Formado na Fundação das Artes, pianista se dedica à educação musical nos Estados Unidos

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Aprender um instrumento musical pode trazer inúmeros benefícios desde a infância, como maior disciplina e facilidade em se expressar. O pianista Daniel Rofer, formado pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, hoje se dedica ao ensino do instrumento e destaca a evolução percebida no desenvolvimento social e intelectual dos alunos. Na Fundação, é possível ter contato com a música a partir dos 5 anos de idade, com o curso de Musicalização, e podem se profissionalizar no Curso Técnico com Habilitação em Instrumento Musical ou em Canto.

Ex-aluno da instituição, no ABC paulista, destaca benefícios do contato com a música desde cedo. Foto: Divulgação.
Ex-aluno da instituição, no ABC paulista, destaca benefícios do contato com a música desde cedo. Foto: Divulgação.

“Trabalhei no ensino da música a crianças em uma ONG por muito tempo e pude observar diversos casos de alunos que mudaram de vida através da música”, relata Daniel Rofer, que desde 2018 atua como educador musical em New Jersey, nos Estados Unidos.
Nesse período, o pianista lançou dois álbuns musicais intitulados “Prelude” e “Strange Land”, este último um trabalho experimental de piano para crianças, com composições feitas a partir das necessidades de seus alunos e com a participação deles. “Atualmente, trabalho com autistas, com idade entre 17 e 30 anos. A música é uma atividade que os ajuda em diversos aspectos, possibilita a eles se expressarem. Tem sido uma experiência bem legal”, explica.
Em sua trajetória, ele observou a importância do contato com a música ainda na infância. “Quando cursei o profissionalizante na Fundação, onde o conteúdo era mais avançado, eu percebia que meus amigos que entraram desde cedo na musicalização tinham grande facilidade nas aulas. Hoje, observo nos meus estudantes que, com certeza, aprender um instrumento musical só traz benefícios, principalmente com essa explosão de dispositivos eletrônicos que vivemos. É fundamental uma atividade que os tire desse ambiente, especialmente durante a pandemia, em que as coisas ficaram ainda mais dependentes do virtual”, observa.
Rofer ingressou como estudante na Fundação das Artes em 2005 e no decorrer dos anos, participou como pianista em várias peças de teatro, além de atuar como bolsista em diversas atividades, como por exemplo montador da Orquestra Filarmônica e da Big Band, composta por músicos profissionais para desenvolver a música de câmara popular.
“A passagem pela Fundação foi um divisor de águas na minha vida, pois entrei aos 18 anos sem uma educação musical formal. A instituição tem um ensino de alto nível: tive aulas de canto coral, teoria musical, estruturação musical, contraponto, história da música e harmonia, sempre com excelentes professores, que me deram toda a base de formação musical”, relata.
Aos que sonham em seguir profissionalmente na música, Daniel aconselha a abrir o leque de possibilidades de atuação. “O mercado de trabalho de um músico, de uns anos para cá, está diferente, com novas possibilidades. Ter um bom nível de conhecimento do instrumento e trabalhar como solista é bem legal, mas isso não o impede de fazer outras atividades”, afirma.
De acordo com o musicista, para seguir na área de ensino, por exemplo, é fundamental lecionar, porque isso estimula a reciclar os conhecimentos; pesquisar sobre os educadores musicais, como Edgar Willems e Zoltán Kodály; e aprender inglês, pois há muitas possibilidades de dar aulas nessa língua e até mesmo fora do país. “É totalmente possível viver de música, só é preciso estar aberto a fazer diversas atividades. Para ter qualidade de vida, é importante fazer o que se gosta. Tenho muita sorte de ter continuado na música, porque hoje eu faço o que gosto e isso não tem preço”, finaliza.
Escola de Música

A educação musical tem início na Fundação das Artes aos 5 e 6 anos com o curso de Musicalização. Com duração máxima de dois anos, trabalha os princípios básicos da música por meio de vivências e jogos, com o objetivo de despertar no aluno o prazer de ouvir e de fazer música.
Dos 7 aos 12 anos, os alunos podem cursar Introdução Musical. Com duração de um semestre, o curso é preparatório para o teste de ingresso à Formação Musical no caso dos alunos que não forem aprovados no teste para o nível 1, ou dos que optem por realizar este preparatório como uma introdução mais minuciosa sobre aspectos básicos de percepção, rítmica e teoria.

A partir de 12 anos, já é possível iniciar aulas individuais de instrumento musical/canto, no mesmo formato dos cursos adultos.
Aqueles que se interessam pela profissionalização podem prosseguir para o curso Técnico com Habilitação em Instrumento ou em Canto. Nessa etapa, com duração de 4 semestres, há aulas de Percepção, Harmonia, Contraponto, Análise, Música Popular e História da Música, assim como as Práticas de conjunto (orquestras, Big Band, Coral, Grupos camerísticos, etc). Mais informações em www.fascs.com.br.
A diretora da Fundação das Artes, Ana Paula Demambro, comemora as conquistas dos ex-alunos e destaca  a importância de valorizar os profissionais que passaram pela instituição. “É muito gratificante ver os talentos que se formaram ao longo de várias décadas e que contribuem para o enriquecimento das artes e da cultura no País e em todo o mundo”, reflete.

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