Sesc Santo André lança ‘Cartografia Negra de Santo André: Memórias, (Re)existências e Manifestações Culturais”’
O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre
O Sesc Santo André faz o lançamento do mapa colaborativo digital “Cartografia Negra de Santo André: Memórias, (Re) Existências e Manifestações Culturais”. O evento será no sábado (24/04), às 17h30, canal do Sesc Santo André no Youtube e reunirá representantes da cultura negra da cidade para celebrar com música, poesia e artes cênicas.
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As ações do projeto começaram nos meses de setembro e outubro de 2020, com o mapeamento da população negra da cidade de Santo André, e buscaram articular a resistência ao apagamento do papel desta população na história econômica, social, cultural e religiosa do município, e a identificação desse território como plataforma para a expansão do ideal de cidade equitativa defendido pelo movimento social negro brasileiro, por meio de um mapa com referências culturais, locais físicos e personalidades históricas que representam o movimento negro na região.
Na história do município, os espaços religiosos de matriz africana se firmaram como locais de encontro com o sagrado, de produção e disseminação de conhecimentos a partir da cosmovisão africana e, também, espaços de aprender, ensinar e reafirmar o direito à liberdade. Atualmente, esses ambientes proporcionam espaços de convivência, recreativos e formativos, como os diferentes coletivos presentes na cidade, que no longo processo de enfrentamento ao racismo, sustentam o autorrespeito, incentivam os estudos e valorizam a arte e a cultura negra.
Após o mapeamento inicial, o projeto ofertou um curso de formação sobre Cartografias Negras e outras ações, como confecção de cartões informativos com as histórias e relatos de lideranças e coletivos envolvidos.
Os encontros, sempre mediados por Ednéia Gonçalves e Lucas Gonçalves (Nigra Kranio), foram divididos por temas e contaram com a participação de várias pessoas e lideranças interessadas. O mapa colaborativo digital é o resultado desses encontros formativos e pode ser visitado no site Negra Sim, no qual será possível construir e alimentar, de forma constante, o mapeamento dos monumentos físicos ou simbólicos de trabalho, lazer, desenvolvimento e resistência política e cultural da coletividade negra. A publicação digital traz, além de relatos, fotos e vídeos colhidos ao longo do projeto com os participantes, a oportunidade para que outras pessoas e coletivos possam enviar suas colaborações para futuras postagens.
PARTICIPANTES DO EVENTO DE LANÇAMENTO
Alcidéa Miguel: poeta, graduada em Artes e música, pós-graduada em Arte, Educação e Cultura, Professora, Musicista, Cantora, Compositora, Regente de coros; Atriz e modelo, Palestrante, Contadora de histórias; Escritora: membro da Academia de Letras da Grande São Paulo (cadeira 25 – Vinícius de Moraes) e da Academia de Letras e Artes de Praia Grande (cadeira 16 – Cecília Meireles).
Dani Olinka: Cantora de samba e Educadora Musical, Vocalista do Embalanço Samba Rock e As Matambas, grupo de vocal de samba formado exclusivamente por mulheres.Ednéia Gonçalves: coordenadora do projeto – é socióloga e educadora. Desde 2004, atua como formadora e coordenadora de projetos de cooperação técnica internacional na área de Educação em diferentes países do continente africano. Desenvolveu conteúdos para formação de professores junto à UNIFESP, MEC, MASP e UNESCO. Atualmente, é coordenadora executiva adjunta da ONG Ação Educativa.
Jenifer Ferreira: coordenadora geral do NEGRA SIM – Movimento de Mulheres Negras de Santo André – Criado em março de 1995, o movimento tem por finalidade propor condições e integrar as mulheres negras de vários setores e diminuir as desigualdades de gênero e etnia sofridas historicamente para que as mesmas vivam em plena cidadania. A partir desta perspectiva feminista, a entidade tem atuado em conjunto com outras organizações da cidade de Santo André e da região ABCDMRR colocando como pauta as questões étnico-raciais como prioridade de ações, a fim de viabilizar o protagonismo das Mulheres Negras na sociedade.
José Abílio Ferreira: Jornalista, poeta, ficcionista e ensaísta, organizador do livro “Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata (abordagens)”. Participou da arregimentação político-cultural realizada pelo movimento negro na década de 1980. Foi integrante dos encontros de escritores negros promovidos pelo Quilombhoje e outros grupos envolvidos com afirmação da literatura negra em nosso país.
Lucas Gonçalves: coordenador de arte do projeto – é diretor de arte, tatuador, ilustrador, designer gráfico e de interiores.
Mãe Carmen de Oxum: Mineira de Curvelo, Mãe Carmen iniciou sua vida religiosa no início dos anos 70. Em sua iniciação, primeiro veio o posto de Yákekere, recebendo seus direitos (Oiye) ainda bem jovem. Ela tem 63 anos, é uma mulher de extrema influência no Brasil inteiro e faz um trabalho social de grande porte. A princípio, a casa de Mãe Carmen era apenas destinada a Oxun. Após a iniciação e obrigação de seu primogênito Karlito D’Oxumaré, fundaram juntos, em 1996, em São Bernardo do Campo, no Jardim Porto Novo, o Ilê Olà Omi Asè Opo Arakà. Traduzindo do Yorubá: “Casa de honra das Águas de Oxum, força do poste sagrado que liga o céu e a terra de Oxumaré”.
Raquel Tobias: Cantora, Compositora, Presidente do Projeto Samba de Todos os Tempos, ala de Compositores do Samba da Vela, Projeto Resgatando Raízes.
Roberta Estrela D´Alva: Atriz, pesquisadora, produtora cultural, poeta e slammer. Nasceu em Diadema (SP) em 1978. Precursora do poetry slam no Brasil, é uma das responsáveis pela popularização deste concurso de poesia falada nos grandes centros urbanos do país.
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