Busca por refeições veganas cresce e um terço da população opta por comida sem origem animal

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua em parceria com a Catraca Livre

No dia primeiro de novembro é celebrado o dia do veganismo. A data relembra a luta por uma alimentação e um estilo de vida com produtos sem origem animal. Apesar de hoje existirem opções para esse público, nem sempre foi assim.

A busca por alimentos e refeições veganas nos restaurantes aumentou. De acordo com uma pesquisa encomendada em fevereiro pela Sociedade Vegetariana Brasileira ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), cerca de um terço da população brasileira busca alimentos veganos nos cardápios de restaurantes e estabelecimentos em todo o Brasil. Além disso, quase metade dos brasileiros optam por não comer carne ao menos um dia na semana.

No dia do veganismo, conheça a história de quem se aventurou nesse mercado e hoje é referência na área. Imagem: Divulgação / Haya Falafel.

Seja uma tendência ou uma real conscientização sobre o consumo de carne e produtos de origem animal, os hábitos de consumo dos brasileiros estão mudando, impactando diretamente as escolhas de cardápio de estabelecimentos e até na criação de restaurantes especializados.

Quando os empreendedores Shajar Goldwaser e João Previ decidiram montar o próprio negócio, a oferta de alimentos veganos era muito menor e as informações sobre o veganismo eram escassas. Nesse cenário, os dois sócios criaram o Haya Falafel, um restaurante de lanches veganos, que hoje possui dois pontos de delivery em São Paulo, fábrica própria e fatura cerca de R$1 milhão.

Vegano desde os 22 anos, Shajar conta que criou a empresa há seis anos pois na época era difícil encontrar estabelecimentos que possuíam alimentos veganos.“Hoje este cenário mudou um pouco, mas íamos a eventos, festas e até mesmo shows e era difícil encontrar algo sem carne ou derivados animais. Foi quando tivemos a ideia de testar algumas receitas e tentar vender nessas ocasiões”, explica Goldwaser.

João, que acompanhou Shajar desde o início, conta que foram quatro meses de experimentação até “ir a mercado” com o modelo. No início ele lembra que as degustações eram feitas apenas para amigos.

“Os primeiros produtos eram o lanche tradicional no pão e nossa versão sem glúten, o falafel na couve. Eles foram um sucesso imediato. Nos primeiros meses já conseguimos alcançar mais de 300 pedidos por evento”, explica Previ, que em 2018 lançou junto com Shajar o primeiro restaurante da marca na Vila Madalena. O cardápio aumentou e logo se adaptaram a uma nova forma de atender os clientes.

Um ano depois de abrirem a loja, que chegava a receber mais de 300 pedidos por dia, também foi criada a fábrica do Haya junto com a operação de delivery. Segundo Shajar, essa autonomia na produção própria dos insumos deu forma ao sonho de fazer a empresa crescer.

Pandemia mudou o foco, não o objetivo

Em 2020, com a chegada da Pandemia, os empresários viram o faturamento despencar e não demoraram para agir. Com uma estrutura de delivery eficiente e madura, resolveram fechar a unidade da Vila Madalena para focar apenas em entregas.

“Hoje todos os processos, de receitas às embalagens, são pensados em formato de delivery para que Haya siga sendo uma empresa de alimentos frescos e de alta qualidade”, explica João.

Hoje, o Haya conta com operações na Vila Madalena e Tatuapé, mas tem como meta abrir outras cinco até 2022 por meio do sistema de franquias.

“Com a estruturação do modelo de entregas, os custos ficaram mais baixos e se tornou uma ótima opção de negócio em um mercado que tem crescido de forma vertiginosa”, comenta. Para investir nessa nova franquia, o valor de investimento parte de R$65 mil para um espaço de aproximadamente 15m² com equipe de cinco pessoas. Além disso, de acordo com a franqueadora, o negócio possui baixos custos e uma demanda frequente, o que faz com que o franqueado tenha autonomia e segurança.

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