calmas, onde é possível fazer aulas e praticar caiaque e Stand Up Paddle.
Ao norte de Porto de Galinhas fica a Praia da Camboa.
A nove quilômetros do centro e menos explorada, costuma ser frequentada por locais, onde a faixa de areia extensa vê o mar se encontrar com o rio Camboa.
Só para ter uma ideia do isolamento, a primeira (e única) barraca de apoio para turistas foi aberta, há menos de um ano, e seu acesso por estrada de areia fofa não tem sinalização.
No litoral sul, Pontal de Maracaípe é a versão relaxada de Maracaípe, bairro vizinho a Porto de Galinhas. É ali que acontecem os passeios de jangada pelos mangues da região, no encontro de um braço de mar com rio Maracaípe.
Em dias de sol, os tons azulados das águas costumam ser exagerados e convidam para banhos em águas calmas e cristalinas, em meio ao mangue.
Turismo ambiental
Para dar um tempo do sol ou em dias nubladas, dois projetos ambientais, em Porto de Galinhas, merecem visita (mais pelo apoio à causa do que pelas instalações simples).
A Eco Associados é uma ONG que mantém um museu, dedicado à preservação de tartarugas-de-pente, que costumam desovar, entre Muro Alto e Ponta de Maracaípe, de outubro a maio, com pico entre janeiro e março.
Os biólogos da organização costumam avisar por redes sociais quando há abertura de ninhos, uma atividade que pode ser acompanhada também pelos banhistas. Segundo a bióloga Vivian Chimendes, foram 170 ninhos e 10 mil filhotes, em 2016.
Mas o projeto mais procurado na cidade é o Hippocampus, dedicados à conservação e reprodução de cavalos-marinhos.
Em funcionamento há 17 anos, a atração conta com 36 aquários, que abrigam também peixes e crustáceos. É dali que saem os filhotes de cavalos-marinhos que são enviados para o mangue do Pontal do Maracaípe.