Sesc Santo André realiza a primeira edição da Semana da Diáspora Amarela
O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua em parceria com a Catraca Livre
O Brasil é o país com a maior comunidade denominada nikkei, que são descendentes de japoneses nascidos fora do Japão, além de contar com um número expressivo de pessoas amarelas de outras etnias como Okinawa, China, Taiwan, Vietnã e Coreia. Apesar disso, a falta de dados precisos sobre a comunidade amarela devido ao apagamento histórico, falta de conhecimento e casos de xenofobia revela uma realidade muitas vezes invisível. Mesmo com a cor fazendo parte do censo demográfico, a quantidade exata de pessoas amarelas permanece desconhecida. É notável também que se discute pouco sobre como se opera a racialização amarela e o chamado “mito da minoria modelo”, que é utilizado para reforçar o racismo contra outras etnias.
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Entre os dias 2 e 8 de março, o Sesc Santo André realiza a 1ª edição da Semana da Diáspora Amarela. O projeto visa não apenas celebrar a rica diversidade cultural destes povos, mas também destacar como a comunidade amarela pode participar da luta antirracista. O evento contará com programação diversificada, incluindo rodas de conversa, apresentações artísticas, oficinas e minifeira artesanal que surge como um esforço para quebrar essas barreiras, resgatando raízes e ancestralidades.
A intervenção Encontros Fortuitos Movidos a Haicais, realizada por Letícia Sekito da Cia. Flutuante, explorará a conexão entre o haicai e a dança. O bate-papo O que é ser amarelo no Brasil? reunirá a antropóloga Laís Miwa Higa, a atriz e apresentadora Bruna Aiiso, a artista e ilustradora Ing Lee e o fotógrafo e pesquisador Kendy Higashi para discutir a racialização no país, desafiando estereótipos e abordando questões indispensáveis no combate ao racismo. Tati Takiyama, que é ativista e multiartista, e o pesquisador Poroiwak ministrarão o curso online Entendendo a Amarelitude, que aborda temas como autodeclaração amarela, mito da minoria modelo, interseccionalidade e o papel dos amarelos na luta antirracista.
A programação integra também demonstrações culinárias, como a apresentação do Kimchi pela cozinheira Priscila Jung na atividade Kimchi: um prato, um preparo e uma manifestação cultural, e a Oficina de Corndog Vegano, com a chef Lua Takahashi. Abrangendo uma gama ainda maior de pessoas, Cia. Variante apresenta espetáculos também para os pequenos, como Histórias Japonesas com Música Brasileira, que conta histórias do Japão, acompanhadas por clássicos da MPB e de algumas criações autorais, e As Que Vieram Antes de Nós, que nos recordam sobre histórias de mulheres fortes e importantes que nunca devem ser esquecidas.
Pela primeira vez no ABC, a Semana da Diáspora Amarela acontecerá a partir de 2 de março em diversos espaços do Sesc Santo André, oferecendo oportunidades para celebrar, refletir e fortalecer os laços da comunidade amarela no Brasil, além de restaurar raízes e fortalecer heranças culturais ao recuperar dados históricos sobre o processo de imigração, desenvolvimento e descobrindo coletivamente quais os caminhos para tornar efetiva e permanente a visibilidade e representatividade dessas comunidades.
Programação:
Ações para a Cidadania
Feminismos Amarelos
Com Ing Lee
Mural que retrata a vivência de mulheres amarelas no Brasil, a partir da situação de migração e dos marcos dos 60 anos da diáspora coreana no Brasil e dos 110 anos da diáspora amarela no Brasil. O Mural será localizado em frente as escadas em direção ao andar das quadras.
Dia 1/3, sexta, das 10h às 21h30
Unidade
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Minifeira amarela coletiva
Com artesãos e artistas amarelas
Minifeira amarela coletiva apresenta breve panorama contemporâneo da produção de artistas, artesãos e pesquisadores amarelos brasileiros. Entre os objetos presentes, haverá livros, prints, cerâmica, roupas, entre outras produções.
