São Lourenço é paraíso das águas com propriedades curativas

Cidade no Circuitos das Águas, no sul de Minas, é conhecida pelo turismo afetivo e suas águas com propriedades medicinais e terapêuticas

22/03/2024 08:00

A estância hidromineral de São Lourenço, no sul de Minas Gerais, encanta os visitantes por seus atrativos, hospitalidade e por suas águas mineralizadas com propriedades terapêuticas. 

Aliás, a cidade encravada na Serra da Mantiqueira surgiu por conta da centenária água mineral São Lourenço, que é gaseificada naturalmente e considerada uma das melhores do mundo. Sua logo é uma marca do munícipio. 

Vista do Parque das Águas, uma das atrações de São Lourenço, no sul de Minas
Vista do Parque das Águas, uma das atrações de São Lourenço, no sul de Minas - Divulgação

Mas antes de falarmos dos atrativos de São Lourenço é preciso voltar na história, em meados do século 19. A nascente de água naturalmente gasosa e cristalina, à qual foram atribuídos diversos poderes de cura, foi descoberta em 1826.

No entanto, somente em 1890 é que foi fundada a Companhia das Águas São Lourenço. O nome foi uma homenagem ao pai dos proprietários à época, o tenente-coronel Lourenço Xavier da Veiga.

O portal turístico que dá acesso à cidade de São Lourenço, no Circuito das Águas
O portal turístico que dá acesso à cidade de São Lourenço, no Circuito das Águas - Márcio Diniz/Catraca Livre

A primeira fonte a ter suas águas captadas, em 1892, foi a Oriente. Três anos depois a empresa foi vendida para os empresário Afonso Noronha França e José Joaquim da Nova, que construíram o prédio onde era engarrafada a água, depósitos, oficias e uma ‘casa de banhos’.

Em 192o, a empresa passa para às mãos da carioca Vieira Mattos & Cia, que ampliou a capacidade de produção. Cinco anos depois, a companhia passa a se chamar Sociedade Anônima Empresa de Águas São Lourenço e ao longo das décadas foi mudado de administrações, como a gigante suíça Nestlé. 

Fábrica da São Lourenço, considerada uma das melhores águas do mundo
Fábrica da São Lourenço, considerada uma das melhores águas do mundo - Márcio Diniz/Catraca Livre

Hoje, a São Lourenço integra o portfólio de marcas da Minalba Brasil, uma das empresas da holding cearense Grupo Edson Queiroz (GEQ), que também é dona Esmaltec (eletrodomésticos), Nacional Gás e do Sistema Verdes Mares de Comunicação (jornal, TV e rádio).

Processo de envase da água São Lourenço, uma das poucas no mundo gaseificada naturalmente
Processo de envase da água São Lourenço, uma das poucas no mundo gaseificada naturalmente - Márcio Diniz/Catraca Livre

Além da São Lourenço, a Minalba Brasil tem outras marcas, como a Indaiá (água e refrigerantes), Petrópolis (água) e Nestlé Pureza Vital (água). E também a exclusividade na distribuição e comercialização das italianas S. Pellegrino e Acqua Panna e da francesa Pierrier.

Foi somente em 1927 que São Lourenço foi elevada à categoria de cidade. O terreno onde antes funcionava as antigas instalações da fábrica foi transformado em parque. A nova planta, maior e mais moderna, fica bem ao lado.

Interior da fábrica da São Lourenço, uma das marcas mais antigas do Brasil
Interior da fábrica da São Lourenço, uma das marcas mais antigas do Brasil - Márcio Diniz/Catraca Livre

Parque das Águas, o cartão-postal de São Lourenço

O Parque das Águas é o cartão-postal e o lugar mais visitados pelos turistas em São Lourenço. Ao seu redor, encontram-se a maioria dos hotéis e restaurantes da cidade.

O parque está instalado em um espaço de 430 mil m² de Mata Atlântica preservada, que abriga diversas espécies da fauna e flora –são 150 tipos de pássaros e 158 arbóreas.

Com jardins bem cuidados, o parque tem um grande lago onde é possível fazer passeios de pedalinho, barco e caiaque.

