Conheça o patrimônio histórico no ABC Paulista

O Vila Mundo é uma iniciativa do Instituto Acqua em parceria com a Catraca Livre

Glauco Araújo
Da redação

O ABC Paulista forma uma região rica em história e cultura, abrigando diversos locais tombados pelo patrimônio histórico. Cada uma das sete cidades; Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra; possui uma identidade única, e o turismo nas suas áreas de preservação histórica oferece uma oportunidade ímpar de mergulhar na trajetória da região e do país.

Destas cidades, apenas Santo André possui bem com tombamento histórico atestado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é a Vila Ferroviária de Paranapiacaba.

Isso não diminui a relevância dos bens listados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), que contempla todas as cidades da região.

O turismo nessas cidades do ABC Paulista não apenas proporciona uma viagem no tempo, mas também valoriza a preservação do patrimônio histórico e cultural, seja ele em âmbito federal, estadual ou municipal. Cada local tombado é uma janela para o passado, permitindo aos visitantes entenderem melhor as raízes da região e a contribuição que ela deu para a história do Brasil. Além disso, essa experiência enriquece a conexão entre as comunidades locais e os visitantes, fortalecendo o senso de identidade e pertencimento.

Veja abaixo alguns desses patrimônios:

Santo André:

Sistema Funicular de Paranapiacaba – foi construído pela São Paulo Railway Company foi a  primeira linha ferroviária do Estado de São, Paulo, com o objetivo de transpor a Serra do Mar, ligando o litoral ao planalto. As obras da primeira linha foram concluídas em 1867, configurando-se único meio ferroviário de ligação entre o litoral e o planalto, em região de grande valor paisagístico.

Vila Ferroviária de Paranapiacaba e Arredores – Construída pela São Paulo Railway para abrigar seus funcionários durante a concessão da estrada de ferro Santos – Jundiaí, iniciada em 1860. Localizada a cerca de 30km do centro da cidade, no Alto da Serra do Mar.

Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa – Primeiro grupo escolar da Região do ABC, construído em terreno doado por Clara Thon Fláquer e Secundino Domingues. Inaugurado em 1914, recebeu mais tarde a denominação de E.E. Profº. José Augusto de Azevedo Antunes. Funcionou como escola até 1978, quando a Prefeitura fez uma permuta com o Governo do Estado e o local passou a ser ocupado pelo serviço de promoção social até que em 1990 quando foi instalado o Museu de Santo André.

Associação dos Ex-combatentes do Brasil – Museu Militar dos Expedicionários – Em 1992, foi inaugurado o museu que recebeu sua denominação em 1995. O objetivo é preservar a memória e a história militar, com acervo composto por objetos relativos às atividades bélicas de diversos momentos da história nacional das três Forças Armadas.

Capela Senhor Bom Jesus da Boa Viagem – Capela em alvenaria, coberta com telhas de barro do tipo francesas e com a imagem de Jesus Cristo no topo de braços abertos e de frente para a linha férrea. O Padre Luiz Capra escreveu sobre o monumento que gostaria de erguer na Estação de Campo Grande, “exposta aos olhares do imigrante que chega, do viajante que passa”.

Casa Amarela – Centro Universitário Fundação Santo André – Localizada no antigo Sítio Tangará, provavelmente construída entre as décadas de 1920 e 1930, a casa era utilizada como sede do campo de golfe da família de Charles Murray, que também mantinha uma casa na Av. Portugal, a Vila Mimosa (atual sede do Clube 1º de Maio).

Casa de Culto Dâmbala Kuere-Rho Bessein – Templo de culto afro-descendente da Nação Jeje-Mahim, do grupo étnico Ewe/Fon, originário da atual República do Benin, na África. A Casa de culto está instalada em Santo André há trinta e seis anos e é uma das três únicas casas desse culto existentes no Brasil (as outras duas estão na Bahia) e a única no Estado de São Paulo.

Cine Teatro Carlos Gomes – Inaugurado em 1912 pelo italiano Vicenzo Arnaldi, localizava-se à Rua Coronel Oliveira Lima, esquina com a atual Salvador Degn. Atualmente se encontra em processo de elaboração de projetos e recursos para sua revitalização como espaço cultural.

