Peça traz atores deficientes visuais e aborda tabus entre cegos

Protagonizado por atores deficientes visuais, o espetáculo  “Volúpia da Cegueira”, que aborda a sexualidade entre quatro personagens cegos, revelando suas descobertas e fetiches mais íntimos, se apresenta no Teatro J. Safra entre os dias 05 e 07 de outubro.

Sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro, peça “Volúpia da Cegueira” estreia em São Paulo e proporciona experiência sensorial única ao público.
Créditos: Janderson Pires
Sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro, peça “Volúpia da Cegueira” estreia em São Paulo e proporciona experiência sensorial única ao público.

Em parceria com a Chave VilaMundo, o teatro oferece para nossos leitores ingressos por apenas R$ 10,00. Pegue o seu cupom de desconto aqui e apresente na bilheteria do teatro.

Com texto de Daniel Porto e direção de Alexandre Lino, o espetáculo traz no elenco atores videntes e cegos, mas sem identificar quais têm a deficiência ou não, propondo uma inversão de papeis entre eles e o público.

No início da sessão, o público receberá vendas para os olhos, promovendo a experiência de escuridão vivida pelos autores. A peça propõe uma experiência sensorial, que resgata da realidade o material essencial para desmistificar o que se passa na cabeça das pessoas em relação à intimidade dos que não enxergam.

O tema é baseado na história do tio do Lino, com quem o diretor conviveu até a adolescência no interior de Pernambuco. “Estudos mostram que, para a maioria das pessoas, os cegos são seres praticamente assexuados. Eu nunca tive essa impressão, pelo contrário. Meu tio ficou cego aos 18 anos, no auge de sua descoberta sexual, e continuou sendo muito ativo mesmo depois de desenvolver a cegueira”, conta Lino.

A peça é contemplada pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, seleção pública que tem como objetivo contemplar projetos de circulação de espetáculos teatrais não inéditos, em parceria com o Ministério da Cultura.

Após a apresentação, o espetáculo da Documental Cia fará um bate-papo com o público e realizará encontro com artistas e grupos locais para trocas de experiências sobre o processo da peça. Um outro destaque da peça é a presença de intérpretes de Libras – Língua Brasileia de Sinais – e acesso especial ao deficientes visuais para o diálogo com cenário.