O melhor do Leste Europeu em 10 cidades
Região esconde algumas das mais belas cidades da Europa
Mochilão pela Europa é um rito de passagem para muitos jovens ao redor do mundo. Mas trata-se de um continente tão diverso que muitos acabam visitando apenas os destinos mais famosos, como Londres, Barcelona, Paris, Berlim, Amsterdã…
Ao não explorar a Europa mais a fundo, acabam perdendo parte do que o continente, especialmente a borda leste, tem a oferecer.
Se você está em busca de algo ligeiramente diferente –e, felizmente para o seu bolso, bem mais em conta– mochilar pelo Leste Europeu é “a” coisa a se fazer.
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Esqueça a visão de uma região de história atribulada, marcada por guerras e regimes comunistas linha-dura: o que você encontrará são paisagens exuberantes, regiões litorâneas idílicas, áreas de montanha especiais e uma arquitetura única. Some-se a isso a vida noturna agitada e uma vibrante cena artística. Viajar com uma mochila nas costas por ali é, agora, destino predileto entre muitos turistas com orçamentos mais enxutos.
É verdade que algumas cidades, como Praga e Cracóvia, já não são mais a barganha que foram um dia. Por outro lado, isso significa que aspectos como transporte, acomodação e entretenimento melhoraram nos últimos anos, deixando esses destinos totalmente preparados para receber mochileiros.
Várias companhias low cost voam para a região a partir das cidades europeias mais famosas. Depois de chegar, você pode explorar diferentes destinos viajando de trem. Se a ideia é usar bastante esse meio de transporte, compre as passagens (ou combos de passagens) pela InterRail ou Eurail. Uma alternativa, caso você vá fazer menos trajetos, é pagar pelos tíquetes avulsos nos trens regionais.
O site Hostelworld selecionou os 10 lugares mais legais para visitar no Leste Europeu. De cachoeiras a monastérios, passando por barcos-balada movidos a techno e ruas de paralelepípedos, você terá gratas descobertas pelo caminho.
Ljubljana, Eslovênia
A capital eslovena é uma das cidades mais bonitas da região. Encravada num vale alpino e cortada por dois braços do rio Ljubljanica, incentiva passeios a pé. As ruas de paralelepípedo estão cheias de bicicletas e estudantes –que formam um quarto da população da cidade. A cultura em torno dos cafés se estende para as calçadas nos meses mais quentes.
É essa atmosfera favorável à vida ao ar livre da Cidade Antiga que você deve explorar (ou seja: dê menos ênfase às grandes atrações, apesar de Liubliana ter boas galerias e museus).
Do ponto de vista arquitetônico, há uma boa mistura de pontes, prédios municipais e igrejas em estilo barroco na praça Prešernov. As edificações mais modernas do governo, na praça Kongresni (à margem esquerda do rio), completam essa diversa paisagem da cidade.
Por fim, nomeamos apenas alguns dos pontos mais legais a visitar: escale o simpático pico da montanha do Castelo de Liubljana; assista a um concerto ao ar livre no Teatro de Križanke; cruze a Dragon Bridge; e, se estiver por lá no inverno, recomendamos uma ida à estação de esqui local, Krvavec (a 30 minutos de carro do centro da cidade). Uma viagem aos magníficos lagos Bled ou Bohinj (que conta com um castelo digno de contos de fada ao lado) também são ótimos programas. Aqui, você pode praticar esportes aquáticos, caminhadas ou passeios de bike.
Mostar, Bósnia
A cidade foi dramaticamente afetada por estar na linha de frente da Guerra dos Bálcãs, entre Bósnia e Croácia. Sua ponte mais famosa, a partir da qual jovens rapazes saltavam para mergulhos como forma de afirmar sua entrada na vida adulta, foi totalmente destruída. Com isso, os moradores não conseguiam atravessar o rio –e muitas famílias acabaram separadas.
Hoje, no entanto, a ponte Stari Most está de volta e honra sua história –uma réplica idêntica foi erigida com base em fotos antigas. Uma boa oportunidade para visitar a cidade é durante a competição anual de mergulho, realizada em julho, quando se pode ver os esportistas lá embaixo.
