João da Bahiana e o pandeiro no choro

João da Bahiana ajudou a introduzir o pandeiro no choro

O pandeiro, para muita gente, é um instrumento completamente vinculado ao gênero choro e também ao samba. A associação é imediata. Mas nem sempre foi assim.

O instrumento acabou sendo introduzido nestas manifestações musicais do povo brasileiro com o passar do tempo. Não foi algo de origem. E, para que tal fato ocorresse, precisou da intervenção de gente como o carioca João Machado Guedes, mais conhecido como João da Bahiana (1887-1974).

Ele é considerado o introdutor do pandeiro no samba. De acordo com suas palavras ao MIS – Museu da Imagem e do Som -, “na época o pandeiro era só usado em orquestras. No samba quem introduziu fui eu mesmo. Isto mais ou menos quando eu tinha oito anos de idade”, enquanto era membro das agremiações ‘Dois de Ouro’ e ‘Pedra do Sal’.

Até então nelas “só tinha tamborim e assim mesmo era tamborim grande e de cabo. O pandeiro não era igual ao atual. O dessa época era bem maior”. Desta forma, portanto, o pandeiro nas rodas em definitivo para não sair nunca mais.

João, neto de ex-escravos, era o filho de Tia Perciliana, uma das famosas baianas mães de santo da Cidade Nova, no Rio de Janeiro. Foi amigo de infância de Donga e de Heitor dos Prazeres. Ficou célebre também por fazer ritmo raspando faca no prato. Compositor e parceiro de Pixinguinha, trabalhou em muitos regionais das rádios. Foi fiscal do cais do porto e seu depoimento fez a estreia do acervo do MIS.

João da Bahiana, Baden Powell e Pixinguinha:

E, para saber mais, leia o livro “Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo”, acesse a página do facebook ou entre em contato por e-mail (chorandonagaroa@gmail.com). A obra pode ser adquirida em dois sites, Freenote ou Loja Clássicos.