ADIADA: Aproveite a Bienal de São Paulo o ano inteiro e em vários lugares!

Esta edição explora a diáspora negra e as cicatrizes deixadas pela colonização. Vale a pena conferir ;)

Por: Redação

Com o tema “Faz escuro mas eu canto”, a 34ª edição da Bienal de São Paulo chegou para fazer história! Para quem estiver contando os dias para o evento, a Catraca Livre tem uma boa notícia: você já pode aproveitar uma série de exposições que acontecem no famoso Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, e algumas programações paralelas em 25 instituições culturais da cidade. Fique atento (a) a tudo no site do evento.

“Arquitectura del humo”, de Ximena Garrido Lecca
Créditos: Divulgação/ Bienal de São Paulo
“Arquitectura del humo”, de Ximena Garrido Lecca

Uma série de exposições individuais de artistas mulheres ocupa o Pavilhão da Bienal a partir deste mês. A primeiríssima é a mostra da peruana Ximena Garrido-Lecca, em cartaz até 15 março. Seus trabalhos exploram principalmente a turbulenta história do Peru e o impacto cultural dos padrões neocoloniais que são transmitidos pelos processos de globalização.

“Do figurativismo ao abstracionismo”, de Clara Ianni
Créditos: Divulgação/ Bienal de São Paulo
“Do figurativismo ao abstracionismo”, de Clara Ianni

Entre 25 de abril e 8 de junho, é a vez da brasileira Clara Ianni ocupar o pavilhão. Suas obras abordam a relação entre a percepção do tempo, da história e do espaço no atual contexto do capitalismo globalizado.

No abertura da mostra acontece também a performance “Palabras Ajenas” (1965-1969), de León Ferrari. Trata-se de uma colagem literária que se apropria de citações de personagens históricos para construir um diálogo sobre violência, guerra e poder.

“Mama Goma”, de Deana Lawson
Créditos: Divulgação/ Bienal de São Paulo
“Mama Goma”, de Deana Lawson

Mas calma que ainda tem mais! A individual da norte-americana Deana Lawson é a super atração do amado pavilhão, entre 25 de julho e 23 de agosto. A fotógrafa gosta de produzir imagens íntimas de pessoas e lugares, misturando registros espontâneos, encenados ou encontrados.

Atenta aos estereótipos dos retratos ocidentais e africanos e comprometida a extrapolar seus contornos, ela produziu um novo conjunto de imagens em Salvador (BA), como parte de uma série que retrata lugares marcados pela forte presença de culturas oriundas da diáspora africana.

Programação paralela da Bienal de São Paulo

Desde outubro de 2019, a Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro) tem recebido falas e encontros com artistas que participam da 34ª edição. São SEMPRE gratuitos e disputados. Então, acompanhe a programação no site do evento e chegue cedo para garantir a entrada.

A exposição principal no Pavilhão da Bienal vai de 5 de setembro a 6 de dezembro. Mas, a partir de julho, tem início uma pulsante programação paralela. Isso mesmo! Seguindo a diretriz da Bienal de ser descentralizada, você tem muito para curtir do evento por toda a cidade de São Paulo.

Tapeçarias de Noa Eshkol
Créditos: Sandra Fauconnier - Wikimedia Commons
Tapeçarias de Noa Eshkol

Anota aí algumas dicas. Entre agosto e outubro, a Casa do Povo (Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro) recebe a exposição da coreógrafa, teórica e artista israelense Noa Eshkol (1924-2007). A partir de 1973, ela passou a incorporar em seu trabalho uma série de tapeçarias costuradas com aparas e trapos pelos próprios dançarinos de sua companhia. Além de ver esse trabalho, o público pode aproveitar uma oficina de dança que tem o objetivo de preservar o seu legado em fricção com práticas contemporâneas.

Você está gostando da programação da Bienal de São Paulo? Calma que ainda tem mais!

Para quem não resiste a uma atração no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112 – Centro), se liga: entre 25 de agosto e 23 de novembro, quadros do pintor italiano Giorgio Morandi (1890–1964) ocupam o histórico edifício. Ele dedicou-se principalmente a retratar naturezas mortas, mas de maneira muito intensa. Chama a atenção a série de pinturas de garrafas vítreas.

Uma das famosas naturezas mortas de Giorgio Morandi
Créditos: Pedro Ribeiro Simões/ Creative Commons
Uma das famosas naturezas mortas de Giorgio Morandi

O Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (Rua Inácio Monteiro, 6900 – Conj. Hab. Sitio Conceição) também está na rota da 24ª Bienal. A exposição da italiana Marinella Senatore, em cartaz entre setembro e dezembro, é resultado da imersão da artista multidisciplinar com coletivos e agentes da Cidade Tiradentes que se interessam em participar de oficinas de criação de uma obra performática e narrativa. Seu trabalho mescla colagem, performance, escultura, fotografia e vídeo.

“Ditado na Rede Universal” (2017), de Jaider Esbell
Créditos: Edson Kumasaka/ divulgação
“Ditado na Rede Universal” (2017), de Jaider Esbell

Alguém falou MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo (Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° – Vila Mariana)? Entre setembro e dezembro, o artista Macuxi Jaider Esbell expõe seu trabalho no museu. Durante 18 anos, ele viveu na região que hoje corresponde à Terra Indígena Raposa Serra do Sol, quando então se mudou para Boa Vista, a capital do estado de Roraima. Suas visões do mundo figuram hoje entre os maiores nomes do “pensamento indígena” brasileiro.

A rede Sesc também participa da Bienal! No Sesc Interlagos (Avenida Manuel Alves Soares, 1100 – Parque Colonial) por exemplo, entre 29 de agosto e 29 de novembro, tem exposição de Abel Rodríguez, artista nascido na Amazônia colombiana. As obras revelam os diálogos entre sua obra e a de outros artistas contemporâneos sobre as questões indígenas e ecológicas tão presentes no seu trabalho.

Se animou com as exposições? Então que tal aproveitar para conferir o Museu Afro?