Bienal de São Paulo vai além da exposição com manifestações artísticas

 

Quando se fala em Bienal de São Paulo, logo se faz referência à colossal exposição de arte contemporânea que toma conta do Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera. Mas a 31ª edição do projeto vai além: é manifestação; é interação; é aprendizado. Paralelo à grande mostra, o evento promove o “Programa no Tempo“, que contempla simpósios, workshops, saraus e performances, tudo com entrada Catraca Livre. O objetivo é construir relações com o público.

Abaixo, você confere a programação completa:

Simpósios

Com sede no Pavilhão Bienal e abertos ao público, os simpósios tratam de três questões chave voltadas às atuais condições sociais, políticas, culturais e artísticas.

1 – Usos da arte

13 de setembro, 10h – 19h
O simpósio de um dia é co-organizado com Stephen Wright e incluirá a participação da crítica Suely Rolnik e dos artistas Graziela Kunsch, Ana Lira e Tony Chakar, entre outros. Busca inspiração na recente publicação de Wright, Towards a LexiconofUsership [Para um léxico do usuário]. O dia estará dedicado aos avanços recentes na teoria em torno de “usuários” e a relação entre uso e projetos artísticos.

11 e 12 de setembro, 14h – 19h
Workshop – Cartografias do poder: Em preparação para o simpósio, um workshop de dois dias sobre cartografias do poder será ministrado pelos artistas Erick Beltrán e BurakArikan. O workshop irá introduzir os projetos de cada um dos artistas e prossiguirá trabalhando em conjunto com o grupo para determinar temas adequados para um mapeamento do poder, governo e história no Brasil. A intenção é que, no final do workshop, os participantes tenham uma compreensão das ferramentas necessárias para mapear seus próprios interesses ou trabalhar coletivamente em uma cartografia brasileira.

12 de outubro, 10h – 19h
Um segundo simpósio integrante de “Usos da arte” examinará o valor potencial do uso das instituições e espaços de arte e sua capacidade para funcionar como plataformas para o pensamento crítico e a mudança social.Entre os participantes se encontram Emily Pethick (Londres), Sarah Rifky (Cairo), SumeshSharma (Mumbai), VasifKortun (Istambul) e ZdenkaBadovinac (Liubliana).

2 – Direito à Cidade

27 e 28 de setembro, 10h – 19h
A primeira sessão reflete sobre a cidade neoliberal e questões de política habitacional, megaprojetos urbanos e resistência.

22 e 23 de novembro, 10h – 19h
Examina a violência policial na cidade, o fracasso do modelo representativo na democracia, a criminalização de minorias e ativistas e a “síndrome de favela”.

3 –  Trans-(Religião/Gênero) 

8 e 9 de novembro, 10h – 19h
Simpósio explora a relação entre misticismo e ideologia e as contradições do pensamento dual em termos de corpo, gênero, religião e outros absolutos aparentes.

Saraus e performances

Uma série de saraus e performances acontecem na área Parque do Pavilhão, quinzenalmente, às quartas, e todos os domingos. Organizados pela Agência Popular de Cultura Solano Trindade, os eventos reúnem artistas e grupos culturais que atuam na periferia de São Paulo.

Treme Terra Esculturas Sonoras

 
7 de setembro, 16h, domingo
Aderbal Ashogun há vinte e dois anos promove ações de articu­lação que reúnem artistas plásticos, mestres de cultura popular e sacerdotes dos povos e comunidades tradi­cionais. A obra de mestre Aderbal mais conhecida é o “Treme Terra Esculturas Sonoras”, mesclando percussão, ritmo, poesia, cultura urbana e a cultura do candomblé. Como parte dos eventos de inauguração da 31ª Bienal, no dia 7 de setembro haverá um grande ato especial envolvendo diversas comunidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Sarau da Kambinda
10 de setembro, 19h, quarta-feira
O sarau pretende promover a poesia e o encontro de poetas e artistas que fazem parte do movi­mento cultural periférico e de matriz africana.

O Menor Sarau do Mundo
14 de setembro, 16h, domingo
Intervenção poética em que participam o poeta Giovani Baffô e um público de até três pessoas sob um guarda-chuva. Com duração de um minuto e vinte segundos, o poeta decla­ma três poemas curtos autorais de alto teor de entorpe­cimento.

Balé Capão Cidadão
21 de setembro, 16h, domingo
O projeto propicia oficinas de diferentes linguagens da dança (balé clássico, dança-teatro e dança de rua) para crianças e adolescentes na comunidade do Jd. Valquíria, através da ONG Capão Cidadão.

Sarau A plenos pulmões

24 de setembro, 19h, quarta-feira
Organizado por Marcos Pezão e dona Otília, o sarau acontece há mais 15 anos, incentivando a literatura como ponte entre os habitantes da cidade de São Paulo, diminuindo preconceitos territoriais.

Sarau O que Dizem os Umbigos
28 de setembro, 16h, domingo
Em tempos atuais, regidos pela cultura de massa televisiva e tecnológica, as relações humanas partem cada vez mais para o âmbito individual. Aca­bamos nos distanciando do diálogo, da troca de experi­ências e do exercício da escuta. Nesse sarau, o mote é: paremos um pouco de “olhar para os nossos umbigos e passemos a dialogar com o umbigo do outro”.

