Tudo o que você precisa saber antes de subir o Monte Roraima

Ir até o Monte Roraima para conhecê-lo, é, além de uma grande aventura, uma experiência única

“Quando dizem que o Monte Roraima é um lugar único no mundo, sim, é verdade!”. Esse é o relato da viajante Priscilla Tatagiba, que realizou uma expedição ao local.

“Não existe vídeo ou imagem que consiga captar aquela imensidão. Existe muito ali que foge do nosso entendimento. Saber ouvir os guias que têm intimidade real com esse lugar, me fez perceber que eu não conseguiria descobrir tudo numa única visita”, conta Priscilla.

Vista do lado venezuelano do Monte Roraima
Créditos: MaRabelo/iStock
Vista do lado venezuelano do Monte Roraima

Paisagens diferentes de tudo que os olhos já viram e sensações diferentes de tudo que o corpo já experimentou. Apesar das palavras serem distintas, a descrição de quem conhece o Monte Roraima, são as mesmas.

Priscilla chegou no destino na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana sem pesquisar ou saber muito, foi aprendendo e entendendo a grandiosidade das formações rochosas, lá mesmo. 

“Fui sem expectativas e aprendi sobre o lugar in loco, mas me despedir do paredão foi doloroso demais. Caminhar e me distanciar do Monte era muito visceral. É dizer adeus para um grande amor sem a certeza de poder estar ali novamente”.

Ir até o Monte Roraima para conhecê-lo, é, além de uma grande aventura, uma experiência única
Créditos: Divulgação/Vivalá
Ir até o Monte Roraima para conhecê-lo, é, além de uma grande aventura, uma experiência única

Quem busca o topo do Monte Roraima não tem metade da consciência do que o espera. Formado há mais de 2 bilhões de anos, no período pré-cambriano, numa altitude de 2.875m, com a paisagem repleta por rios, cascatas e formações rochosas, é uma das formações mais antigas do mundo e possui o cume mais extenso do planeta, com 34 km².

Paraíso para amantes de aventura

O Monte Roraima é considerado um verdadeiro santuário e meta de ascensão por um número cada vez maior de praticantes de trekking. De acordo com um relatório da Future Market Insights (FMI), a busca global por turismo de aventura entre os anos de 2023 e 2033 deve aumentar 16,2% ao ano.

Monte Roraima é meta de ascensão por um número cada vez maior de praticantes de trekking
Créditos: Divulgação/Vivalá
Monte Roraima é meta de ascensão por um número cada vez maior de praticantes de trekking

Além dos viajantes brasileiros, que em sua grande maioria são do sul e sudeste do país, estrangeiros também estão na lista. Entre 2022 e 2023m Roraima recebeu turistas, principalmente, do Chile, Argentina e Estados Unidos,  que chegaram pelos aeroportos de Brasília (42,5%) e Guarulhos (22,1%).

Ir até o Monte Roraima para conhecê-lo, é, além de uma grande aventura, uma experiência que coloca o viajante frente a frente com a história da terra.

As lendas que o cercam remetem ao seu surgimento, como a que diz que os indígenas macuxi, que então viviam na área, certo dia notaram uma bananeira no local, seguida de um aviso divino que dizia não ser permitido cortá-la ou comer seus frutos.

Após não respeitarem o recado e terem cortado a planta na raiz, a natureza se revoltou e, com raios e trovoadas, fez surgir o paredão.  

Mais do que as lendas, estar no local já é uma verdadeira experiência de um lugar mágico e diferente de todo o resto.

Os roteiros têm saídas previstas de uma a duas vezes no mês e incluem o transporte terrestre a partir de Boa Vista
Créditos: Divulgação/Vivalá
Os roteiros têm saídas previstas de uma a duas vezes no mês e incluem o transporte terrestre a partir de Boa Vista

“Há aqueles que se aventuram para o monte para superar desafios físicos, porém, o real sentido dessa expedição está na compreensão dos aspectos sagrados da sabedoria ancestral de indígenas de diferentes etnias que reverenciam, respeitam e compreendem este espaço único do planeta”, destaca Alberto Rabelo, produtor de experiências Vivalá e do roteiro ao Monte Roraima. 

Expedição ao Monte Roraima

O povo da etnia taurepang, que além de guardiões do local, também são guias e levam os grupos de viajantes pelas trilhas, que devem ser feitas sempre com um local. O roteiro oferece uma imersão na cultura e no folclore Makunaima.

“A experiência com os indígenas e venezuelanos da equipe é maravilhosa. Pessoas incríveis, com histórias incríveis e super poderes de transportar todo o equipamento e nos cuidar de forma tão respeitosa, acolhedora, calorosa e carinhosa”, cita Priscilla. 

