Viagem de bicicleta: uma experiência fascinante

Fazer uma longa viagem de bicicleta nunca esteve nos meus planos. Passei os últimos três anos dando uma volta ao mundo com meu marido, o Tiago, e já viajei muito de avião, ônibus, carro, carona, barco e até carreta de caminhão… Mas bicicleta? Nunca. O máximo que havia me aventurado sobre duas rodas, até então, tinha sido um longo passeio pela orla do Rio de Janeiro.

Por isso, quando o Tiago me propôs uma viagem de bike –só nós dois, duas bicicletas e a estrada, por um mês– hesitei.

Parma, um dia antes da viagem de bicicleta
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Parma, um dia antes da viagem de bicicleta

As coisas mudaram quando encontramos um cicloturista austríaco em um parque de Parma, cidade onde moramos na Itália. Ele nos contou estar viajando pela Europa há três meses por uma extensa e complexa rede de ciclovias que interliga todo o continente europeu. São as chamadas Eurovelo, que formam 15 rotas seguras –e muitas vezes planas– para longos percursos de bike.

Tivemos um mês entre decidir fazer a viagem, arrumar duas bicicletas, organizar todos os detalhes, treinar e finalmente colocar o pé, ou melhor, a roda, na estrada. Apesar do pouco tempo de preparo, das longas horas pedaladas, do cansaço extremo em determinados trechos e da bunda que doía MUITO, essa foi talvez uma das experiências mais fantásticas que tive desde que adotei a “vida nômade”.

Acampando na Eslovênia

Voltei completamente apaixonada pelo cicloturismo e aqui explico por que acho que todo mundo deveria se aventurar em uma viagem de bicicleta pelo menos uma vez na vida.

Por que o cicloturismo é tão fascinante?

O que me chamou a atenção no cicloturismo é a possibilidade de interagir intensa e profundamente com o ambiente visitado, já que não existem barreiras. Além do mais, as bicicletas naturalmente atraem curiosidade e muitas pessoas vinham puxar assunto, queriam saber de onde vínhamos, para onde estávamos indo e etc. Isso nos proporcionou incontáveis encontros e fomos inclusive convidados algumas vezes para dormir na casa de locais.

Como somos adeptos de um turismo mais imersivo, conhecer pessoas e interagir com a cultura local é primordial e a vigem de bike nos proporcionou isso como nenhum outro meio de transporte.

Palmanova, uma das paradas da viagem
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Palmanova, uma das paradas da viagem

A bicicleta também nos deu mobilidade para alcançar e explorar praticamente todos os pontos. Imagina só: você está de carro ou ônibus no meio da estrada, enxerga pela janela uma trilha que surge do nada. Você fica curioso, mas não tem como parar facilmente para descobrir aonde leva aquele caminho. Já com a bicicleta, tudo o que você precisa fazer é colocar o pé no chão, virar o guidão e entrar onde quiser. As bikes nos permitiram conhecer cantos maravilhosos, como grutas, lagos e cavernas que não estavam no nosso roteiro inicial e que acabaram sendo algumas das melhores surpresas da viagem.

Confira a íntegra do relato e outras fotos e vídeo em “O Viajante

Por Fernanda Kiehl