Sob o sol de Torres del Paine: a Patagônia chilena all inclusive
O caminho com as cordilheiras recortadas, lagos azuis de geleiras, picos nevados e banhados ao sol parecem prontos para a foto. A paisagem denuncia o destino: você chegou à Patagônia.
O lugar é Torres del Paine, no Chile, em um dos parques nacionais mais incríveis do mundo. Foi minha terceira vez na Patagônia, e nunca me canso de voltar.
Cada canto tem sua cultura, aventuras e paisagens de quadros. E trilhas, muitas no meio do nada em contato com animais típicos e em lugares inacreditáveis.
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Esta foto abaixo, bem como a que abre o post, são as vistas do Tierra Patagônia, um dos melhores hotéis ao lado do parque. São fotos sem filtro, com o Lago Sarmiento e as montanhas.
Cores de encher os olhos:
O Parque Nacional de Torres del Paine está na região de Magalhães, no sul da Patagônia chilena.
É um destino de aventura, mas também de contemplação. Há mais de 20 trilhas por montanhas, lagos e floresta.
Nos caminhos, deixe a câmera preparada para sacar as fotos mais legais dos animais típicos selvagens.
Ñandus, guanacos (ah o mais fofo, abaixo!), condores, que são aves com três metros de envergadura e, com sorte (ou não) as pumas.
Sim, dei sorte de ver um gatão desses lá longe, de barriga cheia, tamanha quantidade de animais em seu ambiente natural para se alimentar.
Há trilhas e passeios para todos os tipos de viajantes, dos aventureiros extremos aos que curtem só contemplação.
É lá que está o circuito W o mais famoso de toda Patagônia. A trilha mais buscada no circuito é a base de las torres, trilha para turistas com boa preparação física, que dura 8 horas no total, com subidas íngremes.
Outros passeios muito procurados são: o circuito de carro com paradas contemplativas de um dia que leva ao lado Grey – parte da terceira maior geleira do mundo – e a trilha Hunters, na qual é mais fácil ver os animais e que finaliza em rochas com pinturas rupestres.
Cornisas é um passeio que leva à caminhada no topo de um paredão a 400 metros de altura que tem uma das vistas mais lindas do parque e onde é comum topar com condores.
Essa última excursão é exclusiva do Tierra. O hotel leva para todas, com guias, transporte e piquenique inclusos. Conto mais detalhadamente sobre as trilhas neste post.
Como chegar a Torres del Paine?
Do Brasil, há escala em Santiago. Da capital chilena o voo até Punta Arenas dura três horas. Em alguns meses do ano há voos para Puerto Natales, que é mais perto. Cheguei em Punta Arenas.
De lá, um carro te leva por mais 4 horas até o parque ou seu hotel perto dele. Você pode contratar à parte ao combinar com seu hotel.
Onde ficar?
Para fazer uma viagem dessas é preciso se preparar. O aeroporto de Punta Arenas fica a 4h do parque. E todas as trilhas requerem carro para chegar.
A forma mais confortável, e na qual você experimenta a cultura local, é fechar a viagem com hotéis que te pegam no aeroporto, têm o all inclusive de gastronomia, passeios, transfers e bebidas, como o Tierra Patagônia.
Todo de madeira, o hotel foi desenhado de frente para o Lago Sarmiento e as torres – os picos mais famosos do Parque Nacional.
A vista para o lago e picos nevados é um convite à contemplação e, com a arquitetura bem-pensada, se dá em toda parte. Veja o lado das janelas dos quartos, da enorme sala com lareira e do restaurante onde a gastronomia internacional ganha toques patagônicos.
O projeto de arquitetura premiado se integra à paisagem. Foi feito pelo escritório Cazú Zegers, que apostou em curvas que imitam e fazem homenagem ao o “viento patagônico”. Tudo entra na dança do vento.
A biblioteca bucólica e moderna, onde vi um pai e filho entretidos em um jogo de tabuleiro, a piscina aquecida interna de cara para os picos nevados, uma jacuzzi externa para os extremamente corajosos.
A piscina e a hidro ficam no spa Uma. Tratamentos tailandeses, relaxamentos indianos e aula diária de ioga às 7h da manhã. Assista ao vídeo com a vista neste link.
Juro que tentei levantar para a aula, mas caprichei no vinho chileno no bar do hotel na noite anterior e não consegui.
São 40 apartamentos, todo com a mesma vista para as montanhas da Cordilheira Paine e o Lago Sarmiento.
Todos os dias, quando você voltar ao quarto, vai ler sobre as lendas patagônicas. Além do chocolatinho, como mimo no quarto, o hotel deixa um folheto com os contos. Um luxo.
Gastronomia e drinks típicos
Para experimentar um destino e entender sua cultura há que tentar provar as especialidades do lugar.
Como sou vegetariana, e sempre há uma opção no cardápio à la carte do hotel, foquei nas ervas e frutas típicas, como o calafate.
Todos os dias, há três opções de entradas, refeição principal e sobremesas, em pratos cuidadosamente decorados.
É com a frutinha vermelha minúscula que Cláudio, o simpático barman do hotel, preparou meu Pisco Calafate.
Reza a lenda patagônica que a fruta nasceu na vida selvagem do lugar depois que uma princesa foi separada de seu grande amor.
O café da manhã é com bufett e mais deliciosas preparadas na hora, como ovos mexidos e waffles com frutas.
Quanto custa a entrada ao Parque Nacional?
Na alta temporada, de outubro a abril, custa 21 mil pesos para adultos (R$ 115) e 6 mil para os niños (R$ 33). O parque não aceita cartão, portanto, vá com dinheiro. Isso para entrar.
Mas você vai precisar contratar guias para fazer as trilhas com segurança. Alguns hotéis, como o Tierra, incluem todo serviço.
Fuso horário e quando ir
Não tem diferença de fuso. Mas tem diferença de dias muito curtos durante o inverno, com poucas horas de sol, muito vento e até neve.
Por isso, alguns hotéis nem funcionam de junho a setembro. Indico a viagem de outubro a maio, quando as temperaturas são melhores, a paisagem está colorida, e mais trilhas estão abertas para exploração. O Tierra está aberto nesses meses.
O que levar?
O vento patagônico não é de brincadeira. E lembre-se que você está em um terreno selvagem, em uma das paisagens mais lindas e intocadas do Planeta (sim, mil mãozinhas de emoji para agradecer sem parar).
Jaqueta que corta vento é indispensável, leve camiseta segunda pele – se tiver. Camisetas de manga curta também vão pra mala.
Você vai ter que se vestir em camadas, há horas que esquenta, e, em outras, o frio é cortante.