Figueira Centenária – Parque Celso Daniel – A figueira chamava atenção pela sua imponência e majestade, sendo o maior exemplar existente no Município. Possui altura aproximada de 20 m, com diâmetro podendo chegar até 4m e o da copa, até 25m. Sua idade é imprecisa, mas calcula-se que tenha entre 80 a 200 anos.

Haras Jaçatuba – Escola Municipal de Iniciação Artística Aron Feldman – Foi implantado por volta de 1918 e é o segundo da cidade. Funcionou até meados da década de 1950. Ali, eram criados cavalos de corrida da raça puro sangue inglês, cujos cavalos ganharam vários prêmios.

Imóvel – Rua Francisco Amaro – Sede da Banda Lira Andreense – Construída em 1923, pertencia ao sapateiro João Frederico, um dos fundadores da Banda Lira de Santo André (fundada em 21/4/1918). Mantinha no local sua residência e oficina de sapataria. Cedeu espaço para os ensaios da banda até sua mudança para a sede própria no Parque Antônio Fláquer, na década de 1970. A edificação é térrea, sem recuos e em estilo eclético popular, comum nas construções urbanas paulistanas da primeira metade do século XIX e que foi absorvido nas construções andreenses do início do século XX.

Jardim Japonês “Cidade Irmã Takasaki” – Construído a partir de 1978, quando a colônia japonesa instalou o monumento Takkon, para comemorar os 70 anos da imigração japonesa no Brasil. Em 1981 inaugura o jardim, na presença do Primeiro Ministro japonês Takeo Fukuda, que escreveu os ideogramas do monumento, assinam o acordo de cidade-irmã com Takasaki e constroem a “Ponte da Amizade”. Em 1998 foi instalado o Tori.

Mansão Tognato – Residência construída por Luiz Giacometti, na década de 1930, para Giacinto Tognato, um dos proprietários da Fiação e Tecelagem Tognato, uma das fábricas mais perenes da região, fechada na década de 2.000. O edifício, de características ecléticas, é um exemplar da arquitetura da elite industrial.

“Nosso Bar” – Sobrado início século XX – Construída em 1914, por Antonio Queirós dos Santos que morava no piso superior (até seu falecimento) e mantinha atividades comerciais no térreo. É uma das mais antigas da cidade. Abrigou uma agência da Prefeitura, do jornal “O Município”, a Mercearia Cimieri e o lembrado Nosso Bar.

Obras de Arte de Gianni Parziale na Capela Maria Imaculada – As obras são de autoria do artista plástico italiano Gianni Parziale que foram executadas a pedido dos frades conventuais para ornamentar a Capela, inaugurada em 1992. Sobre painéis em compensado naval, medindo um metro quadrado cada, foi utilizada a técnica mista: acrílico, óleo, folhas de ouro, vidro, metais, óxidos e vernizes de proteção.

Teatro Municipal Maestro Flávio Florence – O Teatro Municipal foi construído em forma hexagonal e conta com uma excelente infraestrutura, além de três palcos que funcionam simultaneamente e um fosso para orquestra capaz de abrigar até 45 músicos. Possuí estacionamento próprio e capacidade de 468 poltronas e 04 espaços para cadeirantes.

Villa Rosa – Residência construída e habitada por Ângelo Vezzá e sua família, cujo nome homenageia sua esposa e sua filha. Imigrante italiano, Ângelo chegou à cidade em 1922 e foi um construtor muito atuante entre as décadas de 1920 e 1940, junto com seus irmãos Mário, Luiz, Ernesto e Carlos, que vieram posteriormente. Suas principais obras estão na Área Central, nos bairros Vila Bastos, Casa Branca e Santa Terezinha. A residência foi construída nos anos 1920/30, não se destacando pela originalidade, mas por representar um modelo construtivo que já foi muito comum na cidade e por ser referência de moradia desse período, resistindo na paisagem.

