Suécia tem museu dedicado à ‘comida nojenta’
A lista de pratos expostos seguem desafiando estômagos sensíveis
Peixe fermentado com cheiro de podre, queijo com larvas, coalhada de feijão e carne de tubarão envelhecida.
Mais do que iguarias gastronômicas de países como Suécia, Itália, China e Islândia, respectivamente, esses são exemplos do que o visitante vai encontrar no recém inaugurado ‘Museu da Comida Nojenta’.
Na exposição temporária, que vai até janeiro de 2019, são expostos cerca de 80 pratos típicos de diversos países como smoothie de sapo do Peru e a famosa durian da Tailândia, considerada a fruta com o pior cheiro do mundo (em alguns países asiáticos essa espécie de jaca é proibida no metrô).
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O mais curioso é que o Museu da Comida Nojenta foi aberto em Malmö, a capital gastronômica da Suécia. Para o curador da exposição, Samuel West, e o diretor do museu, Andreas Ahrens, “a comida é muito mais do que apenas alimentação. Comida inusitada de culturas exóticas sempre nos fascinaram”, afirmam em nota enviada para ao Viagem em Pauta.
E, em se tratando de exotismo, a gente sempre se pergunta “exótico para quem?” Ou você estava achando que todo mundo acha normal comer arroz com feijão, só para citar o prato brasileiro mais idolatrado?
Aliás, entre os pratos expostos no museu tem um que muita gente adora, inclusive no Brasil: a lagosta, cuja carcaça avermelhada fica exposta em uma caixa de vidro como as peças de obra valiosas em museus pelo mundo.
Entre as tradições em exposição está também o surströmming, iguaria sueca que consiste em arenque salgado, cuja fermentação garante ao peixe um sabor de podre.
O acervo é nojento, mas não deixa de ser autêntico e real. “Mostramos comida de verdade. É tão educativo quanto divertido”, explica Samuel West.
A lista de pratos expostos seguem desafiando estômagos sensíveis.
No museu, é possível conhecer também o vinho de rato, sopa de morcego e o ovo centenário (receita chinesa que consiste na conservação de ovo de pata ou galinha em uma mistura de argila, cinzas, sal, cal e amido de arroz, cujo interior assume tons que vão do verde claro ao marrom escuro).
E para terminar a discussão, West polemiza e faz a gente sair do lugar confortável.
“O que é mais repugnante, comer um porquinho-da-índia [em referência ao cuy do Peru] ou um porco normal? Existe mesmo alguma diferença? O museu tem como objetivo mudar nossa visão do que é repugnante ou não”.
Para quem só acredita vendo (ou provando, no caso desse museu), a exposição conta também com pratos que podem ser cheirados e até provados.
Museu da Comida Nojenta
Exposição aberta até o dia 27 de janeiro de 2019
Onde: MMX Slagthuset, em Malmö (Suécia)
Quando: De 4ª a domingo, das 12h às 18h
Quanto: 185kr (cerca de R$ 80)
disgustingfoodmuseum.com