O povo da etnia taurepang, que além de guardiões do local, também são guias e levam os grupos de viajantes pelas trilhas
Créditos: Divulgação/Vivalá
O povo da etnia taurepang, que além de guardiões do local, também são guias e levam os grupos de viajantes pelas trilhas

A viajante também relembra o primeiro momento de contato visual com o Monte Roraima, que, apesar de simples, tem um significado especial para quem estava presente. “Lembro que até chegarmos no acampamento base, ele [o Monte Roraima] estava sempre coberto por nuvens, como se não quisesse se mostrar. Mas ali na base, aos poucos, as nuvens foram se dissipando até ele se mostrar por completo. Foi um momento de muita euforia e felicidade”.

Uma das formas de conhecer o Monte Roraima é por meio de uma Expedição de Aventura, como a collab entre a Vivalá, referência em turismo sustentável no Brasil, e a Roraima Adventures (RRAdv), especialista na região há 22 anos e pioneira nas expedições ao monte.

O roteiro foi criado não somente para oferecer ao viajante uma linda e inesquecível experiência, mas também para impactar positivamente o lugar que irá ser palco da aventura. Esse impacto é fruto do turismo sustentável, que busca contribuir com a preservação ambiental do local, as comunidades participantes e a experiência dos viajantes. 

 A expedição tem duração de dez dias e é indicada para pessoas que já possuem um preparo físico, pois são 100 km de caminhada.

Roteiro da expedição

O dia um é apenas de embarque para Boa Vista (RR), onde no segundo dia de roteiro todos os viajantes do grupo irão se encontrar e receber as últimas orientações da equipe, principalmente para questões de logística, segurança e desenvolvimento da parte operacional.

Após o almoço, o grupo segue viagem até a fronteira com a Venezuela e realiza os procedimentos de aduanas, para então pernoitar em Santa Elena de Uairén, no lado venezuelano.

Viajante conta como é fazer uma expedição ao Monte Roraima
Créditos: MaRabelo/iStock
Viajante conta como é fazer uma expedição ao Monte Roraima

No terceiro dia a grande jornada começa. Após o café é hora de partir até a comunidade de Paraitepuy, onde será o acampamento da primeira noite, às margens do rio Tek ou Kukenan.

Na manhã seguinte o trekking continua até a base, para mais uma noite frente ao paredão. O quinto dia possui um dos caminhos com o cenário mais bonito, com paradas para contemplação da paisagem e fotos com os jardins de bromélias, orquídeas e pequenos pássaros.

Neste dia, o grupo se aproxima do topo e é possível observar o Monumento de Makunaima, além de ser recepcionado pelos “Guardiões da Montanha”, três imensos blocos com formato de observadores.

O dia seis é de imersão total no topo, com destaque para o Vale dos Cristais. “O lugar por si só traz a sensação do macro e do micro, dos extremos, do surreal, do cósmico, do inexplicável. A energia desse lugar não se traduz em palavras, mas em suspiros, sons, silêncios, reflexões e observações caladas. Após passar pelo Ponto Triplo, a parada final do dia é o El Fosso”, explica Alberto.

Piscinas naturais no topo do Monte Roraima
Créditos: Alexis Golding/iStock
Piscinas naturais no topo do Monte Roraima

No sétimo dia de expedição é hora dos viajantes se deslumbrarem com as piscinas naturais e com o Mirante La Ventana, sendo possível admirar as quedas d’água e o vale de florestas do Monte Kukenan (Pai dos Ventos). Além de contemplar e se reconectar consigo mesmo, o grupo alcança o ponto mais alto do Monte e avista a Gran Sabana e a trilha que cruzaram até chegar à base.

Para finalizar o dia e se sentir dentro de um santuário, é possível visitar o Salto Catedral, antes de ir até o Paso de Los Cristales e repor as energias. 

O oitavo dia do roteiro é um momento de despedida da Casa de Makunaina, onde começa a descida até a base, com direito a pernoite com o céu mais estrelado da viagem. No dia seguinte o grupo realiza os últimos 15 km de caminhada até a comunidade de Paraitepuy, para embarcar em veículos 4×4 que os levarão até a fronteira para procedimentos de aduanas e pernoite em hotel na capital. O último dia é reservado para check-out e retorno para casa. 

Os roteiros têm saídas previstas de uma a duas vezes no mês e incluem o transporte terrestre a partir de Boa Vista até a comunidade Indígena Paraitepuy, onde o grupo passa tanto na ida, quanto na volta.

O investimento é de R$ 5.500, que pode ser feito em 5x no cartão de crédito, PIX ou boleto. A expedição inclui treinamentos antes da viagem, hospedagem em Boa Vista e em Santa Elena de Uairén, transporte, todo o apoio de camping, incluindo equipamentos coletivos de acampamento, alimentação, taxa de entrada nas comunidades e uma equipe capacitada para guiar a expedição. 

Para mais detalhes sobre o roteiro e reservas em junho ou outras datas, acesse aqui.