Peça ‘A Golondrina’, do espanhol Guillem Clua, estreia em SP

Até de de
Sexta – Sábado – Domingo
– Sextas e sábados, às 21h
Domingos, às 19h
Preço: Comprar
R$10
60%
Local: Teatro Nair Bello
Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569 – Consolação, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

Atualmente em cartaz na Espanha (onde é estrelada pela atriz Carmem Maura), A Golondrina, do premiado autor barcelonês Guillem Clua, ganha uma montagem brasileira com direção de Gabriel Fontes Paiva e elenco formado por Tania Bondezan (tradutora do texto) e Luciano Andrey. O espetáculo estreia no dia 19 de abril no Teatro Nair Bello, no Shopping Frei Caneca.

Com Tania Bondezan e Luciano Andrey no elenco, texto narra o encontro transformador entre uma professora de canto e um novo aluno. Celebrada recentemente na Espanha e em Londres, peça é inspirada em atentado terrorista nos EUA e discute a libertação e aceitação.
Créditos: Jairo Goldflus
Com Tania Bondezan e Luciano Andrey no elenco, texto narra o encontro transformador entre uma professora de canto e um novo aluno. Celebrada recentemente na Espanha e em Londres, peça é inspirada em atentado terrorista nos EUA e discute a libertação e aceitação.

Em parceria com a Chave VilaMundo, a produção oferece 80% de desconto para os leitores do VilaMundo nos dias 19, 20 e 21 de abril. Pegue o seu cupom aqui.

A peça mostra o encontro entre Amélia, uma severa professora de canto, e o estudante Ramon, que a procura para melhorar sua técnica vocal com a intenção de cantar no memorial de sua mãe recentemente morta. A música escolhida tem um significado especial para ele e, aparentemente, também para ela. Apesar de sua relutância inicial, a mulher concorda em receber o jovem em sua própria casa e ajudá-lo e no decorrer da aula, os dois personagens vão revelando detalhes de seu passado que se entrelaçam como num quebra-cabeças.

”A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista. Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções”, revela a atriz Tania Bondezan.

O texto é inspirado diretamente no ataque terrorista do Bar Pulse, que aconteceu em Orlando (EUA), em junho de 2016, mas nele também ecoam as tragédias do bar Bataclan, em Paris (França), do calçadão em Nice, Las Ramblas de Barcelona. É uma tentativa de compreender a insensatez do horror, as consequências do ódio e as estratégias que usamos para que eles não nos destruam a alma. Quando Amélia e Ramon se conhecem têm dois caminhos a seguir: podem optar pelo ódio ou caminhar juntos. Ambos têm razões para causarem ainda mais danos além do que sofreram ou se reconhecer na dor um do outro para não permitir que vença o instinto animal.

“A Golondrina é uma das peças mais comemoradas de Guillem Clua. É uma peça que fala sobre liberdade, diversidade e, sobretudo, sobre aceitação, temas tão caros nos dias que vivemos em todos os lugares do mundo e especialmente aqui no Brasil. O Ataque ao Bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui em nosso país, este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão”, acrescenta a atriz.

Já o diretor Gabriel Fontes Paiva considera Guilemm Clua um dos melhores autores contemporâneos. “Ele me impressionou muito porque tem uma escrita muito eficiente, objetiva e surpreendente; consegue prender a atenção o tempo todo com maestria. Fiquei muito feliz com o convite dos produtores Ronaldo Diaféria, Tania Bodezan e Odilon Wagner para dirigir essa peça maravilhosa. Tania é uma atriz intensa, madura, cheia de talentos e Luciano é um ator extremamente sensível e dedicado, revela Gabriel. Seus últimos trabalhos como diretor foram “Marte Você Está Aí?”, em 2017, texto de Silvia Gomez, com Selma Egrei, Michelle Ferreira e Jorge Emil no elenco, e em 2015 dirigiu “Uma Espécie de Alasca”, de Harold Pinter, com Yara de Novaes, Mirian Rinaldi e Jorge Emil. Gabriel também é co – fundador do Grupo 3 de Teatro, ao lado de Yara de Novaes e Débora Falabella.

O espetáculo trata de temas universais e isto é o que mais fascinou o ator Luciano Andrey. “O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo. Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe o ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões. Ao invés de assumir a posição de um deles, o autor propõe uma reflexão sobre a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro e sermos empáticos, que acredito ser a chave para as mazelas humanas”, diz.

O texto já ganhou diversos prêmios pelo mundo, como o Prêmio MAX 2019, Off West End London Theater Award 2017, Queer Theater 2018 (Atenas, Grécia).