Exposição ‘Um Defeito de Cor’ faz revisão histórica da escravidão

Baseada em contextos sociais e culturais do século XIX, exposição 0800 em cartaz no MAR é assinada por Ana Maria Gonçalves

Até 14 de maio de 2023

Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

Das 11h às 18h (entrada até às 17h)

Grátis

Baseada em contextos sociais, culturais, econômicos e políticos do século XIX que são abordados no livro “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves, a exposição, que recebe o mesmo nome, tem curadoria e assinatura da escritora mineira e está em cartaz no lindo Museu de Arte do Rio (MAR) até o dia 14 de maio de 2023 – e a entrada é gratuita!

Apesar de receber o mesmo nome do livro, que faz 16 anos em 2022 e é considerado um clássico da literatura afrofeminista brasileira, a mostra não se trata de uma história ilustrada, mas sim uma releitura do tema abordado na produção literária.

Obras de Tiago Sant’Ana e Kwaku Ananse Kintê compõem a exposição além de outras 400 obras de artes de outros artistas.
Créditos: Obras de Kwaku Ananse Kintê e Tiago Sant'Ana.
Obras de Tiago Sant’Ana e Kwaku Ananse Kintê compõem a exposição além de outras 400 obras de artes de outros artistas.

Obras inéditas de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê, Goya Lopes compõem a exposição e trazem não apenas o desdobramento da obra da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, mas destrincham o conceito do século XIX.

O termo “defeito de cor” era utilizado pelos positivistas para pessoas racializadas, indígenas e negras, a fim de justificar biologicamente supostos defeitos como a pouca inteligência das pessoas, sem levar em consideração questões sociais e políticas de cada indivíduo. A cor era justificativa para aquilo que a sociedade acreditava ser um defeito.

Assim, a exposição exibida na mesma cidade de Dona Ivone Lara e tantas outras artistas pretas, traz também debates a partir da protagonista do romance de Ana Maria Gonçalves, a africana Kehinde.

Ao todo serão 400 obras de artes, entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas de localidades como Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e até mesmo do continente africano, em sua maioria negros e negras, principalmente mulheres. Dividida em 10 núcleos, que se espelham nos 10 capítulos do livro, a mostra fala de revoltas negras, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, África Contemporânea, entre outros temas.

A exposição reúne trechos lidos pela autora Ana Maria Gonçalves e pela mãe dela, Helia Iza da Silva Gonçalves, já que o romance trata da relação entre mãe e filhos. Leda Maria Martins, pesquisadora de questões de racialidade, também pediu para participar e gravou partes do livro, que podem ser ouvidos em uma faixa sonora nas salas da exposição.

Além disso, o público pode conferir músicas e textos que expressam os sentimentos da personagem principal nas duas salas do pavilhão de exposição, através de obras dos artistas Ayrson Heráclito e Aline Arroyo.

Curtiu? Então, corre para garantir seu ingresso pelo site do Museu de Arte do Rio e conferir a programação completa!


Procurando outro rolê? Veja mais dicas artísticas: