Exposição 0800 mescla fotos de Maureen Bisilliat e literatura no IMS

Mostra no IMS Rio reúne cliques da artista inspirados em obras de grandes escritores brasileiros. Bora lá?

Até 23 de fevereiro de 2020

Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

De terça a domingo, das 11h às 20h

Grátis

Site: ims.com.br

Telefone: (21) 3284-7400

Conhecida por retratar os costumes, as tradições e as exuberâncias deste nosso Brasilzão, a fotógrafa inglesa naturalizada brasileira Maureen Bisilliat exibe no IMS Rio obras que dialogam com clássicos de grandes artistas brasileiros, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha, Jorge Amado e vários outros. E a entrada é grátis!

Jorge Amado foi o escritor com quem Maureen Bisilliat teve maior proximidade
Créditos: Maureen Bisilliat - divulgação - IMS
Jorge Amado foi o escritor com quem Maureen Bisilliat teve maior proximidade

Com curadoria da própria artista e de Miguel Del Castillo, curador da Biblitoteca de Fotografia do IMS Paulista, a mostra reúne uma seleção de trabalhos relacionados à literatura nacional, correspondências trocadas entre a artista e os escritores, matérias de jornais, fotolitos e outros itens relacionados ao tema.

Um dos destaques é um ensaio inspirado em “Grande Sertão: Veredas”, que foi publicado no livro “A João Guimarães Rosa” (1969-1974). Maureen Bisilliat decidiu fazer esse registro do Sertão mineiro depois de ler o clássico e foi encorajada pelo próprio autor. Ela viajava para o Sertão, fazia o trabalho, e, na volta, mostra as imagens para o escritor. Atrás das fotografias, ele anotava nomes de pessoas e lugares.

Personagens do Sertão de Minas Gerais também ganharam retratos de Maureen em diálogo com o clássico de João Guimarães Rosa
Créditos: Maureen Bisilliat - divulgação - IMS
Personagens do Sertão de Minas Gerais também ganharam retratos de Maureen em diálogo com o clássico de João Guimarães Rosa

Já no livro “Sertões: luz & trevas” (1982), que ganhou uma reedição pelo IMS em 2019, a fotógrafa combina trechos de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, com imagens do nordeste brasileiro. A obra denuncia como ocorreram poucas mudanças sociais na região durante os 80 anos que separam a publicação de Euclides e o registro de Maureen, feito entre 1967 e 1972.

Maureen Bisilliat fotografou o sertão nordestino em diálogo com o clássico de Euclides da Cunha
Créditos: Maureen Bisilliat - divulgação - IMS
Maureen Bisilliat fotografou o sertão nordestino em diálogo com o clássico de Euclides da Cunha

Outra atração é o livro “A Visita” (1977-1979), composto por um poema de Carlos Drummond de Andrade (que era inédito até essa data) acompanhado por imagens abstratas de pedras feitas por Bisilliat durante uma viagem a Ouro Preto (MG) a convite especial do bibliófilo José Mindlin.

Essas imagens abstratas de Basilliat, feitas a partir de rochas, ilustraram um poema até então inédito de Carlos Drummond de Andrade
Créditos: Maureen Bisilliat - divulgação - IMS
Essas imagens abstratas de Basilliat, feitas a partir de rochas, ilustraram um poema até então inédito de Carlos Drummond de Andrade

Inspirada na literatura de Jorge Amado, com quem teve maior contato, Bisilliat ainda publicou o livro “Bahia amada/Amado ou O amor à liberdade & a liberdade no amor” (1996), no qual suas imagens são acompanhadas com trechos de 12 livros do escritor baiano.

Maureen dizia que Jorge Amado usava em suas obras uma “linguagem amorosa, exuberante e trágica”
Créditos: Maureen Bisilliat - divulgação - IMS
Maureen dizia que Jorge Amado usava em suas obras uma “linguagem amorosa, exuberante e trágica”

A exposição “Escrever com a imagem e ver com a palavra: fotografia e literatura na obra de Maureen Bisilliat” é uma versão ampliada de uma mostra inaugurada em outubro de 2018 no IMS Paulista. A visitação acontece de terça a domingo, das 11h às 20h, até 23 de fevereiro de 2020.

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