“INVOCADxS”, da República Ativa de Teatro, faz sessão online no Dia dos Professores

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre

Nesta sexta-feira (15/10) às 15h haverá uma sessão online especial do espetáculo infantil “INVOCADxS”. A apresentação da peça da República Ativa de Teatro é em contrapartida do ProAC Expresso LAB (Programa de Ação Cultural Expresso Lei Aldir Blanc). Para assistir clique aqui. Grátis!

Canções originais executadas ao vivo e relatos de crianças permeiam o espetáculo numa relação documental. Foto: Vitor Vieira.
Créditos: Foto: Vitor Vieira.
Canções originais executadas ao vivo e relatos de crianças permeiam o espetáculo numa relação documental. Foto: Vitor Vieira.

“INVOCADxS” é um espetáculo teatral que aborda a criança na escola, seus anseios e problemas, com muita música e memórias reais dos atores. Em cena estão Leandro Ivo, Rodrigo Palmieri, Thiago Ubaldo e Vivi Gonçalves. A encenação é da República Ativa e a direção é de Marcelo Soler.

Sinopse:

Quatro atores rememoram o desejo de formarem uma banda de escola e aproveitam para questionar duvidosas regras e um sistema de ensino que não leva a criança em consideração. Inconformados, eles promovem uma verdadeira revolução na escola. Canções originais executadas ao vivo e relatos de crianças permeiam o espetáculo numa relação documental.

Sobre o Espetáculo

Como é a relação da escola tradicional com a criança? É baseada no diálogo ou na imposição de regras e valores? Quanto o sistema educacional em vigor subestima os pequenos? Esses e outros questionamentos nortearam a criação do espetáculo “INVOCADxS”, da República Ativa de Teatro, sob a direção de Marcelo Soler.

Partindo da perspectiva estética em teatro documentário, o espetáculo vem questionar o sistema educacional tradicional, abarcando quem mais precisa ser ouvido: as crianças/alunos. Afinal, a escola é a base da construção de uma sociedade, e essa instituição manteve praticamente o mesmo sistema impositivo ao longo do tempo. Será que os mesmos métodos ainda são eficientes, ou a realidade das crianças mudou e é necessário repensá-los? Quatro alunos no primeiro dia de aula de uma nova escola se deparam com duvidosas regras e um sistema de ensino que não leva a criança em consideração. Inconformados, eles se questionam e acabam promovendo uma verdadeira revolução na escola. Com canções originais executadas ao vivo, o espetáculo discute os rumos da educação.

A criança é uma página em branco, que desde o nascimento recebe cores e linhas daqueles que passam por sua vida. Quando chega à escola, ela já possui muitos traços da família, e agora irá aprender a desenvolver os próprios traços e também a conviver com os diferentes. Ela já possui uma experiência anterior, e a escola é uma continuidade da vida, e não uma preparação para a mesma como muitos afirmam. E por ser essa continuidade, a relação poderia ser muito mais saudável se essa escola proporcionasse mais experiências para que os conteúdos fossem conquistados, e não apenas decorados. Sonhamos com uma escola mais humana, que instrumentaliza o pequeno para que ele saiba reconhecer como pode atuar nas situações que a vida lhe traz, e não apenas um repetidor de conceitos que, muitas vezes, ele não compreende suas razões, mesmo que necessárias.

Em uma época em que o professor é tido como um grande vilão da educação, a Cia ressalta sua visão ao mostrar que ele é também vítima desse sistema. Mesmo com ideias e tentativas, muitas vezes ele é tolhido porque a instituição exige resultados numéricos, que nem sempre reproduzem a real absorção dos conceitos. Então, mais do que buscar culpados, o espetáculo escancara o problema e alimenta a esperança de dias melhores. Mais do que respostas, o espetáculo traz luz à essa crise educacional.

O título do espetáculo anula as questões de gênero do nome “Invocados” como forma de se aproximar da atual geração que reflete sobre assuntos como esse. Atualmente os jovens tem atuado de forma muito inovadora em relações as gerações passadas, transgredindo regras e questionando muitos padrões. Trata-se de uma geração muito mais inclusiva. Para um espetáculo infantil, usar esta grafia no título da peça chega ao ponto de agregar um caráter rebelde. E sim, é exatamente do que isso trata, elevando, inclusive, o questionamento para além das questões de gênero.

A estética do espetáculo é apresentada no formato de uma banda. Abusando dos diversos elementos do universo da música, o cenário e os adereços remetem a esse estilo e propõe rememorar aquelas bandas musicais infantis. As canções apresentadas transcendem e potencializam o discurso da peça.

Sobre a Cia

A República Ativa de Teatro desenvolve desde 2006 uma sólida pesquisa dentro do universo teatral para crianças, intitulada “O Real Imaginário”. Com um premiado repertório de espetáculos, contações de histórias e oficinas, a Cia continua atuante, experimentando e reafirmando escolhas em prol de um teatro infantil artisticamente relevante.

O início dessa pesquisa se deu através da busca por textos consagrados na dramaturgia brasileira para crianças. Com o olhar atento para temas que fossem relevantes nos dias atuais, a Cia encenou a aceitação do ser diferente em nossa sociedade (“A Bruxinha Que Era Boa” – 2006), as perdas sofridas ao longo da vida e a busca por nossos sonhos (“O Cavalinho Azul” – 2008), a descoberta da liberdade, maturidade, autonomia e autenticidade (“A Menina e o Vento” – 2012). Junto a essa trilogia, foram criadas uma série de contações de histórias e oficinas a partir dos temas dos espetáculos, com adaptações de diversos livros infantis, que somadas à debates, oficinas e reflexões, fizeram parte do projeto “O Universo Infantil em Maria Clara Machado”.

Com o intuito de discutir os medos da criança contemporânea, a solidão, o abandono e as relações entre pais e filhos, a Cia estreou seu primeiro espetáculo totalmente autoral “Quem Apagou a Luz?” (2012). O segundo trabalho autoral foi o espetáculo “Splash ou A História da Gota Que Sonhava Ser Rio” (2016) que trouxe à cena uma discussão sobre os anseios e angústias da criança (e do ser humano) ao ter de se relacionar com o outro. No mesmo ano, a Cia estreou no Centro Cultural São Paulo o espetáculo “O Inimigo” (2016), baseado na obra homônima de Davide Cali e direção de Val Pires, levando à cena as incoerências de uma guerra, com todas as suas contradições e possíveis desdobramentos.

Em 2018, a Cia foi contemplada pela 32ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, com o projeto “Sonhos em Tempos de Guerra”, que contou com a participação de diversos artistas e coletivos para a criação, desenvolvimento e reflexão da criança dentro das pequenas guerras cotidianas.

Esse repertório recebeu 29 prêmios em diversos festivais pelo país, além de duas participações em festivais internacionais no Chile – “3º Encuentro de La Red Iberoamericana de Artes Escènicas” (2007) e “XIV Festival Internacional de Teatro ENTEPACH” (2009) – e grande repercussão de público e crítica.

Serviço:

Espetáculo: Invocadxs

República Ativa de Teatro

Link: https://youtu.be/LxD3EIYZpY8

Data: de 15 de Outubro de 2021, Sexta-feira, às 15h.

Gratuito

Classificação: Livre

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