Trem das Nuvens serpenteia montanhas argentinas a 4.200 m
Passeio na região de Salta passa do lado da Cordilheira dos Andes e ajuda povoados locais
Um trem que passeia a 4.200 m de altitude, na região de Salta, na Argentina, tem ajudado pequenos povoados que vivem nas montanhas locais. O Trem das Nuvens (Tren a las Nubes) cujos trilhos têm um trecho pela Cordilheira dos Andes, é um dos passeios fantásticos no Norte do país.
O nome do trem foi criado na década de 70, quando um jornalista fotografou o veículo envolto à fumaça do vapor. Nas imagens feitas pelo profissional, o trem parecia flutuar sobre nuvens.
Como é o passeio?
Reserve um dia todo, pois o turista sai antes das 7h do hotel e retorna após as 20h. O passeio une uma parte de ônibus, que te leva até o alto da montanha a 4.200 m, e a parte de trem, que dura cerca de 3 horas.
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É possível fazer só o trem, se você quiser chegar à estação por conta. Os preços diferem pouco, então, vale a pena fazer o passeio completo.
Logo às 7h da manhã, o turista deve estar no guichê para trocar seu voucher por um bilhete de embarque. Esse momento é importante, porque é aí que você também consegue o famoso carimbo no passaporte. Mas tem que pedir, senão, nada de carimbo.
A partir daí embarque no ônibus que te levará pelas curvas acentuadas da Quebrada del Toro, uma estrada cênica, ladeada por cactos, que sobe as montanhas argentinas até a estação de trem.
O ônibus fará algumas paradas, por dois motivos principais. O primeiro deles é para que você se acostume com a altitude, uma vez que, no final, chegará aos 4 mil metros.
Em segundo, as paradas fazem parte do passeio. Elas são feitas em pontos estratégicos, em pequenos povoados, para que você conheça a cultura local.
Uma dessas paradas acontece em Alfarcito, para o café da manhã. Lá, várias comunidades locais se juntam para preparar seu breakfast, no meio da paisagem exótica.
São servidos doces e pães artesanais. Não deixe de provar alfajor e chá de coca, que ajuda a não passar mal por causa da altitude.
O trem tem ajudado a economia de todas as comunidades que vivem ao redor, com essas paradas estratégicas. Além de conhecer a cultura local, turistas consomem e compram suvenires.
O café da manhã em Alfarcito, por exemplo, é organizado pelos povoados e pago pelo trem. Já está incluso no preço do passeio.
De volta ao ônibus, algumas curvas a mais e se chega a San Antonio de los Cobres, onde está a estação de trem para embarque. Trata-se de um povoado com cerca de 6 mil pessoas, que vivem a mais de 4 mil metros de altitude. Neste link há mais fotos dos povoados que vivem no entorno.
Dentro do trem
Os assentos são em grupos de 4 pessoas. No meio do trajeto, quando o trem faz uma volta para retornar, você vai trocar de lado, para que todos tenham a mesma vista da paisagem.
Para a experiência completa, almoce no trem. As entradas incluem empanadas, também de queijo para os vegetarianos, e o prato principal, um risoto de quinoa e vegetais. O menu completo você vê aqui.
O ponto alto do trajeto é a passagem sobre o viaduto La Polvorilla, construído pelo mesmo engenheiro que fez a torre Eiffel, em Paris, Gustave Eiffel.
Nesse momento, turistas (como eu!) entrm em alvoroço. Muitos se penduram na janelinha para conseguir a melhor foto, naqueles poucos minutos.
Em cima do viaduto, estamos a 214 metros de altura, lembrando que o passeio todo fica a mais de 4 mil metros de altitude.
Ao lado do viaduto há uma parada para fotos e para comprar suvenirs de artesãos. Desci, mas fiquei atordoada e retornei ao trem.
Depois da passagem, os lugares são trocados, e o trem retorna à estação original.
Não deixe de filmar o caminho com paisagem incrível, desértica ladeada por montanhas, do ladinho da Cordilheira dos Andes.
De volta ao ônibus, o turista faz mais algumas paradas, como em Santa Rosa de Tastil, um povoado minúsculo, exótico, onde se vê uma igrejinha, um museu e meia dúzia de casinhas.
Aproveite para comprar artesanatos no centrinho.
Repare também que, apesar de minúsculo, o povoado tem pegada sustentável, com incentivo do governo. Todas as casas são abastecidas por placas solares.
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