Santo André recebe shows de grandes nomes da MPB neste sábado
O VilaMundo é uma iniciativa do instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre
- 25 de maio de 2019
- Preço: Gratis
- Local: Instituto Acqua
- Avenida Lino Jardim, 905 – Vila Bastos, Santo André – SP, Brasil
- Mais informações:
- Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
O Instituto Acqua, por meio da iniciativa ABC das Artes, promove neste sábado, a partir das 15h, evento que reúne shows de Arrigo Barnabé, Edvaldo Santana, Patrícia Nabeiro, Monica, Duda e Beto Marsola. As atrações se apresentam no espaço cultural do Instituto – Avenida Lino Jardim, 905, Vila Bastos, Santo André, com entrada gratuita. O evento é homenagem aos 40 anos da Camerati Casa de Cultura, uma das referências artísticas do Grande ABC.
Dirigida por Cláudio Lucci e Mônica Marsola, a Camerati surgiu como escola de violão em Santo André no ano de 1979. Curiosamente foi adquirida a partir dos direitos autorais pagos a Lucci pela gravação de duas de suas composições por Elis Regina: “Colagem” e “Vecchio Novo”. Em 1985 a escola se transformou em espaço cultural. “Escolhemos chamá-la de “Casa” pois a ideia era que as pessoas envolvidas se sentissem em família, acolhidas com seus talentos e dificuldades”, conta Mônica.
Além da escola musical, o espaço abrigava um auditório e um estúdio de gravação. Lá foram realizados diversos shows de Ná Ozetti, Suzana Salles, Guilherme Arantes, Arrigo Barnabé, Bocato e outros. A partir do selo Camerati, artistas como Arrigo, Edvaldo Santana,Tetê Espíndola, José Miguel Wisnick, Grupo Rumo, Duofel e Paula Morelenbaun gravaram discos na antiga sede.
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Em 1991 a Camerati se transferiu para São Paulo, onde atua até hoje com as atividades da escola de música e dança, além do estúdio de gravação. Mônica lembra que a trajetória do espaço no ABC consolidou a cena independente. “Sem dúvida a Camerati foi uma referência na cena cultural do ABC. Seja na forma de tratar a educação musical, mantendo teoria, prática e performance dos alunos, como trazendo artistas que só tocavam em São Paulo para apresentações em Santo André. Depois com o Selo de gravação ajudamos a consolidar o mercado independente”, pontua.
José Miguel Wisnik, compositor, músico e professor universitário que passou pelo estúdio da Camerati reforça a importância do lugar como expoente da música autoral. “Achava que quem não se dedicava inteiramente à música não merecia ser músico. Nessa época minha reserva como compositor foi dissolvendo, mas o passo decisivo veio quando o Claudio Lucci me convidou para gravar um disco na Camerati”, conta.
O trabalho de Wisnik como compositor tangencia suas reflexões sobre música e literatura. No disco gravado pela Camerati em 1992, ele dialoga com clássicos da canção popular brasileira e do repertório erudito. É o caso de ‘Se meu mundo cair’ (referência a Meu Mundo Caiu, de Maysa) que contou com participação de Bocato.
Line-up visceral
Em formato de tributo, as apresentações musicais vão contar com artistas que fizeram parte da Camerati em várias fases da casa. Arrigo Barnabé, Edvaldo Santana, Patrícia Nabeiro, Monica, Duda e Beto Marsola se revezam no palco durante programação que se estende até às 21h.
Na ocasião, o público também poderá conferir um documentário sobre o Camerati produzido pelo Instituto Acqua com alguns depoimentos de músicos. O guitarrista da banda Sepultura, Andreas Kisser, é um dos artistas que tiveram forte relação com o Camerati e participa do vídeo. “Na escola você conhece gente com todo tipo de ideia, opinião e gosto musical. Eu com meu heavy metal existia o preconceito com o barulho, a gritaria. Mas na Camerati fui respeitado porque lá eles sempre respeitaram qualquer tipo de música”, lembra.