Blog visita fronteira entre Coreia do Sul e do Norte
O blog de viagens Pangea esteve na fronteira entre a Coreia do Sul e do Norte para mostrar como a tensão entre os dois países virou uma enorme fonte de turismo para os dois lados. A DMZ, ou zona desmilitarizada, que separa os dois países, foi criada após o armistício assinado entre a Coreia do Sul e a do Norte. Sim, armistício, porque na teoria os dois países ainda estão em guerra. São 240 quilômetros de extensão por 4 de largura que têm em comum cercas de arame farpado, vistorias em carros e ônibus e milhares de soldados colados em seus binóculos, observando os turistas e o outro lado.
Na parte sul, estranhamente (mas nem tanto), a zona desmilitarizada tem se transformado em um local de entretenimento para turistas e moradores de Seul, com áreas verdes para picnic, pipas, caminhadas e passeios de bicicletas. A guerra hoje quase não gasta armas mas rende um dinheirão, ao cúmulo de se encontrar souvenirs com os dizerem “I Love DMZ” nas lojinhas do lugar. É como se o governo sulista quisesse transformar a área fronteiriça em algo menos tenso. Pequenas e organizadas vilas rurais se desenvolveram próximas às cercas, nada fiéis ao espírito de que não existe lei em fronteiras. Aqui tem, e muitas. Fotografias são restritas, não se pode registrar militares, postos de controle e tudo tem um limite: “após esta faixa amarela, no photos”, mesmo que a vista para o Norte não passe de tímidas montanhas desabitadas.
Vídeos exibidos em alguns locais abertos à visitação forçam a barra para tratar o DMZ como um patrimônio natural e ecológico, onde a urbanização passou longe e possibilitou ser morada de espécies raras da fauna e flora coreana. Mas todo esse clima de mamãe natureza é constantemente interrompido pelos militares nada simpáticos que não negam: a preocupação de um possível conflito ainda paira no ar. Como era de se esperar, os dois lados ficam naquela briguinha para mostrar quem está certo. Toda informação dada pela Coreia do Sul, mesmo que tímida e soberba, se prende às destrezas durante a guerra, às vítimas e a demonização do vizinho comunista.
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