São Bernardo do Campo:

Área da antiga Chácara Lauro Gomes – Trechos de antiga propriedade rural adquirida por Arthur Rudge Ramos no início do século XX e que posteriormente tornou-se moradia de seu genro, o ex-prefeito Lauro Gomes. Em virtude das ações e da importância de Lauro Gomes no cenário político local e regional, a área ganhou visibilidade como local privilegiado de encontros, festas, reuniões políticas etc., tanto que ficou conhecida como “Chácara Lauro Gomes”. Após a morte de Lauro Gomes, em 1964, foi adquirida pela Willys Overland do Brasil para suas instalações industriais, sendo atualmente de propriedade da Ford Motor Company do Brasil.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção – Construída provavelmente em 1890, por José D’Angelo, foi ocupada pela 1ª Câmara Municipal do antigo Município de São Bernardo, que envolvia todo o atual ABC, onde em 28/09/1892 tomaram posse os primeiros vereadores eleitos pelo povo. Serviu, ainda, como gabinete para vários prefeitos e, posteriormente, sediou a Casa dos Esportes.

Chácara Silvestre – Antiga propriedade de veraneio da família Simonsen, vincula-se à história da cidade pela atuação de Wallace Cockrane Simonsen em prol da emancipação de São Bernardo do Campo, esta ocorrendo em 1945, tendo sido ele seu primeiro prefeito. Em razão de sua importância histórica e arquitetônica, como marco da arquitetura residencial da elite dos anos 30, com forte influência do estilo europeu, presente no destaque dado às vigas da fachada principal. Hoje o local abriga o Serviço de Patrimônio Histórico, órgão da Secretaria de Educação e Cultura, responsável pela pesquisa, preservação e divulgação do folclore/cultura popular e história da cidade.

Cidade da Criança – Foi construída em 1968, a partir dos cenários utilizados para a gravação da novela Redenção, da extinta TV Excelsior. Posteriormente foi ampliada com a instalação de outras áreas e brinquedos, porém só essa área (terreno, área e cenários construídos para a gravação da novela Redenção) foi tombada.

Igreja Presbiteriana Independente – Primeira Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo, surgida a partir de reuniões e cultos realizados na chácara existente no mesmo local de sua construção, que era propriedade do Sr. Vitorino Silva. O prédio, construído em 1944, é marco da história do protestantismo na cidade.

Igreja Santa Maria – Igreja erguida a partir do ano de 1953, por iniciativa da família Demarchi e outras de imigrantes residentes no bairro, recebeu em doação, esta feita pelo Padre Fiorente Elena, parte do altar-mor de madeira originário da antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, construída no século XIX e demolida na década de 40 do século XX.

Jatobá da Vergueiro – Jatobá é uma espécie da flora nativa que atinge alturas entre 15 e 20 metros, sendo muito utilizada historicamente na construção civil para a produção de vigas, tacos e tábuas para assoalhos, por ser madeira pesada e dura. Foi muito explorada na região durante a instalação do núcleo colonial, o que motivou o seu desaparecimento da área urbana do município.  Este exemplar arbóreo é um dos únicos existentes na cidade, sendo muito antigo, fazendo parte daquele que foi o principal caminho que ligava São Paulo até o litoral, o Caminho do Mar.

Torre da Elni – A torre de sustentação da caixa d’água da Empresa Sociedade Elni de Produtos Manufaturados Ltda., foi construída nos anos 40 do século XX. À época, a Elni representou, em São Bernardo do Campo, com instalações e equipamentos considerados sofisticados, verdadeira revolução no ramo têxtil, atividade importante na cidade, ao lado da moveleira.

A torre é parte de uma pequena estação de tratamento d’água, que possuía galerias pelas quais a água circulava, recebendo sulfato de alumínio, que tinha por finalidade tratar fisicamente a água utilizada no alvejamento dos fios usados na confecção dos tecidos.

São Caetano do Sul:

Museu Histórico Municipal – O Museu Histórico Municipal funciona no antigo Palacete De Nardi, no Bairro da Fundação, edifício construído no final do século 19 pela tradicional família De Nardi, que chegou à cidade em 28 de julho de 1877, na primeira leva de imigrantes italianos vindos da província de Treviso. Criado em 1959, foi oficialmente inaugurado em 23 de julho de 1960 pelo então prefeito Oswaldo Samuel Massei, na esquina das ruas Baraldi e Rio Grande do Sul, e fechado com apenas um ano de existência. No dia 20 de agosto de 1977, foi reinaugurado no Bosque do Povo, durante as festividades do centenário de São Caetano. Foi apenas em dezembro de 1988 que ele passou a ocupar a atual edificação. A concepção do Museu foi idealizada pelo renomado professor e sociólogo José de Souza Martins, que, desde o início, defendeu a existência de um local que abrigasse parte da história de São Caetano do Sul.

