Moradores contam suas histórias em projeto que visa preservar memória da Vila de Paranapiacaba
O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre
Resgatar a história de Paranapiacaba e do Parque Nascentes para preservá-los é o objetivo do projeto “Trilhas e Trilhos da Memória: desvendando histórias do Parque Nascentes”, que registrou em vídeo depoimentos de moradores antigos da Vila Inglesa localizada em Santo André e também de pesquisadores que atuaram no Parque Nascentes de Paranapiacaba desde a sua criação, em 2003.
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O resultado foi a produção de dois filmes, sendo que o primeiro, com depoimentos de pessoas que construíram suas vidas em torno do parque, pode ser conferido por meio do canal da Prefeitura no Youtube neste link.
O filme é composto por sete entrevistas gravadas ao longo de dois meses, em cenários sugeridos pelos próprios personagens, mostrando sua ligação com a Vila. Personagens tradicionais de Paranapiacaba, como Waldemar da Ambulância (Waldemar de Oliveira), que saiu de Minas Gerais, sua terra natal, para conseguir trabalho e juntar dinheiro para casar, e ficou na Vila até se aposentar, ou ainda Zé Mario (José Mario Francisco), que chegou a Paranapiacaba com nove anos, pois seu pai, que era contra-mestre da estrada de ferro Santos-Jundiaí, foi transferido para a Vila, são apenas alguns exemplos de narrativas de vida e história oral registradas pelo projeto.
A iniciativa faz parte das atividades comemorativas do aniversário de 18 anos do “Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba”, completados neste mês de junho, e da programação do mês do Meio Ambiente em Santo André – Junho Verde. O projeto é uma produção da Secretaria do Meio Ambiente de Santo André, por meio do Departamento de Parques Municipais.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Fabio Picarelli, o projeto “Trilhas e Trilhos da Memória” tem como objetivo resgatar a memória de moradores relacionada às suas histórias e ao uso das áreas florestais do entorno da Vila, por meio de rodas de conversas informais, entrevistas semi-estruturadas e filmagens, para registros da memória oral.
“Estes registros consistem no esboço de um trabalho que se pretende aprofundar, para que em breve tenhamos mais informações sobre a história do Parque Nascentes, assim como sobre a interação dos moradores com a floresta. Essas informações poderão fazer parte do acervo expositivo da unidade de conservação, visando valorizar a cultura local e contribuir com a preservação da paisagem cultural de Paranapiacaba”, acrescentou Picarelli.
Também deram seu depoimento para o projeto Alzira Maria da Silva Pellegrine que veio para a Vila em 1963, com dois anos de idade; Hercules Henrique Soares, nascido em Paranapiacaba, cujo avô trabalhava na extração de madeira para a produção de carvão; Antonio Dorival de Souza, hoje com 74 anos, que chegou a Paranapiacaba em 1949, quando tinha dois anos, Edna Maria Cavalcanti, nascida na Vila em 1961, e João Manoel Santana, que nasceu em Minas Gerais, na cidade de Viçosa, e se mudou para Paranapiacaba para trabalhar na ferrovia em 1976 .
O segundo filme, que deverá estar disponível em breve, trará depoimentos de pesquisadores que desenvolvem pesquisas no Parque. “O Parque Nascentes de Paranapiacaba foi criado com objetivo principal de preservar os ecossistemas naturais, possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e ambiental, e de turismo ecológico (Lei Federal 9.985/2000), e desde então muitos trabalhos importantes foram realizados no local, por isso, registrar os depoimentos destes profissionais também é fundamental”, reforçou o gerente de unidades de Conservação da Secretaria de Meio Ambiente, Leandro Wada Simone.
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