São Lourenço é paraíso das águas com propriedades curativas

Cidade no Circuitos das Águas, no sul de Minas, é conhecida pelo turismo afetivo e suas águas com propriedades medicinais e terapêuticas

A estância hidromineral de São Lourenço, no sul de Minas Gerais, encanta os visitantes por seus atrativos, hospitalidade e por suas águas mineralizadas com propriedades terapêuticas. 

Aliás, a cidade encravada na Serra da Mantiqueira surgiu por conta da centenária água mineral São Lourenço, que é gaseificada naturalmente e considerada uma das melhores do mundo. Sua logo é uma marca do munícipio. 

Vista do Parque das Águas, uma das atrações de São Lourenço, no sul de Minas
Créditos: Divulgação
Vista do Parque das Águas, uma das atrações de São Lourenço, no sul de Minas

Mas antes de falarmos dos atrativos de São Lourenço é preciso voltar na história, em meados do século 19. A nascente de água naturalmente gasosa e cristalina, à qual foram atribuídos diversos poderes de cura, foi descoberta em 1826.

No entanto, somente em 1890 é que foi fundada a Companhia das Águas São Lourenço. O nome foi uma homenagem ao pai dos proprietários à época, o tenente-coronel Lourenço Xavier da Veiga.

O portal turístico que dá acesso à cidade de São Lourenço, no Circuito das Águas
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
O portal turístico que dá acesso à cidade de São Lourenço, no Circuito das Águas

A primeira fonte a ter suas águas captadas, em 1892, foi a Oriente. Três anos depois a empresa foi vendida para os empresário Afonso Noronha França e José Joaquim da Nova, que construíram o prédio onde era engarrafada a água, depósitos, oficias e uma ‘casa de banhos’.

Em 192o, a empresa passa para às mãos da carioca Vieira Mattos & Cia, que ampliou a capacidade de produção. Cinco anos depois, a companhia passa a se chamar Sociedade Anônima Empresa de Águas São Lourenço e ao longo das décadas foi mudado de administrações, como a gigante suíça Nestlé. 

Fábrica da São Lourenço, considerada uma das melhores águas do mundo
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Fábrica da São Lourenço, considerada uma das melhores águas do mundo

Hoje, a São Lourenço integra o portfólio de marcas da Minalba Brasil, uma das empresas da holding cearense Grupo Edson Queiroz (GEQ), que também é dona Esmaltec (eletrodomésticos), Nacional Gás e do Sistema Verdes Mares de Comunicação (jornal, TV e rádio).

Processo de envase da água São Lourenço, uma das poucas no mundo gaseificada naturalmente
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Processo de envase da água São Lourenço, uma das poucas no mundo gaseificada naturalmente

Além da São Lourenço, a Minalba Brasil tem outras marcas, como a Indaiá (água e refrigerantes), Petrópolis (água) e Nestlé Pureza Vital (água). E também a exclusividade na distribuição e comercialização das italianas S. Pellegrino e Acqua Panna e da francesa Pierrier.

Foi somente em 1927 que São Lourenço foi elevada à categoria de cidade. O terreno onde antes funcionava as antigas instalações da fábrica foi transformado em parque. A nova planta, maior e mais moderna, fica bem ao lado.

Interior da fábrica da São Lourenço, uma das marcas mais antigas do Brasil
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Interior da fábrica da São Lourenço, uma das marcas mais antigas do Brasil

Parque das Águas, o cartão-postal de São Lourenço

O Parque das Águas é o cartão-postal e o lugar mais visitados pelos turistas em São Lourenço. Ao seu redor, encontram-se a maioria dos hotéis e restaurantes da cidade.

Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre

O parque está instalado em um espaço de 430 mil m² de Mata Atlântica preservada, que abriga diversas espécies da fauna e flora –são 150 tipos de pássaros e 158 arbóreas.

Com jardins bem cuidados, o parque tem um grande lago onde é possível fazer passeios de pedalinho, barco e caiaque.

O belo lago do Parque das Águas, principal atração de São Lourenço
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
O belo lago do Parque das Águas, principal atração de São Lourenço

Além disso, o local oferece ainda tirolesa, campos de futebol e rúgbi, mini-golfe, quadras de bocha, restaurante, cafés, lojas de artesanatos, souvenires, jardim japonês e até um espaço para casamentos e apresentações musicais, chamado “Catedral de Bambu”.