A beleza de Mostar recai sobre o tom turquesa do rio, os minaretes elegantes e as construções de pedras brancas. As marcas da guerra, indeléveis, aparecem nos buracos de balas nas paredes e nos prédios parcialmente destruídos por bombardeios (que hoje convivem ao lado de cafés e lojas).
Não deixe de visitar as exuberantes cataratas de Kravice, próximas à cidade, que oferecem ótima oportunidade para nadar. Você pode ir de carro, ou pedir que seu hostel organize uma expedição ao local.
Zadar, Croácia
A porção histórica da cidade se complementa à Riva, um misto de escadaria e calçadão de deslumbrantes pedras brancas que se derruba sobre o mar. Ao final do dia, as pessoas se reúnem ali para assistir ao pôr do sol –famoso por ter sido considerado “o mais bonito do mundo” pelo diretor de cinema Alfred Hitchcock.
Para tornar a experiência ainda mais mágica, o Nikola Basic’s Sea Organ oferece uma trilha sonora para acompanhar o visual do cair da tarde.
A mágica por trás dessa instalação é causada pelo vai-e-vem da maré, que flui por uma série de túneis abaixo do nível do chão e produz uma miríade de sons poéticos –não se espante se encontrar pessoas com a orelha grudada no chão, extasiadas pela música.
Em seguida, caso você queira tomar alguns drinques, vá ao Garden Grow, um bar em estilo beduíno aberto por James Brown, baterista do UB40.
Uma vez experimentada a vida noturna local, você não precisa dedicar mais dias à estadia em Zadar. Se achar que já conheceu o suficiente, dê uma olhada no Soundwave Festival ou explore o arquipélago ao norte de Zadar –e pule de ilha em ilha para conhecer praias incríveis como Pag, Ugljan ou Dugi.
Belgrado, Sérvia
A cidade ainda está se firmando como um destino turístico, e é preciso algum esforço para descobrir o potencial local. Esqueça os quarteirões de prédios residenciais feiosos e foque sua atenção no coração de Belgrado, com suas praças arborizadas e igrejas antigas. É aí que reside a beleza local, sinal de uma cultura muito diversa e da rica história religiosa. Bom exemplo disso é o bairro de Skadarlija, que guarda semelhanças com Montmartre, em Paris.
O grande lance de Belgrado, no entanto, é sua intensa vida noturna. Durante o verão, algumas baladas ocorrem em barcos de até três andares. A cidade ganha uma outra vivacidade com ritmos techno e fãs do gênero se pintando com tintas fosforescentes em eventos ao ar livre –mas não se preocupe, se essa não for sua praia, você encontra refúgio em alguma casa noturna que fuja desse circuito.
Kiev, Ucrânia
Infelizmente, a Ucrânia se encontra envolvida em mais um enrosco político –é a má-sorte de estar encravada entre a Rússia e a Europa Ocidental. É triste, especialmente para um país tão bonito com um povo tão maravilhoso. De qualquer modo, em situações menos tensas, Kiev é uma cidade acessível e amável para os mochileiros.
Nos mercados próximos à praça da Independência, você pode garimpar itens soviéticos originais –como aqueles chapéus de pele com a estrela vermelha– e comer petiscos com apenas algumas moedas. Vale à pena subir a torre dos sinos da igreja mais antiga de Kiev, a Catedral de Santa Sofia, para contemplar a vista: dali se vê coberturas de prédios e cúpulas douradas espalhadas pela paisagem da cidade.
Para se aprofundar nos dias mais obscuros da história local, o Museu Chernobyl guarda documentos sobre o acidente nuclear fatal, enquanto o monastério de Pecherska Lavra reúne catacumbas que guardam macacos mumificados centenários.
Apesar de ser uma cidade muito legal, não recomendamos passar por lá enquanto os conflitos na Ucrânia persistirem. Com sorte, uma resolução pacífica e rápida dará conta de encerrar as atuais tensões e logo você poderá planejar sua passagem por lá e aproveitar tudo o que o país tem a oferecer.
