Salas VIP de aeroportos que viraram destino turístico

A experiência de viajar tem se transformado nos últimos anos. O que antes era centrado no destino final agora inclui o próprio trajeto como parte da jornada. Nesse contexto, as salas VIP de aeroportos passaram a ocupar um novo papel: o de atrações turísticas.

Com serviços que vão além do conforto básico, esses espaços oferecem experiências que incluem gastronomia de alto nível, bem-estar e até atividades de lazer, tornando-se paradas estratégicas para quem busca aproveitar cada momento da viagem.

As salas VIP deixaram de ser exclusivas para passageiros da primeira classe ou executiva. Hoje, programas como Priority Pass, LoungeKey e Dragon Pass democratizaram o acesso, permitindo que mais viajantes desfrutem desses ambientes mediante associação ou pagamento avulso. Com isso, os lounges passaram a ser vistos não apenas como locais de espera, mas como parte ativa do roteiro.

Essa mudança de percepção tem levado aeroportos a investir em infraestrutura e serviços que rivalizam com atrações urbanas. Em vez de apenas descansar antes do embarque, o passageiro pode nadar, escalar, degustar pratos assinados por chefs renomados ou relaxar em spas. A lógica é simples: transformar o tempo de conexão em uma experiência memorável.

Salas VIP de aeroporto que viraram destino turístico

Changi e Punta Cana lideram a transformação

O Aeroporto de Changi, em Singapura, é um dos principais exemplos dessa tendência. Eleito o Melhor Aeroporto do Mundo em 2025 pelo World Airport Awards, Changi oferece aos visitantes jardins temáticos, piscina e até uma parede de escalada indoor. O terminal se assemelha mais a um parque urbano do que a um centro de transporte, e seus lounges seguem o mesmo padrão. O objetivo é claro: fazer com que o tempo no aeroporto seja tão atrativo quanto o destino final.

Outro caso emblemático é o VIP Lounge de Punta Cana, na República Dominicana. Com piscina ao ar livre e coquetéis servidos à beira d’água, o espaço lembra um resort caribenho. A proposta é permitir que o turista comece a relaxar antes mesmo de embarcar. Essa abordagem tem atraído viajantes que preferem investir em experiências acessíveis dentro do aeroporto, em vez de gastar em restaurantes ou atrações externas.

Esses exemplos mostram como os lounges estão se reinventando. Não se trata apenas de oferecer poltronas confortáveis e wi-fi, mas de criar ambientes que proporcionem lazer, cultura e bem-estar. Em muitos casos, o passageiro opta por chegar horas antes do voo para aproveitar tudo o que o lounge tem a oferecer.

Gastronomia e cultura como atrativos principais

A gastronomia é um dos pilares dessa nova proposta. No Plaza Premium Lounge, em Londres, os menus são assinados por chefs com estrelas Michelin. Os pratos sofisticados e os vinhos selecionados oferecem uma amostra da alta culinária britânica sem que o viajante precise sair do terminal. Essa curadoria gastronômica transforma o lounge em uma alternativa viável a restaurantes de luxo da cidade.

Em Bali, o Concordia Lounge aposta na valorização da cultura local. O ambiente acolhedor e os pratos tradicionais indonésios criam uma experiência imersiva que conecta o passageiro ao destino antes mesmo do embarque. Já em Dubai, o Primeclass Lounge combina decoração inspirada nos Emirados Árabes com pratos refinados, oferecendo uma experiência sensorial completa.

Essas iniciativas mostram que os lounges estão se tornando vitrines culturais. Ao incluir elementos locais na decoração, na gastronomia e nos serviços, os aeroportos conseguem oferecer uma prévia do destino, enriquecendo a experiência do viajante. Para quem tem pouco tempo ou está em conexão, essa pode ser a única oportunidade de vivenciar aspectos culturais da região.

O futuro dos lounges como parte do turismo

A tendência de transformar salas VIP em destinos turísticos deve se intensificar nos próximos anos. Com o crescimento do turismo de experiência e a valorização do tempo de viagem, aeroportos estão investindo cada vez mais em infraestrutura e serviços diferenciados. A ideia é que o terminal deixe de ser um espaço de espera e passe a integrar o roteiro do viajante.

Há salas VIP que oferecem serviços como spa, barbearia, manicure, salas de reunião, brinquedoteca e até degustação de champanhes. Esses espaços atendem não apenas às necessidades básicas, mas também aos desejos de quem busca conforto, exclusividade e entretenimento. Em alguns casos, o lounge se torna mais atrativo do que o próprio voo.

A transformação das salas VIP em destinos turísticos é um reflexo das mudanças no comportamento do viajante moderno. Mais do que chegar ao destino, ele quer aproveitar cada etapa do percurso. E os aeroportos, antes vistos como locais de trânsito, agora se posicionam como pontos de experiência.