“Entre Bordas: Como eu existo” investiga produção artística do ABC no Sesc Santo André
O Vila Mundo é uma iniciativa do Instituto Acqua em parceria com a Catraca Livre
Neste sábado (27/05) o Sesc Santo André abre espaço para a arte contemporânea do Grande ABC na exposição “Entre Bordas: Como eu existo”, com curadoria de Douglas Negrisolli. O projeto expositivo busca uma possível identidade de artistas e curadorias que possuem relação forte com a região, seja de origem ou trabalho. Nesta terceira edição do evento, todos os artistas selecionados tratam sobre um contexto de um corpo que ocupa lugar no espaço, seja o corpo do consumo, o de carne e osso ou o corpo que faz parte do imaginário.
- Entre Terreiros e Quintais: o samba toma conta do Sesc Santo André em novembro
- No Mês da Criança, Sinfônica de Santo André apresenta espetáculo “Sombras Musicais”
- Sesc Santo André: Música e artes cênicas se entrelaçam em uma programação que revisita o samba
- Outubro no Sesc Santo André: atividades para todas as idades divertem o mês das crianças
Ao longo dos anos, a produção artística na região do ABC Paulista manteve vínculos determinantes com a industrialização e a modernização das cidades, culminando em manifestações identitárias e originais nos mais diversos campos. A identidade artística da região, construída e influenciada pelas transformações sociais, é tema de diversas obras literárias e trabalhos acadêmicos que se aprofundam nos contextos socioculturais do passado, estabelecendo pontes com o presente.
Partindo desta reflexão, o Sesc Santo André criou o projeto Entre Bordas, composto de três exposições: Uma imagem precisa de dois, com curadoria de Cristina Suzuki e participação de Angela Camata, Bruno Novaes, Gustavo Jeronimo e Mariana Vilela, em 2018; Sons que escapam, com curadoria de Paula Braga eparticipação de Paulo Nenflídio, Thomaz Rosa, Renan Marcondes, Sandra Cinto,Bruno Kurru e Marília Coelho, em 2020, e, finalmente, Como eu existo, com participação de Guilherme Callegari, Letícia Gonçalves e Sheyla Ayo. “A ideia de chamar a exposição de ‘Como eu existo’ é falar com as pessoas de um modo que elas possam refletir sobre a própria existência. Após a pandemia, acho que isso ficou muito agudo. As pessoas tiveram que olhar para dentro de si e para os outros de uma outra forma. Esta exposição encerra a tríade do projeto ‘Entre Bordas’ e possibilita que se tenha três mostras em panoramas completamente diferentes, antes e depois da pandemia”, explica Negrisolli.
Nesta edição, a curadoria reúne três artistas e suas reflexões sobre os corpos e formas de existir. Guilherme Callegari exibe suas pinturas com um vasto conhecimento de design e paleta de cores que indicam o pop, o consumo e, também, se referem ao seu próprio corpo. Em suas obras abstratas, Letícia Gonçalves retrata um corpo ferido e subjugado, o que estabelece uma conexão com os corpos de cada um que, apesar de serem únicos, ainda estão presos a um culto de padronização estética. De uma forma mais correlata, Sheyla Ayo em suas performances e fotografias, discutindo a pele negra como parte importante da historiografia brasileira, e abordando temas como o papel da mulher negra na construção social da cultura brasileira.
Sobre o curador
Douglas Negrisolli
Criador e programador no artyou.global e na ngroup.works. Historiador pelo Centro Universitário Fundação Santo André, Doutor e Mestre em Educação, Artes e História da Cultura pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie-SP. Curador independente de Artes Visuais, com ênfase em produção moderna e contemporânea. Desenvolveu diversas produções, como “Memórias e ações dos Salões de Arte Contemporânea de Santo André”, com prêmio PROAC em 2015, e “em Diálogo”, mostra premiada pela Funarte em 2019.
Sobre os artistas
Guilherme Callegari
Nascido em 1986 em Santo André, Guilherme hoje vive e trabalha em São Paulo. Graduou-se em Design Gráfico com ênfase em tipografia em 2011. Sua obra lida com temas do Design Gráfico/Comunicação e da pintura. Depois de sua formação o artista se deixa contaminar por suas pesquisas em Design Gráfico na faculdade e passa a assumir essa temática como objeto de pesquisa em sua pintura. Em 2009 fez sua primeira exposição individual no Museu de Santo André, em 2011 foi convidado para montar sua segunda exposição individual na cidade, na Casa do Olhar. Ganhou prêmios em salões de Santo André (aquisição e menção honrosa) e Praia Grande (1 Lugar), em 2015 participou da exposição Memórias e Ações dos Salões de Arte Contemporânea de Santo André, em 2018 foi convidado a participar com uma miniexposição individual dentro do Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto em Santo André. Participou de exposições coletivas na BARÓ Galeria, Zipper Galeria e duas individuais na Casa Nova Arte e Cultura Contemporânea e Galeria VERVE. Tem trabalhos em coleções em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Peru e Holanda. Incluindo coleções públicas como Casa do Olhar em Santo André, Palácio das Artes de Praia Grande,Centro Cultural São Paulo, MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro).
Letícia Gonçalves
Formada em artes visuais pela faculdade Belas Artes de São Paulo em 2018. Em 2020, ingressou no curso de cinema e TV do Centro Audiovisual de São Bernardo do Campo. Participou de mostras como Triennale Mini Print de Liege, na Suíça (2021). Salão de Vinhedo (2021), espaço Apis – “A fronteira” (2020), Subsolo laboratório de arte – “Mulher é +” (2019), Centro Cultural do Alumínio – “O alumínio e a gravura em metal” (2019), Museu Belas Artes em São Paulo – “Abstratas Moradas” (2018), na Galeria Brás Cubas em Santos – “Incorruptos” (2018), no Centro Criativo Capiusa na Guatemala – “Cosmovision Feminina” (2018) e a individual “Por Trás” no centro criativo LOBO, em São Paulo (2018). Foi premiada em 5º lugar na 7ª Edição do Prêmio Ibema de gravura (2017), e ganhou prêmio aquisição Fundart no 15º Salão de Artes Visuais de Ubatuba (2018).
Sheyla Ayo
Com formação acadêmica pela Faculdade Salesianas – FATEA, em 2009, e cultural pelo Candomblé, a pesquisa da artista envolve desenho, pintura, fotografia e performance. Possui uma investigação que busca diálogos com a ancestralidade feminina e o “refazimento” das trajetórias da história negra, desenho, pintura e fotografia. Sua obra é mencionada em uma série de plataformas, entre elas se destacam as entrevistas para a Folha de São Paulo presente na matéria “Pensamentos Decoloniais”.
Serviço:
Entre Bordas: Como eu existo
Curadoria de Douglas Negrisolli
Artistas: Guilherme Callegari, Letícia Gonçalves e Sheyla Ayo
Abertura: 27/05/2023
Visitação: maio a novembro de 2023, terças a sextas das 10h às 22h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Galeria
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André)
Estacionamento: R$ 5,00 a primeira hora e R$ 1,50 por hora adicional,mediante apresentação de Credencial Plena. R$10,00 a primeira hora e R$ 2,50 por hora adicional para demais públicos
DicaVilaMundo: Quer ficar por dentro de mais iniciativas culturais, sociais e sustentáveis? Siga o Instituto Acqua no Facebook e Instagram