Startup paga viajantes para entregar encomendas internacionais

Empresa promete grana extra para quem viaja a passeio ou a trabalho para o exterior

23/10/2019 09:00

Uma startup brasileira de crowdshipping (sistema de entrega de produtos formado por pessoas comuns que se cadastram numa plataforma para oferecer serviços de entrega utilizando seus próprios meios de transporte), pretende garantir a chegada de encomendas no exterior dez vezes mais rápido e cinco vezes mais econômico do que os Correios.

Lançado neste ano e semelhante aos serviços da americana Grabr e da chilena Comparto Mi Maleta, o Wooboogie conecta viajantes (os chamados boogiers) com pessoas que precisam enviar ou receber qualquer item permitido entre países da América Latina, oferecendo também a possibilidade de  acompanhamento do status da encomenda.

Airport, Airport Departure Area, Airplane, Airport Terminal, Boarding
Airport, Airport Departure Area, Airplane, Airport Terminal, Boarding - Pollyana Ventura/iStock

Segundo o CEO da companhia, o capixaba Cleverson Fontana, a startup começou a ser idealizada no final de 2015 quando foi identificada a carência de envio e recebimento de encomendas entre nações distintas de uma forma menos burocrática, mais célere e barata.

Por enquanto, a empresa faz a ponte somente entre Brasil e Argentina (e vice-versa), tendo inclusive uma rede de parceiros no país vizinho, onde os usuários podem comprar produtos mais baratos e solicitar o recebimento pela plataforma –isso além do envio de encomendas avulsas face à necessidade do solicitante.

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Nos próximos meses a empresa passará a aceitar pedidos com destino a (ou oriundos de) Montevidéu (Uruguai) e Santiago (Chile).

Mais barato

Para conseguir um orçamento menor do que o de enviar pelo Sedex ou PAC via Correios, a Wooboogie trabalha com a remuneração de viajantes. Ou seja, pessoas que, coincidentemente, vão para os mesmos destinos de produtos que precisam ser entregues em determinadas datas e se colocam à disposição dos usuários por meio da plataforma.

“”Match” é ponto de partida para os envios das encomendas
“”Match” é ponto de partida para os envios das encomendas - PORNCHAI SODA/iStock

Apesar da negociação ser feita diretamente com o boogier, o pagamento da transação, feito via PayPal ou cartão de crédito, é protegido pela startup, sendo liberado para o viajante apenas quando for confirmada a conclusão do “transporte”.

Caso aconteça algum problema com o pedido, o dinheiro é integralmente reembolsado ou, se o usuário preferir, pode enviá-lo por meio de outro boogier.

Segurança

Para garantir a segurança da plataforma, o Wooboogie exige a verificação dos perfis cadastrados a partir do envio de fotos em que os usuários segurem uma documentação com foto legível e proíbe que os objetos a serem transportados estejam lacrados no momento da entrega para o viajante.

Além de orientar que a negociação seja feita em lugares públicos, como shoppings, parques e terminais aeroportuários, a startup também está implementando um sistema de inteligência artificial para impedir os usuários de enviarem contatos pessoais por meio do chat da plataforma, garantindo que a transação seja acordada aos olhos da startup.