Salões subterrâneos revelam o outro lado das belezas de Minas

15/10/2017 13:00

Não é preciso ser um especialista em arqueologia ou espeleologia para desvendar segredos e belezas, escondidos sob a terra em Minas Gerais. Nem mesmo um turista ao melhor estilo “caçador de tesouros”.

Segundo dados do Cecav (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas), vinculado ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), há 6.303 cavidades registradas em Minas Gerais, incluindo grutas, cavernas, abrigos e lapas.

Interior da Gruta de Maquiné, em Minas Gerais, considerada o berço da paleontologia brasileira
Interior da Gruta de Maquiné, em Minas Gerais, considerada o berço da paleontologia brasileira

Nem todas as grutas têm potencial para visitação turística, seja pela sua localização e dificuldade de acesso, seja pelas suas características espeleológicas que podem demandar um isolamento, ou ainda pela falta de segurança devido às condições naturais.

Mas em 11 unidades de conservação estaduais, sob gestão do IEF (Instituto Estadual de Florestas), há grutas abertas à visitação, sendo as principais no Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, Monumento Natural Estadual Peter Lund, Parque Estadual do Sumidouro e no Parque Estadual Lapa Grande.

Interior da gruta da Lapinha
Interior da gruta da Lapinha

O MN Peter Lund, localizado no município de Cordisburgo, é o que recebe mais visitantes. Principal atrativo do monumento natural, a Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira. Possui sete salões com belíssimas formas arquitetônicas, esculpidas pelo trabalho da água durante milênios, que encantam e instigam a imaginação dos visitantes. Abrigam, ao longo de 650 metros, belas esculturas naturais e estalactites de diversas formas no teto da caverna.

No ranking da visitação, em seguida encontra-se o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, com registro de 33.470 visitantes. No local está a Gruta da Lapinha, descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund.

Interior da gruta Rei do Mato
Interior da gruta Rei do Mato

Lapinha abriga nos 511 metros de extensão oito salões que podem ser visitados e recebem nomes relacionados às características das formações rochosas, encontradas em diferentes partes da gruta.

O terceiro monumento mais visitado é a Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, que registrou a entrada de 18.728 visitantes. Impressiona pela sua dimensão de 998 metros de extensão, onde são encontradas estalactites e estalagmites raras em todo o mundo.

A Rei do Mato é considerada por especialistas uma gruta “viva”, já que está em contínuo processo de formação, devido à ação da água. Na Grutinha, que fica ao lado da Rei do Mato, existem pinturas rupestres, feitas com sangue e gordura vegetal, que datam de 6 mil anos.

A gruta da Lapinha foi descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund
A gruta da Lapinha foi descoberta por volta de 1835 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund

Cuidados necessários

Para apreciar tanta beleza é preciso estar ciente dos cuidados que devem ser tomados. As formações rochosas não podem ser tocadas, pois, uma vez interrompido o seu processo de formação, serão necessários milhões de anos para nova formação.

É indicado o uso vestuário confortável e calçados fechados. As visitas devem ser feitas com o acompanhamento de um guia para evitar possíveis acidentes e proporcionar uma maior compreensão sobre os atrativos e preservação. Alimentos, por exemplo, também não são permitidos no interior das grutas.

Com informações da Agência Minas