Agora é oficial: Prefeitura de São Paulo autoriza criação do Parque Municipal Augusta

A área de 24.752 m² fica entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá

São Paulo vai ganhar um novo parque, mas desta vez a iniciativa não foi da Prefeitura e sim da população que se mobilizou para impedir a destruição de mais de 24 mil metros quadrados de área verde para a construção de duas torres comerciais. A novela, que já dura mais de 40 anos, teve um final feliz na terça feira, 24, quando o prefeito Fernando Haddad oficializou por decreto publicado no Diário Oficial a criação do Parque Municipal Augusta, atendendo a pedidos de moradores e ativistas.

Homem caminha para dentro da mata, sendo recebido pelas boas vibrações da natureza na tarde de ontem, 24

De acordo com a publicação, o parque terá como referência atividades relacionadas à prática de exercícios, educação ambiental e preservação da memória paulistana. O terreno, tombado pelo Patrimônio Histórico em 2004, já abrigou o colégio Des Oiseaux, onde estudaram Patrícia Galvão (a Pagu), Ruth Cardoso e Marta Suplicy. Em 1918, durante a epidemia da gripe espanhola, serviu de hospital para crianças.

Nos fundos, na Marquês de Paranaguá, funcionava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiaes. O plano era a construção de um prédio de apartamentos depois de o Sedes Sapientiae fosse transferido para a Universidade Católica (PUC), em Perdizes. E o prédio da escola, na rua Caio Prado, deveria ser alugado para a Prefeitura, que pretendia transferir alguns de seus departamentos para lá.

Moradores e ativistas comemoram a criação do Parque

Em 1970 a área foi declarada de utilidade pública para ser transformada em parque, mas a história ainda estava longe de chegar ao fim. A Câmara revogou o decreto e o devolveu aos proprietários que pretendiam construir um hotel com 1400 apartamentos.

O projeto não saiu do papel, mas a proprietária do imóvel queria vendê-lo para uma construtora interessada na construção de prédios de apartamentos na área. Ela conseguiu reverter a situação jurídica do terreno na Câmara Municipal e a partir daí o terreno virou joguete da especulação imobiliária nas mãos de grandes construtoras.

Com informações do Estado de S. Paulo.

Clara Caldeira

Por Clara Caldeira

Jornalista, escritora e pesquisadora, especialista em gênero e meio ambiente. Apaixonada por literatura e pelas artes oraculares, está sempre em busca de formas de conectar seus estudos e suas paixões.