Mas são as fontes de águas minerais e o Balneário as verdadeiras estrelas do Parque das Águas. São nove fontes no total, cada uma com propriedades terapêuticas e medicinais distintas.

Parque conta com nove fontes de águas minerais
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Parque conta com nove fontes de águas minerais

A primeira fonte de água, a Oriente, foi construída em 1892, mesmo ano da construção da ermida Bom Jesus do Monte, edificação mais antiga do complexo. 

Já o balneário surgiu em 1935. Todas as fontes são de água mineral gasosa –em intensidades diferentes– e algumas não têm gosto agradável.

As fontes do parque são classificadas em seis tipos: sulfurosa, alcalina, magnesiana, carbogasosa, ferruginosa e gasosa natural.

As águas com propriedades medicinais são fruto de fatores geológicos regionais, o que confere a cada uma delas uma composição química específica, e, portanto, com qualidades medicinais com indicações para tratamentos diversos, como anemia, processos alérgicos, distúrbios renais, digestivos, entre outras enfermidades.

A fonte mais famosa do parque é Vichy, que leva esse nome por conta da sua água que só é encontrada em São Lourenço e na cidade de Vichy, na região de Auvergne, na França. É utilizada para tratamentos estéticos. Por isso é chamada de “a fonte da beleza”. 

Interior da fonte Vichy, uma das duas únicas no mundo; a segunda fica na França
Créditos: Beatriz Ces
Interior da fonte Vichy, uma das duas únicas no mundo; a segunda fica na França

As outras fontes do parque são: Jayme Sotto Maior (sulfurosa), José Carlos de Andrade (carbogasosa), Primavera (ferruginosa), Oriental (gasosa natural), Ferruginosa, Alcalina, e a Sufurosa 2 e a Andrade Figueira (magnesiana).

Para quem visita o parque pela primeira vez, uma dica importante:  com exceção da água da fonte Oriental, as demais não se deve abusar, pois pode causar desconforto estomacal e até mesmo diarreia. Beba apenas um pequeno gole de cada para sentir as diferenças entre elas.

Placas explicam a composição das águas
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Placas explicam a composição das águas

O complexo do Parque das Águas é divido em três –Parque Novo, Central e Amor– abre todos os dias, das 8h às 17h20. Os ingressos custam R$ 6, (moradores) e R$ 20 (turistas).

Balneário

A cereja do bolo do Parque das Águas é o Balneário. Instalado num prédio art déco, assim como as edificações das fontes Vichy, Andrade Figueira e Alcalina, o imponente espaço funciona como um Spa.

Fachada do Centro Hidroterápico que funciona dentro do Parque das Águas
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Fachada do Centro Hidroterápico que funciona dentro do Parque das Águas

O Balneário oferece uma ampla gama de terapias, como banhos terapêuticos (ofurô e imersões), tratamentos faciais, saunas e mais de 20 tipos de massagens –drenagem linfática, fangoterapia, bamboo terapia, shiatsu, entre outras.

Centro Hidroterápico, como também é chamado o espaço, atrai turistas de diversas partes do Brasil. Os banhos aromáticos, em que você escolhe um óleo essencial, são os mais buscados. Eles duram 20 minutos e podem ser combinados com uma massagem, assim como o ofurô.

Para os banhos e ofurôs não é necessário fazer reserva, eles são feitos por ordem de chegada. Já para fazer as massagens é preciso agendar horário.

Os preços também são bem acessíveis e mais em conta do que se imagina. Os banhos custam entre R$ 45 (espuma) a R$ 60 (aromáticos mix). Já as terapias nos ofurôs tem preços a partir de R$ 80 e as massagens variam de R$ 117 até R$ 198.

Área privativa dos banhos aromáticos
Créditos: Divulgação
Área privativa dos banhos aromáticos

O Balneário abre de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h e das 13h30 às 17h. Para acessar, é preciso pagar o ingresso de entrada no parque.

*O jornalista vijaou a convite da Minalba Brasil