Espaço do Forno – O Espaço do Forno é um forno original da antiga Cerâmica de São Caetano, eram três fornos em linha e cada um tinha uma temperatura específica para produção. A formalização do espaço enquanto um patrimônio parte da Fundação Pró-Memória aconteceu após a compra do terreno por parte de uma construtora, que se preocupou em preservar a história. Além do forno, outros dois artigos foram conservados, uma imagem do santo São Caetano, que ficava localizada no pátio central da fábrica, e onde aconteciam missas para os funcionários. E, um painel de vitrocerâmica que fica na praça ao lado do forno, que antigamente era entrada da cerâmica.

Diadema:

Capela do cemitério municipal – Após a emancipação de Diadema, o município de São Bernardo do Campo, através do prefeito Lauro Gomes, deu um prazo de um ano para Diadema providenciar um local para enterrar ou sepultar seus munícipes. A Capela foi construída por Antônio Ferreira Leite (o Natalino) e os muros erguidos por Osório Fernandes Barros, ambos emancipadores. O primeiro sepultamento foi o de Lázara Queiroz de Lima, no dia 1º de janeiro de 1961.

Capela e Colégio dos Padres Xaverianos – No ano de 1925, a Empresa Urbanista Vila Conceição começa a comercializar os lotes oriundos do parcelamento da fazenda adquirida de Antônio Piranga em 1923. Dos 147,36 alqueires, onze foram adquiridos em 1928 pelo alemão recém-chegado Johann Rechers, posteriormente naturalizado João Reckers. A área se estendia desde o limite atual do Parque do Paço até o trecho mais próximo da Avenida Piraporinha. Tirando proveito de sua formação em paisagismo na Alemanha, João Reckers começou a cultivar flores e plantas ornamentais na propriedade, que passou a ser conhecida como Chácara das Flores. Na área, de domínio da Rodovia dos Imigrantes, a edificação da capela e seus anexos foi ocupada com instalações de lazer destinadas aos funcionários do DERSA, quando acrescidas a quadra descoberta e o galpão de material pré-fabricado. Posteriormente, a área foi utilizada pelo Clube da Turma e, atualmente, sedia unidade da Fundação CASA.

Capela Nossa Senhora de Fátima – A Capela Nossa Senhora de Fátima foi construída na propriedade do senhor Raul Barbetta que possuía uma olaria no local onde hoje fica a Indústria White Martins, em Piraporinha. O senhor Jorge Ferreira Mendes, que trabalhava para Raul Barbetta, relatou ao Centro de Memória de Diadema que encontrou a imagem nos entulhos do terreno atrás da Capela Bom Jesus de Piraporinha, sendo encarregado pelo Sr. Barbetta de construir uma Capela para abrigar a imagem (1946/1947). O “desenho”, segundo ele, foi feito pelo senhor Barbetta. Coube também a Jorge Ferreira a restauração da Imagem. Sua família permaneceu ligada ao patrimônio cultural através do filho Jaime, membro do CONDEPAD até seu falecimento em 2015. A Indústria White Martins, que comprou a área nos anos 60, preserva a Capela original

Igreja Bom Jesus de Piraporinha – A atual Igreja Bom Jesus de Piraporinha sucedeu a antiga igrejinha dedicada originalmente ao Senhor Bom Jesus da Pedra Fria. A primeira missa nessa Igreja foi rezada em 1882. Em 1936 o padroeiro da igreja passou a ser o Senhor Bom Jesus de Piraporinha, devido à prática das romarias da população local a Igreja do Senhor Bom Jesus de Pirapora. A demolição da antiga igreja ocorreu em 1968 para o alargamento das vias. O projeto da nova igreja foi feito pelo arquiteto da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Anatoly Seribaba. Feita em concreto, com linhas modernas e vitrais coloridos, foram reaproveitados na construção atual os tijolos retirados da demolição da antiga igreja. O altar de madeira entalhada, que pertenceu à antiga Matriz de São Bernardo foi vendido pela paróquia e o dinheiro utilizado na construção do novo edifício.