Tallinn, Estônia
Vencedora do prêmio de Capital Cultural da Europa em 2011, Tallinn se colocou no mapa cultural garantindo uma extensa lista de eventos ao longo do ano: uma semana de música, um cinema ao ar livre, além de eventos como tour de caiaque pelo porto. A isso se soma um conjunto de ruas de paralelepípedo e impressionantes fortificações medievais que cercam a cidade em um muro.
Os alunos da Universidade de Tallinn realmente mantêm-na agitada, especialmente nos bares em porões (que se parecem cavernas), caso do millimallikas.
Suceava, Romênia
Ex-capital da Moldávia (um antigo principado europeu), Suceava é um local intrigante que, recentemente, passou por revitalização. Destoa dos demais destinos de mochileiros na Europa (algo comum na Romênia, afora os passeios do Drácula e a capital Bucareste), mas vale passar por ali para conferir as sete igrejas pintadas da Moldávia do Norte, localizadas na região. Esses monastérios únicos e belamente preservados são adornados por afrescos representativos da arte bizantina.
Para ver a cidade em seus melhores momentos, programe-se para sua viagem coincidir com a animada Feira de Peleteiros da Moldávia em meados de agosto, ou a Suceava Days, uma grande festa de rua organizada no final de junho. A área pode ser difícil de explorar em invernos mais severos –mas não use isso como desculpa para não ir, seria uma pena!
Cracóvia, Polônia
Cidade mais conhecida dessa lista, a Cracóvia se tornou um destino muito popular entre usuários do InterRail/Eurail e definitivamente se firmou como destino do Leste Europeu.
Os destaques incluem exemplares arquitetônicos de estilos que vão do gótico ao renascentista (com edifícios incrivelmente intactos mesmo depois da 2ª Guerra Mundial), o vibrante bairro judeu de Kazimieriz, o Castelo de Wawel e a excelente vida noturna –a cidade antiga concentra mais bares por quadra do que qualquer outro lugar do mundo.
Assim como Praga, a Cracóvia está tirando vantagem desse recém-descoberto apelo turístico, então prepare-se para preços mais altos do que no restante da região.
Inverno ou verão? É uma decisão difícil porque o Natal aqui oferece uma combinação pitoresca entre mercados cheio de vida e a bela camada de neve no topo dos prédios –mas, como no restante da Europa Oriental, é uma região melhor aproveitada nos meses mais quentes.
Kotor, Montenegro
A exemplo da Romênia, Montenegro é frequentemente ignorado por mochileiros viajando pela Europa. Mas com vistas espetaculares do fiorde mais profundo do continente, é difícil deixar Kotor de lado. Com uma população amistosa e vinhos locais baratos, você não pode se dar mal: confie na nossa dica e siga para cá.
A idílica baía de Kotor e a velha cidade portuária refletem o melhor de Montenegro. Com forte influência veneziana (a região foi conquistada pela república independente de Veneza –antes da unificação italiana e, portanto, muito tempo atrás) e um cânion pelo qual passa um rio vindo do mar Adriático, é fácil de entender porque o local foi escolhido Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
O Carnaval de verão sempre se mostra um grande acontecimento, com milhares de pessoas fazendo festa nas ruas.
Budapeste, Hungria
Separada pelo rio Danúbio, a cidade concentra a Oeste as montanhas de Buda e, a Leste, a região mais planificada de Peste, à margem do rio. Fanáticos por arquitetura podem se preparar: há bons exemplares barrocos, neoclássicos e art nouveau espalhados pela cidade, além das decadentes casas de banhos termais, herança da era de dominação turca.
Os museus e galerias da cidade podem fazer com que sua rotina seja um tanto atribulada, mas não esqueça que a cidade é igualmente animada durante a noite, especialmente durante o verão. Nessa época, os kerteks –jardins construídos para entretenimento– reúnem gente animada até o dia raiar. Há também um festival de sete dias de duração em agosto (Sziget Festival), ideal para amantes de todo tipo de música, desde que tenham também animação suficiente para aguentar a programação intensa.