Ação Educativa comemora Dia do Graffiti com homenagem a Ozeas Duarte
Pelo sétimo ano consecutivo a Ação Educativa realiza, no dia 27 de março, um evento para comemorar o Dia do Graffiti. Além de fazer parte do calendário oficial da cidade de São Paulo, a data é referência para grafiteiros, ativistas do movimento e admiradores dessa arte. Nesse ano, a personalidade homenageada será Ozeas Duarte, um dos expoentes dessa linguagem e pioneiros do graffiti na cidade.
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MuBE e CCJ abrem espaço para o graffiti
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A abertura será no dia 26 de março, na sede da Ação Educativa. No dia, serão expostas 27 obras de artistas indicados por sete grupos da cidade, articulados no núcleo de graffiti do Espaço de Cultura e Mobilização Social da Ação Educativa. A ocasião marca a transformação do Espaço no Ponto de Cultura Periferia no Centro.
Três adolescentes e três educadores da Fundação Casa (antiga Febem) também exporão suas obras na mostra. Dentre os coletivos envolvidos na organização do evento, estão: 5 Zonas, CDV, Coletivo Água Branca, Stensil BR, Imargem, Cedeca Interlagos e Noturnas. O coletivo das Noturnas é um grupo de grafiteiras mulheres.
Arte de rua, na rua
No dia seguinte, haverá uma intervenção no centro de São Paulo. O quarteirão das ruas Maria Borba e Cesário da Mota, na Vila Buarque, será fechado para que os grafiteiros possam exibir sua arte. Diferente dos outros anos, a intervenção acontece apenas no centro, e não em outras regiões da cidade. “Este ano, quisemos reforçar a presença da arte da periferia no centro, que a ideia-motriz do Porto de Cultura da Ação Educativa”, explica Rodrigo Medeiros, coordenador do projeto Arte na Casa e um dos organizadores das atividades do Dia do Grafite.
As discussões em torno do graffiti representam um debate maior: o sobre o que pode ser considerado arte hoje. Para alguns, o grafite não passa de pichação de rua, sujeira ou poluição visual. Para outros, porém, o graffiti é uma manifestação artística pura, ou simples poesia, como em seus primórdios – que remetem a maio de 68, na França.
Histórico
Maio de 68, França. Nessa data, ocorreu uma greve geral no país e estudantes franceses saíram às ruas para escrever palavras nos muros – palavras de ordem ou palavras de amor, poesias. “Esse tipo de manifestação tem seus picos em momentos de crise, ou seja, pode ser considerado como crítica social”, avalia Rodrigo.
Com suas raízes atreladas fortemente à crítica política, o graffiti luta por uma posição de maior reconhecimento na sociedade e em especial, na cidade de São Paulo, onde, recentemente, a lei Cidade Limpa veio criminalizar este tipo de arte de rua. Para Rodrigo, o Dia do Graffiti tenta afirmar a posição desta arte no contexto da cidade. “A data busca legitimar o grafite como arte, como cultura. Nossa ideia é lutar para que haja políticas públicas voltadas para a arte de rua, a arte pública!”, diz.
Ainda segundo o coordenador, o dia tem sua importância maximizada ao dar oportunidades aos novos artistas. “Muitos grafiteiros afirmam que todo dia é dia de grafite, mas é importante termos um dia em especial para comemorarmos, para dar visibilidade à esta arte e à luta por seu reconhecimento. O 27 de março já se tornou referência, além de abrir espaço para os artistas que permanecem sem ter seu devido reconhecimento”, finaliza.