Templo budista Joganji Fudô Myo – A comunidade budista Joganji Fudô Myo de Diadema é filiada à seita Tendai do Templo Tyoujiu-Ji Kihara Fudô-Son, situada na província de Kumamoto no Japão. A matriz da Tendai fica no monte Hiei, província de Shiea. A vinda da monja japonesa Myôchô Yamamoto para o Brasil no ano de 1968 foi determinante para o projeto de construção de um templo pertencente à Seita Tendai. O Templo, construído entre 1971 e 1976, obedece ao padrão de arquitetura japonesa tradicional. Ali são realizadas as missas (cerimônias) dos antepassados e mensalmente, no quarto domingo, é realizada a “Cerimônia do Fogo” quando os fiéis escrevem seus pedidos em pedaços de papel que são queimados.

Capela São João Bosco – A capela dedicada a São João Bosco, santo piemontês canonizado em 1934, foi inaugurada em 12 de março de 1988. Segundo o historiador Angelo Papaiz, a capela de estilo ultramoderno, totalmente circundada por água, foi inaugurada pelo embaixador da Itália, doutor Antônio Ciarrapico, na presença do bispo de Guiratinga, monsenhor Camillo Faresin, do cônsul geral, LanfrancoVozzi, do cônsul Marco Masilli, do inspetor geral dos salesianos.

Casa de Anita Malfatti – A artista plástica Anita Malfatti e sua irmã Georgina moraram em Diadema de 1952 a 1964, ano da morte da pintora. Dividiam o tempo entre a chácara e o apartamento na Alameda Eduardo Prado, em São Paulo. São dessa fase os quadros da pintora retratando os usos e costumes do pequeno vilarejo. A primeira chácara de Anita Malfatti em Diadema foi vendida, a casa foi derrubada em 2007 e no local foi construído um edifício chamado Residencial Anita Malfatti, não existindo nele qualquer referência ao fato da pintora ter vivido ali. A outra chácara da pintora na cidade, na Avenida Cupecê, atual Avenida Presidente Kennedy, foi vendida para um grupo de médicos que construiu no local o Hospital São Lucas, hoje Hospital da Mulher.

Observatório astronômico – Em 1989, um grupo de jovens astrônomos amadores criou a SAAD – Sociedade de Astronomia e Astrofísica de Diadema. Em 1992, a Prefeitura recebeu, como doação da Família Nebias, a cúpula de origem alemã que o Sr. João Octavio Nebias havia adquirido dos monges beneditinos, em 1954, para o Observatório Astronômico Bandeirante. Construído neste mesmo ano, o Observatório Astronômico de Diadema é único no Grande ABC, no Bairro Inamar, a aproximadamente 810 metros acima do nível do mar.

A cúpula de bronze, revestida internamente com madeira é de 1917, e foi trazida para o Brasil pela Ordem dos Beneditinos de São Paulo para o Observatório de São Bento, extinto na década de 50. O espaço conta com um telescópio modelo MEADE, que permite a visualização de astros como a Lua, Júpiter e os anéis de Saturno.

Mauá:

Capela Cristo Rei – Situada no interior da Santa Casa de Mauá, a Capela Cristo Rei, remanescente da Juventude Operária Católica, possui em seu interior afrescos que retratam importantes passagens bíblicas. Pintadas, entre 1946 e 1947, pelo romeno Emeric Marcier, segundo uma perspectiva expressionista, são consideradas a Capela Sistina da Arte Brasileira.

Casa Bandeirista ou Colonial Paulista – Museu Barão de Mauá – Remanescente do período inicial da ocupação territorial paulista, o Casarão, atual Museu Barão de Mauá, foi construído no decorrer do século XVIII. Arquitetonicamente é considerado importante exemplar de Casa Bandeirista, tanto pelo esquema de planta adotado – de origem renascentista – quanto pela técnica de construção empregada, denominada taipa de pilão. Foi erguida com terra argilosa socada entre pranchões de madeira, proporcionando paredes de até 60 centímetros de espessura. Desapropriada em 1982, se tornou sede do Museu Barão de Mauá.

