Clube da Esquina ganha musical no Teatro Riachuelo Rio

Espetáculo homenageia um dos maiores movimentos musicais brasileiros no mesmo ano em que Milton Nascimento faz sua turnê de despedida!

Até 23 de outubro de 2022

Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

Quintas e Sextas às 20h | Sábados às 16h e 20h30 | Domingos às 19h

Não oferece estrutura de acessibilidade

No ano em que o disco foi eleito o melhor álbum da discografia nacional, o LP duplo “Clube da Esquina” completa 50 anos! E além de ser um dos principais movimentos artísticos da Música Popular Brasileira, ganha agora um musical dirigido por Dennis Carvalho com temporada prevista até o dia 23 de outubro no Teatro Riachuelo, Rio de Janeiro.

Ao completar 50 anos, Clube da Esquina ganha musical
Créditos: Mário Luiz Thompson.
Ao completar 50 anos, Clube da Esquina ganha musical

O musical “Clube da Esquina – Os sonhos não envelhecem” é baseado no livro “Os Sonhos Não Envelhecem”, de Márcio Borges. Ele, que dirigiu “Elis – A Musical”, jurava que um raio não caia no mesmo lugar – mas depois de receber o convite para encenar no musical, passou acreditar que a felicidade pode sorrir para nós muitas vezes. Márcio é letrista e foi um dos integrantes do Clube da Esquina, além de ser coautor de várias composições célebres em parceria com Milton Nascimento e com seu irmão, Lô Borges.

Por se tratar de uma história real, nada melhor do que ser contada, cantada e inspirada em quem também viveu entre as esquinas do bairro de Santa Tereza… Não é mesmo?

A escolha do elenco aconteceu em etapas online e presencial. Mais de 1.000 pessoas de todo o Brasil participaram das audições. 15 atores e atrizes foram escolhidos para o musical. São 24 canções, uma banda com cinco músicos e uma equipe criativa que faz parte da história do teatro, da TV e do audiovisual brasileiros!

Tiago Barbosa estrela como Bituca, Milton Nascimento
Créditos: Divulgação | MNiemeyer Comunicação
Tiago Barbosa estrela como Bituca, Milton Nascimento

Seguindo a linha dos musicais biográficos, que apostam em semelhanças vocais e físicas do personagens reais para a seleção de seu elenco, o escolhido para dar vida a Milton Nascimento – que apesar de carioca, se muda para Belo Horizonte em 1963 para prestar vestibular de Economia -, foi Tiago Barbosa, também natural do Rio de Janeiro, que retornou ao Brasil após seis anos morando em Madrid, onde protagonizou os musicais “O Rei Leão” e o mais recente “Kinky Boots”.

Ao lado de Tiago está Cadu Libonati no papel de Lô Borges, Léo Bahia como Marilton Borges, Rômulo Weber como Márcio Borges, Marya Bravo como Maricota Borges, Rafael de Castro como Salomão Borges, Daniel Haidar como Fernando Brant, Tom Karabachian como Beto Guedes, Victor Novello como Wagner Tiso, Oscar Fabião como Toninho Horta, Elá Marinho como Elis Regina, Eline Porto como Duca Leal, Ana Elisa Schumacher como Jeanne Moreau e Gabriel Lara como Ronaldo Bastos.

Paralelo ao lançamento do projeto teatral, Milton Nascimento realiza sua última turnê pelos palcos de todo o mundo. Sabendo da importância das amizades ao longo da vida e de que sonhos nunca morrem, o artista afirma que não se trata de uma despedida da música, mas apenas dos palcos. “Eu jamais poderia encerrar essa parte da minha vida, de tantos anos na estrada, sem homenagear aqueles que me acompanham esse tempo todo: os fãs”, conta Milton. Sem dizer adeus, Milton mostra a cada canção em sua ultima turnê como a vida deve ser, sem despedidas e repleta de sonhos, independente da idade que carregamos.

Por sua vez, o musical “Clube da Esquina – Os sonhos não envelhecem” presta homenagem a esse grande nome da música brasileira, assim como um dos movimentos artísticos de maior expressão nacional!

Das esquinas de Santa Tereza para o mundo!

Em meados dos anos 1960, o grupo de jovens se reunia para tocar música nas esquinas das ruas Divinópolis com Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte – região conhecidíssima por sua boemia e que preserva joias como o Bar do Orlando e o próprio Museu Bar Clube da Esquina.

Tudo começou quando o bando de jovens que participava do Clube da Esquina, que na época não tinha nem nome, recusou o convite para ir tocar com um amigo em um clube frequentado pela elite mineira. E o que acontecia nas ruas, passou a ser um movimento musical intitulado como Clube da Esquina.

Dentre os participantes, estavam: Milton Nascimento, Lô Borges, Toninho Horta, Beto Guedes, Wagner Tiso, Tavito, Nelson, Angelo, Robertinho Silva. Posteriormente surgiu Elis Regina, Chico Buarque e muitos outros artistas que são considerados lendas no cenário musical brasileiro.

Até hoje é difícil de se compreender o que era de fato era o Clube da Esquina. Nos próprios shows de Bituca, ele sempre remete o grupo a uma reunião de amigos, uma lembrança importantíssima para sua carreira e para a sua vida como um todo. O grupo não era uma banda, muito menos um clube. E mesmo que tenha longos anos de trajetória, até hoje os mineiros que começaram nas esquinas de Santa Tereza são reconhecidos internacionalmente, sendo um exemplo raro de longevidade de uma obra musical.

Ao longo da trajetória do Clube da Esquina muito hinos foram compostos e hoje fazem parte do repertório da MPB, como “Cais”, “San Vicente”, “O Trem Azul”, “Nada Será Como Antes” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”.

O som era uma misturinha gostosa de bossa nova e jazz, com ares psicodélicos, com jeitinho de Beatles e um toque das tradições mineiras. O Clube da Esquina era e continua sendo uma lembrança boa, seja que remeta ao cheiro de café passado na hora ou a sensação gostosa de liberdade que podemos sentir ao estarmos com nossos pés descalços no chão, com gosto de juventude e esperança.


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