Mostra de cinema retrata a luta diária do povo Yanomami

Programação do Sesc Digital conta com sete filmes e um ciclo de bate-papos para você curtir em casa. Leia mais abaixo:

Até 13 de agosto de 2021

Todos os dias

Em diversos horários (consulte a programação)

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

Os desafios vividos pelos povos indígenas no nosso país são questões cada vez mais urgentes de serem discutidas. A mostra “Luta Yanomami: Cinema como Aliado” tem justamente a missão de evidenciar a resistência dessa etnia para preservar suas terras e sua riquíssima cultura.

A programação conta com sete filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, que podem ser conferidos de graça na plataforma Sesc Digital, entre os dias 30 de julho e 13 de agosto.

O premiado documentário “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, tem uma sessão exclusiva na mostra “Luta Yanomami”
Créditos: divulgação - Pedro J. Marquez - cena do filme "A Última Floresta" - Genco Assessoria
O premiado documentário “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, tem uma sessão exclusiva na mostra “Luta Yanomami”

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Entre os destaques da mostra está a estreia de “A Última Floresta” (2020), com direção de Luiz Bolognesi, premiado na mostra Panorama no Festival de Cinema de Berlim. A sessão acontece no dia 30, às 20h.

O documentário acompanha como o xamã Davi Kopenawa, membro de um grupo Yanomami que vive isolado na Amazônia, tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições do seu povo. A chegada dos garimpeiros no território traz morte e doenças para a comunidade. E Ehuana, que vê seu marido desaparecer, tenta entender o que aconteceu em seus sonhos.

Outra atração é a estreia de “Gyuri” (2019), de Mariana Lacerda, que acontece no dia 31. O documentário traça uma linha geopolítica improvável entre uma aldeia húngara (a pequena cidade de Nagyvarad) e a terra indígena Yanomami.

Isso ocorre por meio da história de vida da judia Claudia Andujar, que sobreviveu à 2ª Guerra Mundial e perdeu toda a sua família em um campo de concentração nazista. Exilada no Brasil, ela dedicou sua vida a lutar pelos direitos dos povos Yanomami.

“Gyuri” retrata a luta da judia Claudia Andujar, sobrevivente da 2ª Guerra Mundial, pelos direitos do povo Yanomami
Créditos: divulgação - cena do filme "Gyuri" - Genco Assessoria
“Gyuri” retrata a luta da judia Claudia Andujar, sobrevivente da 2ª Guerra Mundial, pelos direitos do povo Yanomami

Já em “Urihi Haromatimapë – Curadores da Terra-Floresta” (2014), de Morzaniel Ɨramari Yanomami, os trovões estão avisando que a Terra está doente. Para curá-la, Davi Kopenawa reuniu os xamãs Yanomami de diversas regiões. Com a ajuda do alimento dos espíritos, o rapé yakoana, eles vão tratar os males provocados pelas cidades e doenças dos brancos.

Com curadoria das antropólogas Majoí Fávero Gongora e Ana Maria Machado, a mostra tem vários outros filmões (clique aqui para acompanhar tudo) e ainda conta com ciclo de debates bem bacana (veja a programação abaixo).

Luta Yanomami

Um dos maiores e mais conhecidos povos indígenas do Brasil, os Yanomami têm mais de 28 mil pessoas em suas comunidades, localizadas na região norte do país, mais especificamente nos estados de Roraima e Amazonas e na fronteira com a Venezuela.

Atualmente, essa etnia vive um momento bastante dramático por conta da presença em suas terras de mais de 20 mil garimpeiros ilegais, o que contribui não só com a devastação das florestas e dos rios, mas também para a disseminação da Covid-19 na região.

Além disso, as comunidades enfrentam as consequências desastrosas do desmonte das políticas públicas voltadas à proteção dos direitos dos povos originários. E diante desse descaso do poder público, a atividade garimpeira ilegal só tem aumentado ao longo deste ano.

Confira a seguir a programação do ciclo de debates da mostra “Luta Yanomami”:

#DicaCatraca: clique aqui para se inscrever e escolha a atividade

  • Terça-feira, 3 de agosto, às 14h
    “Breve História da Terra Indígena Yanomami e a Invasão Garimpeira”
    Dário Vitório Kopenawa, grande líder yanomami, e Luiz Eloy Terena, um dos mais destacados advogados indígenas, abordam a luta dos povos indígenas pelo exercício pleno de seus direitos constitucionais e a gravidade da presença garimpeira na terra Yanomami no contexto da pandemia. Mediação: Majoí Fávero Gongora.
  • Quinta-feira, 5 de agosto, às 14h
    “Mulheres Yanomami: Novos Espaços e Desafios”
    As mulheres yanomami têm ocupado novos espaços e expandido o seu protagonismo político na relação com os não indígenas ao participarem de reuniões e assembleias das organizações e ao promoverem encontros de mulheres. No encontro, a estudante de enfermagem Tuíra Kopenawa Yanomami, a antropóloga Ana Maria Machado, a cientista social Marina Vieira  e a ativista Floriza da Cruz Pinto conversam sobre os novos desafios vividos pelas mulheres da etnia e as iniciativas que têm fortalecido esse protagonismo. Mediação: Maryelle Ferreira.
  • Terça-feira, 10 de agosto, às 14h
    “Sonhar a Floresta: Outras Formas de se Relacionar com a Terra-Floresta e seus Habitantes”

    A floresta é habitada por uma infinidade de seres e, da perspectiva yanomami, é essencial relacionar-se com eles, especialmente, aqueles invisíveis aos olhos. A profusão de vidas na floresta, os sonhos e o xamanismo yanomami são os temas centrais desta conversa conduzida pelo professor Eudes Koyorino Yanomami e pela antropóloga Hanna Limulja. Medição: Ana Maria Machado.
  • Quinta-feira, 12 de agosto, às 14h
    “Arte, Aliança e as Lutas dos Povos Indígenas”
    Artistas não indígenas e indígenas têm unido forças para lutar contra frentes genocidas e ecocidas e construir espaços para visibilizar os saberes e as trajetórias dos povos originários. Neste encontro, os cineastas Luiz Bolognesi e Mariana Lacerda falam sobre suas produções recentes, além da centralidade da arte na luta por direitos. Mediação: Majoí Fávero Gongora.

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