Museu da Fotografia na Penha completa sete anos

Flavio Tallmann, fotógrafo profissional há mais de 50 anos

O museu, que foi inaugurado em 28 de março de 2006, é de Flavio Tallmann, fotógrafo profissional há 59 anos. Ele expõe antigas máquinas fotográficas, fotos de acontecimentos da Zona Leste, homenagens e prêmios que recebeu, trabalhos na imprensa e uma certa biografia fotográfica. Tallmann criou o museu em sua casa para apresentar o que registrou ao longo das décadas. As visitas tem entrada Catraca Livre e devem ser agendadas.

O fotógrafo diz que começou a trabalhar, por interesse próprio, em 1953, quando montou um laboratório em casa, onde fazia revelações. No ano seguinte, iniciou sua carreira profissional na imprensa. Cobriu os festejos do 4º Centenário da cidade de São Paulo; atuou nos jornais O Repórter e O Centenário. Em 1958, instalou laboratório e escritório no terceiro andar do Cine Penha Palace, na Praça 8 de setembro, nº 115 – no coração do bairro. Tallmann também fotografou casamentos no cartório da Penha durante 40 anos, de 1958 até 1998. Ele diz que nos velhos tempos apenas fotógrafos profissionais trabalhavam nas cerimônias.

Tallmann ficou no Penha Palace até 1984. Possuiu várias filiais e hoje trabalha no departamento de reportagens e publicidade do Grupo São Paulo Leste, que publica os jornais semanários Gazeta Penhense, Gazeta de São Miguel e São Paulo Leste.

O fotógrafo participa do Gazeta Penhense desde a primeira edição, de sete de abril de 1963. Naquela data estampara um anúncio que dizia: “Organização de reportagens fotográficas. Fotocópias na hora – reportagens sociais – especialidade em casamentos, formaturas, festas, batizados, etc – serviços a óleo e crayon com perfeição. Revelações e ampliações para amadores em geral”.

Além da imprensa, hoje ele trabalha, eventualmente, em casamentos. Chegou a registrar a cerimônia e depois as bodas de ouro de um mesmo casal. Tallmann representa o antigo fotógrafo, talvez até romântico, aquele que compunha a foto mecanicamente. “A fotografia digital não tem arte”, afirma a respeito da automatização do processo fotográfico. Mesmo assim, ele se adaptou e continua ativo.

Tallmann mostra com brilho nos olhos o que conseguiu com a fotografia. Paciente e bem-humorado, explica o que cada item do museu representa, aponta o que merece atenção, demonstra como determinado aparelho funcionava. Através das fotos reconstrói momentos a partir de suas lembranças. Um dos destaques do museu é uma máquina-caixote. Ela é um tipo de máquina fotográfica que era utilizada como câmera e laboratório. Antigamente era comum vê-la nas ruas e praças das cidades.

O museu está localizado na quarta casa de uma viela chamada Santa F. Tallmann, nome da mãe do fotógrafo, que já faleceu. Essa homenagem foi possível por ela ter sido uma das moradoras mais antigas do bairro. Hoje seu filho, aos 76 anos, abre as portas do lar para contar essa e outras histórias.