Ilessi lança ‘Mundo Afora: Meada’ no Sesc Pompeia
- 04 de outubro de 2018
- Preço: Comprar
- R$ 30 (inteira), R$ 15 (pessoas com mais de 60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 9 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes).
- Local: Sesc Pompeia
- Sesc Pompeia – Rua Clélia – Pompeia, São Paulo – SP, Brasil
- Mais informações:
- Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
“Ponho em meu canto cada canto do mundo”: Essa é a diretriz de MUNDO AFORA: MEADA, da cantora e compositora carioca Ilessi, que lança o álbum em São Paulo no dia 4 de outubro, às 21h, no Sesc Pompeia. O objetivo foi fazer um disco-manifesto, de caráter cosmopolita, que mostrasse o quanto a canção brasileira continua viva, rica e original, com centenas de compositores criativos e produtivos pelo país. E o repertório conduz o ouvinte por uma viagem com muitas paisagens sonoras distintas.
Para Thiago Amud, convidado especial no show no Sesc Pompeia, diretor musical e arranjador da bolacha, “é a aventura da cantora buscando a si mesma pelos quatro cantos do mundo – quatro cantos que estão nesse Brasil, que é o símbolo do mundo afora. Neste disco, cabem a eletrônica, o atonalismo, as guitarras distorcidas porque o Brasil acolhe isso tudo. Ilessi é capaz de reconhecer o que existe de brasileiro em formas musicais que não foram nascidas no Brasil e reconhecer o que existe de universal em formas musicais tão brasileiras”.
MUNDO AFORA: MEADA, título cujo formato é inspirado no fundamental “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, segundo trabalho de uma carreira que chegou recentemente à maioridade, foi gravado em fevereiro de 2017, no Estúdio Fazenda das Macieiras, do também compositor Alexandre Andrés. O conceito do disco remete ao clássico LP “Minas” (1975 – que precede o “Geraes”, de 1976), de Milton Nascimento e “soa como moderno, experimental e atemporal, como uma tentativa de abertura de novos caminhos estéticos para a MPB da época, o que também buscamos neste disco”, explica Ilessi.
- Universidade da Espanha oferece 30 bolsas para brasileiros
- O que acontece quando olhamos fixamente nos olhos de um cachorro, segundo a ciência
- Em feito inédito, equipe feminina conquista vaga no torneio tier 1 de Counter Strike
- Estudo alerta para o risco de câncer de intestino em jovens brasileiros
O roteiro é costurado por uma diversidade de gêneros musicais. Eles se comunicam em arranjos livres e ousados, que instiga o ouvinte, justamente por irem muito além. A estética dialoga com o inclassificável. Há elementos da cúmbia, da macumba, da música clássica, da balada em 3/4 mineira, do coco, do jazz, da valsa, todos em perfeita harmonia. A ousadia chega na estrutura musical. Os arranjos de Amud usam compassos pouco usados na música brasileira – “Meada” (Marcelo Fedrá e Thiago Amud) tem um trecho em 13/8 e “Miragem” traz subtração de colcheias (10 a 1/1 a 10) como nas músicas devocionais indianas, sem a divisão simétrica do ritmo como é familiar no ocidente.
No disco, predominam arranjos cheios, em camadas, e instrumentação rara, com bastante kanjira, pakawaj e morchang (da Índia), métalo (um metal tocado com baqueta que produz um som rascante) mais chamador, tambora e alegre (da música latinoamericana) combinados a guitarras e sopros, por exemplo. É o caso de “Negro Sangue” (Diogo Sili e Renato Frazão), que abre o disco e rasga o ar com um arranjo que mistura rock e baião, mesclando na instrumentação um trio de rock e um trio de forró, além da presença de instrumentos clássicos, como o violoncelo, e pouco usuais, como a ronda moderna.
Compositores de BH, Rio, Brasília e Ceará entraram na seleção de MUNDO AFORA: MEADA, feito via crowdfunding. “Miragem” (Gonzaga da Silva) é uma canção de amor que transmite um ar misterioso e que remete a cinema. Já “A culpa é do saci” (Edu Kneip) aborda a contraditória sociedade brasileira, com seus esquemas de corrupção e impunidade, nos quais os culpados “pegam um pra Cristo”, põem “a culpa no saci”. Enquanto que a supracitada “Meada” é uma tentativa de desvendar os elementos que ainda resistem aos trágicos rachas ideológicos, apontando fatos históricos pontuados por conflitos particulares que, no fim, são ligados por um mesmo enredo.