Novas exposições do MASP enaltecem as artes negra e indígena
‘Dalton Paula: Retratos Brasileiros’ retrata personalidades pretas e ‘Joseca Yanomami: nossa terra-floresta’ aborda a cosmologia do povo Yanomami
Até 30 de outubro de 2022
Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo
Às terças, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h
Site: masp.org.br
Telefone: (11) 3149-5959
Um dos museus mais legais e queridinhos da cidade, o MASP – Museu de Arte de São Paulo recebe duas exposições poderosas: “Dalton Paula: Retratos Brasileiros”, com pinturas sobre lideranças e personalidades negras; e “Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta”, com obras sobre a vida e a cosmologia do povo Yanomami.
![MASP recebe exposições do artista brasilense Dalton Paula e do artista indígena Joseca Yanomami](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2022/07/exposicoes-no-masp-450x236.jpg)
As duas mostras ficam em cartaz de 29 de julho a 30 de outubro e podem ser conferidas às terças, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam até R$50 e estão disponíveis aqui,
Fique ligado(a): a #DicaCatraca é aproveitar para ver essas duas exposições incríveis às terças-feiras, pois a entrada no museu é grátis nesse dia da semana. Anotou direitinho?
#VivaACidadeNaResponsa: ao comparecer aos eventos, não se esqueça de levar o seu passaporte de vacinação. Sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? 💚
Arte negra
Com curadoria de Adriano Pedrosa, Glaucea Britto e Lilia Schwarcz, a mostra “Retratos Brasileiros” reúne 45 pinturas – muitas delas inéditas – do artista contemporâneo brasiliense Dalton Paula. Ele produziu 12 desses trabalhos com apoio do MASP, e, por isso, as obras foram doadas para a instituição.
![A escritora Maria Firmina dos Reis é uma das homenageadas por Dalton Paula](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2022/07/dalton-paula-retratos-brasileiros-1-scaled-e1658253156359-445x600.jpg)
As pinturas retratam lideranças e personalidade negras que foram historicamente invisibilizadas no Brasil. As obras são o resultado de um longo processo criativo, que passa por um estudo de biografias dos homenageados e a coleta de documentos sobre eles, como fotos e recortes de jornal.
Entre essas figuras, estão a escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra no país; Manuel Congo, o líder da maior rebelião de escravos no Vale do Paraíba; e Assumano Mina do Brasil, um famoso alufá (nome dado aos líderes religiosos muçulmanos no norte da África) no Rio de Janeiro.
![Exposições no MASP](https://catracalivre.com.br/cdn-cgi/image/f=auto,q=60,w=700,h=1680,fit=scale-down/wp-content/uploads/2022/07/dalton-paula-retratos-brasileiros-3-scaled-e1658253379698-895x1200.jpg)
![Dalton Paula (Brasília, Brasil, 1982), Manuel Congo, 2022. Folha de ouro e óleo sobre tela, 61 x 45 cm. Doação do artista ao acervo MASP, 2022.](https://catracalivre.com.br/cdn-cgi/image/f=auto,q=60,w=700,h=1680,fit=scale-down/wp-content/uploads/2022/07/dalton-paula-retratos-brasileiros-2-scaled-e1658253353458-890x1200.jpg)
Em sua investigação, o artista busca ressignificar e dar protagonismo às contribuições de personalidades afrodescendentes.
Arte Yanomami
Já a mostra “Nossa Terra-floresta” é pautada pela celebração aos 30 anos da homologação da terra indígena Yanomami. Com curadoria de Adriano Pedrosa e David Ribeiro, a exposição reúne 93 desenhos do artista Joseca Yanomami, que retrata personagens, cenas, paisagens, mitologia desse povo indígena.
![A luta dos xamãs pela preservação da floresta é um dos temas retratados pelo artista Joseca Yanomami](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2022/07/joseca-yanomami-nossa-terra-floresta-1-450x320.jpg)
O artista adota como referência a floresta amazônica e os vários seres que a habitam. Os cantos xamânicos, a vida cotidiana dos Yanomami e as lutas das lideranças indígenas e dos espíritos também são elementos presentes nas obras, que foram produzidas entre 2011 e 2013.
Muitos dos desenhos são acompanhados por descrições feitas originalmente em yanomami pelo artista e que dão conta das dimensões cosmológicas presentes em sua narrativa visual.
![Joseca Yanomami](https://catracalivre.com.br/cdn-cgi/image/f=auto,q=60,w=700,h=1680,fit=scale-down/wp-content/uploads/2022/07/joseca-yanomami-nossa-terra-floresta-2-910x646.jpg)
![Joseca Yanomami, Prahai hamë, ai thë urihi thëri thëpënɨ kami Watorikɨ thëri wamarekɨ pree xapiri ithomaɨihe, yanomae yamaki utupë. Pree ithomaɨ Praukuhe yaropë xiro xapiri ithoimi komi kutarenaha thëpë xapiri ithu, [Em um lugar distante, em uma terra onde vivem outras pessoas, os nossos xapiri dos xamãs do Watorikɨ também descem. As imagens das pessoas também descem por toda parte. Apenas os espíritos dos animais não descem, todos os espíritos de todos os seres descem], 2011. Caneta hidrográfica, lápis grafite e giz de cera sobre papel, 42 x 29,5 cm. Doação de Clarice Tavares ao acervo, 2021.](https://catracalivre.com.br/cdn-cgi/image/f=auto,q=60,w=700,h=1680,fit=scale-down/wp-content/uploads/2022/07/joseca-yanomami-nossa-terra-floresta-3-910x646.jpg)
A obra “Urihi xi wãrii tëhë thë urihi huëmaɨ wihi thëã [Os xamãs seguram a terra quando esta entra em caos]”, de 2011, por exemplo, se preocupa em demonstrar o trabalho de preservação da terra pelos xamãs.
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