Cinema, literatura e ritmos africanos inspiram espetáculos de dança no Sesc Santo André em abril

Três diferentes companhias de dança se apresentam em abril no Sesc Santo André trazendo diversidade de linguagens e inspirações. A Cia Artesãos do Corpo traz dois espetáculos: Sr. Tati, no sábado (01/04) às 16h, que mergulha no instigante mundo do ator e cineasta francês Jacques Tati; e Sr. Calvino no dia 08/04 às 16h, inspirado no universo p oético do escritor Ítalo Calvino. No dia 14/04 às 20h, é a vez de Tudo que é imaginário existe e é e tem. Uma dança para Estamira, da E² Cia de Teatro e Dança, que parte das palavras proferidas por Estamira, personagem real do documentário de mesmo nome, dirigido por Marcos Prado (2006). E por fim, no dia 15/4 às 16h, a Trupe Benkady trabalha ritmos tocados no passado e vivenciados no presente através dos movimentos tradicionais da cultura mandingue, da região da Guiné, na montagem de Sons d’Oeste. Confira a programação:

Sr. Tati
Cia Artesãos do Corpo

Criado em 2021 e tendo como inspiração o universo poético do ator e cineasta francês Jacques Tati, o espetáculo se debruça na tensão nostálgica entre passado e futuro, lançando um olhar poético para aquilo que a modernidade determinou como insignificante e assim redimensionando o valor e a importância de todas as coisas. Com uma trilha sonora repleta de músicas francesas, propõe-se o tripé dança-cinema-música criar uma atmosfera poética e repleta de imagens, movimentos e objetos cênicos que remetem ao mundo divertido e instigante de Tati e seus personagens. Essa criação é a segunda obra da trilogia das insignificâncias da companhia, iniciada com o espetáculo Senhor Calvino (2013).

Dia 1º/4, sábado, 16h
Duração: 30 minutos
Classificação etária: Livre. Grátis – sem retirada de ingressos.
Livre – Autoclassificação
Não recomendado para menores de 12 anos – Autoclassificação
Área de Convivência.

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Sr. Calvino
Cia Artesãos do Corpo

Criado em 2013, o espetáculo Sr. Calvino tem como inspiração o universo poético-urbano do escritor Ítalo Calvino, mais especificamente Marcovaldo e Palomar, cujos personagens de mesmo nome, se detêm cada um a seu modo, nos pequenos detalhes presentes no cotidiano das cidades, que normalmente são ignorados pela maioria de seus habitantes, mas que traduzem e refletem o mundo contemporâneo e a existência humana. A Cia Artesãos do Corpo com o telescópio ao contrário de Palomar e os sonhos mirabolantes de Marcovaldo, veem em meio às pessoas que passam pelas ruas cenas de sonhos, transformando a rua ou praça num caleidoscópio de cores e situaçõ es surreais.

Sr. Calvino é uma peça que irá dançar a rua, seus personagens e seu cotidiano, através da observação daquilo que está presente no meio urbano mas permanece ignorado pela maioria das pessoas, seja pela velocidade dos percursos, seja pelo cansaço da vista acostumada aos mesmos trajetos, seja pela crença de que são apenas detalhes e que não interferem em suas vidas ou na vida da cidade. O que hoje ganhou o status de detalhe, dão pistas preciosas sobre como a cidade está tratando seu presente, como ouve seu passado (pois em algum momento esse detalhe era importante) e como se encaminha para o futuro. Eles contêm, assim como os grandes acontecimentos, elemento s significativos para contar a história de uma cidade. Para tanto, dois personagens do universo do escritor Ítalo Calvino, irão inspirar o público: Marcovaldo com um olhar mais poético e distraído para as coisas e Palomar com um método minucioso de observação. Sr. Calvino foi contemplado com o Prêmio Funarte Artes Cênicas nas Ruas.

Dia 8/4, sábado, 16h
Duração: 30 minutos
Classificação etária: Livre. Grátis – sem retirada de ingressos.
Área de Convivência – Livre – Autoclassificação

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Tudo que é imaginário existe e é e tem. Uma dança para Estamira
E² Cia de Teatro e Dança. Eliana de Santana

No filme Estamira, obra de referência para a criação do solo Tudo que é imaginário existe e é e tem, vê-se na boca de Estamira o poder da palavra, sua indignação diante das violências que sofreu, mas, sobretudo, o poder de criação e resistência de seu testemunho. Vítima de exclusão e violência, Estamira é alçada às esferas da visibilidade por meio de uma obra artística, um documentário, mas sua condição de ser excluído e anônimo permanece inalterada. Tu do que é imaginário existe e é e tem parte das palavras proferidas por Estamira no documentário de mesmo nome, dirigido por Marcos Prado (2006). A criação deste solo vem aprofundar um lugar da pesquisa onde a palavra (escrita ou cantada) é referência para as diversas possibilidades de construção no corpo e na cena. Em anos anteriores, essa mesma pesquisa resultou nas peças: Tragédia Brasileira (Manuel Bandeira), “e das outras doçuras de deus” (Clarice Lispector), Onde os Começos? (Hilda Hilst), Baleia (Graciliano Ramos), A Emparedada da Rua Nova (Carneiro Vilela) e Música para Ver (Gilberto Gil), que foram criadas a partir de obras literárias e buscaram espelhar uma poética brasileira revelada naqueles textos e poemas .

Este trabalho dá prosseguimento a uma investigação iniciada em anos anteriores onde a palavra é o mote inicial para as construções no corpo e na cena. Se anteriormente se inspiraram em obras literárias como Vidas Secas de Graciliano Ramos, contos de Clarice Lispector ou poemas de Manuel Bandeira, agora, partiram da fala incendiária e ao mesmo tempo assertiva e desconcertante de Estamira, personagem da vida real apresentada no filme Estamira, de Marcos Prado.

Dia 14/4, sexta, 20h
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 16 anos
Ingresso – R$30,00 (inteira) / R$15,00 (meia-entrada) / R$9,00 (credencial plena)
Teatro – Não recomendado para menores de 16 anos – Autoclassificação.

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Sons d’Oeste
Trupe Benkady

O espetáculo experimenta timbres da natureza, trabalhando ritmos tocados no passado e vivenciados no presente através dos movimentos tradicionais da cultura mandingue, com ênfase nas etnias Malinké, Baga e Sussu, da região da Guiné Conakry, reconhecida mundialmente por seus balés. Com dança e música tradicional, o trabalho traça, sob a ótica deste peculiar povo do oeste africano, um cenário das situações sociais mandingues, dentre as quais algumas também são encontradas no Brasil, revelando as semelhanças entre nossa cultura e uma das nossas culturas de origem, a cultura africana. A dança é inspirada nos rituais cerimoniais dos povos da Gu iné. Na cultura dessa região, a música e a dança fazem parte do cotidiano e das ocasiões sociais como batismos, iniciações, casamentos, trabalho no campo.

Dia 15/4, sábado, 16h
Duração: 50 minutos
Classificação etária: Livre. Grátis – sem retirada de ingressos.
Área de Convivência – Livre – Autoclassificação

Serviço:
SESC Santo André ( Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André- SP)

Estacionamento: R$ 5,00 a primeira hora e R$ 1,50 por hora adicional [Credencial Plena] mediante apresentação de Credencial Plena. R$10,00 a primeira hora e R$ 2,50 por hora adicional [outros].

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