O belo lago do Parque das Águas, principal atração de São Lourenço
O belo lago do Parque das Águas, principal atração de São Lourenço - Márcio Diniz/Catraca Livre

Além disso, o local oferece ainda tirolesa, campos de futebol e rúgbi, mini-golfe, quadras de bocha, restaurante, cafés, lojas de artesanatos, souvenires, jardim japonês e até um espaço para casamentos e apresentações musicais, chamado “Catedral de Bambu”.

Mas são as fontes de águas minerais e o Balneário as verdadeiras estrelas do Parque das Águas. São nove fontes no total, cada uma com propriedades terapêuticas e medicinais distintas.

Parque conta com nove fontes de águas minerais
Parque conta com nove fontes de águas minerais - Márcio Diniz/Catraca Livre

 

A primeira fonte de água, a Oriente, foi construída em 1892, mesmo ano da construção da ermida Bom Jesus do Monte, edificação mais antiga do complexo. 

Já o balneário surgiu em 1935. Todas as fontes são de água mineral gasosa –em intensidades diferentes– e algumas não têm gosto agradável.

As fontes do parque são classificadas em seis tipos: sulfurosa, alcalina, magnesiana, carbogasosa, ferruginosa e gasosa natural.

As águas com propriedades medicinais são fruto de fatores geológicos regionais, o que confere a cada uma delas uma composição química específica, e, portanto, com qualidades medicinais com indicações para tratamentos diversos, como anemia, processos alérgicos, distúrbios renais, digestivos, entre outras enfermidades.

A fonte mais famosa do parque é Vichy, que leva esse nome por conta da sua água que só é encontrada em São Lourenço e na cidade de Vichy, na região de Auvergne, na França. É utilizada para tratamentos estéticos. Por isso é chamada de “a fonte da beleza”. 

Interior da fonte Vichy, uma das duas únicas no mundo; a segunda fica na França
Interior da fonte Vichy, uma das duas únicas no mundo; a segunda fica na França - Beatriz Ces

As outras fontes do parque são: Jayme Sotto Maior (sulfurosa), José Carlos de Andrade (carbogasosa), Primavera (ferruginosa), Oriental (gasosa natural), Ferruginosa, Alcalina, e a Sufurosa 2 e a Andrade Figueira (magnesiana).

Para quem visita o parque pela primeira vez, uma dica importante:  com exceção da água da fonte Oriental, as demais não se deve abusar, pois pode causar desconforto estomacal e até mesmo diarreia. Beba apenas um pequeno gole de cada para sentir as diferenças entre elas.

Placas explicam a composição das águas
Placas explicam a composição das águas - Márcio Diniz/Catraca Livre

O complexo do Parque das Águas é divido em três –Parque Novo, Central e Amor– abre todos os dias, das 8h às 17h20. Os ingressos custam R$ 6, (moradores) e R$ 20 (turistas).

Balneário

A cereja do bolo do Parque das Águas é o Balneário. Instalado num prédio art déco, assim como as edificações das fontes Vichy, Andrade Figueira e Alcalina, o imponente espaço funciona como um Spa.

Fachada do Centro Hidroterápico que funciona dentro do Parque das Águas
Fachada do Centro Hidroterápico que funciona dentro do Parque das Águas - Márcio Diniz/Catraca Livre

O Balneário oferece uma ampla gama de terapias, como banhos terapêuticos (ofurô e imersões), tratamentos faciais, saunas e mais de 20 tipos de massagens –drenagem linfática, fangoterapia, bamboo terapia, shiatsu, entre outras.

Centro Hidroterápico, como também é chamado o espaço, atrai turistas de diversas partes do Brasil. Os banhos aromáticos, em que você escolhe um óleo essencial, são os mais buscados. Eles duram 20 minutos e podem ser combinados com uma massagem, assim como o ofurô.

Para os banhos e ofurôs não é necessário fazer reserva, eles são feitos por ordem de chegada. Já para fazer as massagens é preciso agendar horário.

Os preços também são bem acessíveis e mais em conta do que se imagina. Os banhos custam entre R$ 45 (espuma) a R$ 60 (aromáticos mix). Já as terapias nos ofurôs tem preços a partir de R$ 80 e as massagens variam de R$ 117 até R$ 198.

Área privativa dos banhos aromáticos
Área privativa dos banhos aromáticos - Divulgação

O Balneário abre de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h e das 13h30 às 17h. Para acessar, é preciso pagar o ingresso de entrada no parque.

*O jornalista vijaou a convite da Minalba Brasil