Podcast na Minha Quebrada aborda o impacto da crise climática nas periferias e comunidades tradicionais do ABC

O Vila Mundo é uma iniciativa do Instituto Acqua em parceria com a Catraca Livre

Por VilaMundo
26/11/2025 13:15

 

 

Podcast Na Minha Quebrada trará assuntos sobre mudanças climáticas e o protagonismo de iniciativas nas periferias e comunidades tradicionais do Grande  ABC Paulista.

Estreia ainda esse ano (2025), nove de dezembro, o Podcast Na Minha Quebrada, contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2024, idealizado pela jornalista e produtora cultural Fabiana Lima, que atua há mais de dez anos pautando as periferias e sua diversidade. O podcast busca revelar a pluralidade das narrativas vindas das quebradas e comunidades tradicionais do grande ABC Paulista.

Nesta primeira etapa, os episódios mergulham nos impactos das mudanças climáticas na vida de quem mora nas periferias ou em comunidades tradicionais.

Suane Brazão, quilombola do estado do Amapá, Bátia Jello, sacerdotisa do culto candomblé e Jurema, e Elson Mirim, da etnia Guarani Mbyá, estão entre os convidados que compartilharão histórias de seus territórios, saberes sobre justiça ambiental, medicinas da floresta, a importância dos povos tradicionais para a preservação do meio ambiente e iniciativas sustentáveis nas periferias.

As comunidades tradicionais e as periferias são as que mais sofrem com o impacto da crise climática, porém, mesmo em frente ao efeito dos desastres ambientais: fortes chuvas – que provocam deslizamento em comunidades com moradias irregulares -, secas, insegurança alimentar, racismo ambiental, elas têm sido protagonistas quando o assunto é o enfrentamento.

Para Fabiana, o ponto central desse podcast é a possibilidade de aprendizado pela troca de experiência com as pessoas que moram nas periferias e comunidades tradicionais, pois, em sua maioria, são nesses costumes que abrigam essencialmente a solução.

“As periferias têm muitos nordestinos que vieram do campo e retomaram a prática de plantio, as comunidades de terreiro preservam e cultivam plantas tradicionais, que também são de uso medicinal, o próprio modo como as comunidades tradicionais vivem é autossustentável”, aponta Fabiana.

A jornalista é favorável a novas tecnologias, mas defende a preservação das práticas ancestrais. “Sou a favor da ciência, das inovações tecnológicas que estejam em consonância com nossas tecnologias ancestrais, além de não colocarem em risco os biomas naturais.

 

Outro Lado da Periferia: Pelo Olhar de Quem Mora

 

Moradora da periferia do Jardim Santo André, em Santo André, Fabiana relata que a mídia tradicional focou excessivamente na cobertura da criminalidade, criando imagem estereotipada sobre a favela e o morador.

“A mídia enfatiza que a periferia é um lugar carente e violento, e não nossas potências. Apesar desse estigma, estamos sempre inovando, inclusive em ações frente à crise ambiental. A ideia não é romantizar, mas nossa carência está na ausência de políticas públicas”. A comunicadora acredita “que o papel das mídias alternativas – que é o caso desse projeto – está, em parte, desfazer esses imaginários, promovendo diversidade no jornalismo”.

 

A Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), sediada este ano (2025) no Brasil, Belém do Pará, é fundamental para elevar à instância global pautas ignoradas, mas ela enxerga muito potencial nas pequenas iniciativas de pessoas e grupos autônomos.

 

“Há um grande potencial nas iniciativas que protagonizamos, falar de solução globalmente, onde todas as nações assumam compromissos, é essencial, por isso a COP 30 tem essa importância, porém, dar visibilidade ao que fazemos é tão importante quanto, afim de criar vínculos e estratégias entre os nossos, pois uma comunidade pode ser referência para a outra comunidade.”, pontua Fabiana.

 

Os episódios serão publicados no canal https://www.youtube.com/@PodcastNaMinhaQuebrada e as prévias na rede social