Chaminé de Curtume – Após iniciar as atividades industriais em 1938, o Curtume Mauá precisou de uma chaminé para dar vazão à fumaça da caldeira onde eram tratados os couros.

EE Emiko Fugimoto – De acordo com a resolução de n 09 de 26 de fevereiro de 2013 foi tombado, pelo Condephaat estadual, o edifício principal da Escola Estadual Emiko Fujimoto, antigo Centro Educacional de Paranavaí. Construído na década de 1970, a edificação tem projeto arquitetônico de Vilanova Artigas, responsável por projetar inúmeras instalações escolares, inclusive o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Imagem da Imaculada Conceição – A capela e a imagem são bens culturais materiais tombados. Igreja Matriz Imaculada Conceição de Mauá foi edificada em homenagem à padroeira da cidade, Imaculada Conceição. A atual igreja começou a ser construída em 1928. No local há a imagem da santa, procedente da Europa e entalhada em madeira no século XIX.

Ribeirão Pires:

Conjunto Ferroviário de Ribeirão Pires – O Conjunto Ferroviário de Ribeirão Pires foi implantado ao longo da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a primeira linha ferroviária em território paulista, que conectou o planalto ao litoral. O conjunto, composto por Estação, Armazém e Vila Ferroviária, representa o período de consolidação da companhia e promoveu o desenvolvimento da região. As tipologias arquitetônicas refletem o partido adotado pelos ingleses nas primeiras construções ferroviárias de São Paulo, com a introdução de novas técnicas como a alvenaria de tijolos e o ferro fundido. Sua vila registra a forma de moradia associada ao segmento de ferroviários e mantém o valor simbólico para a compreensão do conjunto de estações ao longo da linha.

Edifício do Moinho Fratelli Maciotta (Fábrica de Sal) – A empresa Fratelli Maciotta & Comp. foi fundada em 1898 com o objetivo de moagem de trigo e outros cereais. O edifício se destaca pela distribuição racional do espaço, voltado para a otimização do processo de produção, dividido em 3 partes: área de maquinário, corpo central para as pás do moinho e corpo posterior para armazenagem (silos) e transporte por trilhos. Em 1940 foi construída a Fábrica de Sal. O edifício é síntese da industrialização paulista: a relevância da indústria de pequeno capital e familiar imigrante; a ferrovia como principal meio de comunicação; o rio como força motriz, e o emprego de mão de obra predominantemente estrangeira na produção.

Igreja Nossa Senhora do Pilar – Antônio Correa de Lemos foi nomeado capitão-mor de Caaguassu e, em pagamento de uma promessa, mandou construir a Capela do Pilar Velho que se tornou o centro das romarias da região. Neste local originou-se um povoado que, em 1831, transformou-se no Bairro do Pilar, vinculado à Freguesia de São Bernardo. A capela constitui-se em importante exemplar arquitetônico do século XVIII. De pequenas dimensões, apresenta em sua elevação frontal uma torre, acréscimo feito em 1809, e, no trecho que corresponde à nave, apenas uma porta, com verga em arco pleno. Lateralmente, a fachada apresenta uma varanda reentrante, típica das construções bandeiristas. A edificação chegou até os dias de hoje praticamente inalterada.

Rio Grande da Serra:

Conjunto da Estação Ferroviária de Rio Grande da Serra – O Conjunto da Estação Ferroviária de Rio Grande da Serra foi implantado ao longo da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a primeira linha ferroviária em território paulista, que conectou o planalto ao litoral. O conjunto, composto por Estação, Armazém e Vila Ferroviária, representa o período de consolidação da companhia e promoveu o desenvolvimento da região. As tipologias arquitetônicas refletem o partido adotado pelos ingleses nas primeiras construções ferroviárias de São Paulo, com a introdução de novas técnicas como a alvenaria de tijolos e o ferro fundido. Sua vila registra a forma de moradia associada ao segmento de ferroviários e mantém o valor simbólico para a compreensão do conjunto de estações ao longo da linha.

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