Dia 2/3, sábado, das 13h às 18h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Encontros fortuitos movidos a haicais
Com Letícia Sekito – Cia. Flutuante
A intervenção procura explorar algumas relações entre o modo de composição do haicai com a improvisação em dança, onde ambas expressões artísticas são criadas a partir de uma sensação ou observação pessoal do artista em relação ao seu entorno, no tempo do aqui /agora, através de uma economia e intensidade da ação, deixando o leitor/público completar a criação através da sua própria fruição do momento. Acaso, prontidão, escuta e desejo de vivenciar um momento único pela sensação e presença, também são elementos presentes nestas linguagens artísticas.
Dia 2/3, sábado, das 17h às 18h
Área de Convivência
Não recomendado para menores de 12 anos – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
O que é ser amarelo no Brasil?
Com Laís Miwa Higa, Bruna Aiiso, Ing Lee e Kendy Higashi – Mediação de Tati Takiyama
O bate-papo “O que é ser amarelo no Brasil?” parte do modo como os amarelos são racializados no Brasil, bem como das possibilidades de luta antirracista a partir desta racialização: mito da minoria modelo, apagamento histórico, fetichização da mulher amarela, emasculação do homem amarelo, representatividade estereotipada na mídia e o papel dos amarelos nessa luta.
Dia 2/3, sábado, das 14h às 16h
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.
Entendendo a Amarelitude
Com Tati Takiyama e Poroiwak
Curso online para pessoas amarelas sobre racialização amarela e participação na luta antirracista. Dividido em quatro etapas: 1- Autodeclaração amarela. 2- Mito da minoria modelo. 3- O que é interseccionalidade? 4- O que é amarelitude e qual a pauta dos amarelos na luta antirracista?
De 5 a 8/3, terça a sexta, das 19h às 21h
Ação Online
Livre – Autoclassificação
Inscrição – Grátis / Grátis / Grátis
Alimentação
Kimchi: um prato, um preparo e uma manifestação cultural
Com Priscila Jung
O Kimchi é um prato e uma técnica de preparo que une a fermentação de vegetais com pimenta, sendo símbolo da cultura alimentar coreana. Nesse encontro iniciaremos a jornada com uma breve história por trás do Kimchi, seguido da demonstração de duas receitas: kimchi de acelga (Baechu Mak Kimchi) e kimchi de pepino (Oi Sobagi) com degustação ao final do encontro.
Dia 2/3, sábado, das 10h30 às 12h30
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Corn Dog vegano
Lua Takahashi
O Corn Dog é uma versão coreana do famoso cachorro-quente feita a partir de uma massa empanada e frita. Na versão de Lua Takahashi, os participantes são convidados a aprender em uma aula show uma versão vegana do Corn Dog com ingredientes brasileiros.
Dia 3/3, domingo, das 14h às 16h
Espaço de Tecnologias e Artes
Livre – Autoclassificação
Grátis – Inscrições gratuitas no local com 30 minutos de antecedência.
Literatura
Histórias japonesas com música brasileira
Com a Cia Variante
A Cia. Variante apresenta quatro narrativas tradicionais japonesas, acompanhadas de música popular brasileira e algumas composições autorais. A união da cultura brasileira, representada pelas músicas que manifestam palavras de transformações sociais e cirandas, com a japonesa, representada por contos que protagonizam mulheres fortes, guerreiros, samurais e camponeses.
Dia 2/3, sábado, das 16h às 17h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
As que vieram antes de nós (Cartas para não esquecer)
Com a Cia Variante
Mostrando cultura, lutas, tradições, canções, ancestralidades e curiosidades, quatro atrizes e cantoras do grupo contam histórias de quatro mulheres históricas do Brasil. Músicas da cultura brasileira, que manifestam palavras de revolução, cirandas e guerrilhas, são unidas a histórias que protagonizam mulheres fortes e importantes que nunca devem ser esquecidas. As contações são um acalanto e preservam as memórias, como uma carta de amor a essas mulheres que colaboraram com nossa emancipação, empoderamento e justiça.
Dia 16/3, sábado, das 16h às 17h
Área de Convivência
Livre – Autoclassificação
Grátis – Sem retirada de ingressos.