Grupo de teatro Quereres
5 de outubro, 16h, domingo
Grupo de teatro que nasceu como laboratório experimental em 2005 tem programação destinada a jovens de 15 a 21 anos e aborda temas como a sexualidade, entre outros.

Praçarau

 
8 de outubro, 19h, quarta-feira
O Praçarau conta com o apoio de coletivos e dos moradores dos bairros da zona Sul de São Paulo. Hoje é o único sarau ao ar livre da região, reunindo uma vasta diversidade de público durante apresentações que concentram música, dança, poesia e performances.

Sambaqui + Coral Guarani Xondaro + Vamos Brincar
12 de outubro, 16h, domingo
Como programação especial do dia das crianças, haverá uma apresentação de cânticos religiosos infantis ensinados pelos membros mais velhos da aldeia Guarani Xondaro, que falam prin­cipalmente do mito religioso da Terra Sem Mal – lugar sagrado para o povo Guarani –, que estaria simbolicamente do outro lado do oceano, e dos valores morais que devem pautar a vida de todo membro desta comunidade.
Além disso, haverá apresentação da Comunidade Cultural Sambaqui que, desde 2003, dedica-se à pesquisa e manuten­ção da cultura afro-paulista. Já o Vamos Brincar resgata, a partir de jogos, brincadeiras e construções plásticas, um programa de integração destinado a adultos.

Narra várzea

 
19 de outubro, 16h, domingo
Durante o Narra várzea, o público é estimulado a jogar o futebol com suas próprias regras, sob comentários poéticos. A organização desta prática amadora é inspirada nos primeiros clubes de várzea no Brasil: pontos de encontros de amigos em guetos e periferias da cidade.

Sarau Poetas Ambulantes
22 de outubro, 19h, quarta-feira
Com inspiração nos vendedores ambulantes que circulam dentro dos coletivos oferecendo suas mercadorias, os Poetas Ambulantes oferecem aos passageiros poesia falada e escrita, em troca de atenção, emoção e interação. Na ocasião da 31ª Bienal, os poetas ambulantes irão iniciar o sarau já no trajeto rumo ao Pavilhão da Bienal.

Batalha de MCs TSP
26 de outubro a 9 de novembro, 16h, domingos
TSP é um coletivo de propagação cultural fundado em 2012 em Taboão da Serra. Seu foco principal é a fomentação da cultura do hip hop independente na periferia de São Paulo por meio de atividades como batalhas de MCs ao vivo.

Sarau Poesia na Brasa

 
2 de novembro, 16h, domingo
Desde 2008 o Sarau Poesia na Brasa faz apresentações regulares onde tambores e a oralidade são carros-chefes na comunhão, resgatando, assim, tradições milenares.

Sarau Preto no Branco
5 de novembro, 19h, quarta-feira
Jovens de não mais de 21 anos fazem do evento um meio de mostrar que a juventude não está calada, versando poesias e músicas com temas sobre desigualdade, corrupção e preconceito.

Barracão Cultural Capoeira Etnia
16 de novembro, 16h, domingo
O Barracão Cultural Capoeira Etnia é um movimento de resistência dentro da Ocupação DjLah, no Capão Redondo. Atuam com performances de capoeira, dança coco, cacuriá e o maculelê.

Sarau Palmarino
19 de novembro, 16h, quarta-feira
O Círculo Palmarino é uma corrente política nacional do movimento negro. Desde 2006 fomentam a luta por uma sociedade justa e igualitária, onde a raça negra seja sujeito de sua própria história.

Sarau do Binho
23 de novembro, 16h, domingo
Desde 2004 reúne poetas, cantores, músicos, atores, artistas populares e a comunidade da periferia, tornando-se um marco no calendário cultural de São Paulo e um dos saraus mais famosos do país.

Núcleo de Dança Pelagos
30 de novembro, 16h, domingo
O projeto tem o objetivo de incentivar jovens, entre 15 e 18 anos de idade, no desenvolvimento corporal, proporcionando uma aproximação por meio da arte e cultura.

Sarau Versos em Versos
3 de dezembro, 19h, quarta-feira
O sarau acontece mensalmente no Espaço Comunidade, zona sul de São Paulo. As apresentações são livres, individuais ou grupais e os participantes partilham criações autorais.

Bonde Sak Funk
7 de dezembro, 16h, domingo
Como encerramento da Bienal, a dupla de rappers MC Spyke e MC Preto irá fazer uma apresentação de seu repertório musical que aborda desde problemas sociais ao estilo funk ostentação.

Moinho Vivo

Em colaboração com Comboio e o Movimento Moinho Vivo, uma série de workshops ocorrerá na Favela do Moinho, centro de São Paulo, também durante a Bienal. No dia 6 de dezembro, sábado, como parte do encerramento dos workshops e da Bienal, um sarau será realizado especialmente na favela do Moinho.

Ateliês Infinitos

todos os sábados e domingos, 11h – 17h
Os ateliês estão abertos para sessões de diversas proposições organizadas pelo Educativo Bienal. Estes espaços constituem um território da invenção coletiva para todos os públicos. A programação contempla a alternância de vozes para a construção e discussão de conhecimentos. Contará com a participação de professores, educadores, artistas e pesquisadores.

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