Restaurantes de SP se unem para colocar comida na rua

Movimento “Botando Banca” une estabelecimentos comerciais que transformam suas calçadas em um pedaço de feira

24/04/2014 12:15 / Atualizado em 07/05/2020 10:23

A comida na rua sempre foi uma característica de São Paulo. Do pastel de feira ao acarajé, da mais simples à mais sofisticada, qualquer pessoa que se proponha a vender algo comestível na rua vai encontrar um público faminto.

O mapa reúne também a agenda das comidas e o manifesto do Botando Banca. Clique na imagem pára ampliar.
O mapa reúne também a agenda das comidas e o manifesto do Botando Banca. Clique na imagem pára ampliar.

Enquanto a comida de rua enfrenta uma celeuma na cidade, um grupo de restaurantes paulistanos resolveu se unir para ocupar as ruas, ou pelo menos as calçadas, com suas comidas. “Ainda não podemos vender comida na rua, mas podemos ocupar nossas calçadas”, é o que diz o manifesto do movimento, chamado “Botando Banca

A ideia surgiu dos restaurantes Tordesilhas, Suri Ceviche Bar, Obá Restaurante, AK Vila e da doceria La Vie en Douce, em parceria com a agência Coentro Comunica. Embora alguns já praticassem a venda de pequenas porções de comida na rua em dias específicos, agora o movimento pretende unificar a ocupação do espaço público e entrar para a agenda cultural gastronômica de São Paulo.

Foi criado um mapa e uma espécie de agenda que mostra quando e onde as bancas são montadas nas calçadas. É possível, por exemplo, comer acarajé nas quintas e ceviche aos domingos. As porções são feitas para se comer em pé, na mão e os preços variam entre R$6 e R$23.

Veja abaixo o manifesto e a agenda (com o mapa) das comidas.

Manifesto Botando Banca

“Queremos botar o pé pra fora, montar banca, estar na boca do povo

Em São Paulo a comida de rua está em crise, mas está em pauta. Hoje, até os políticos perceberam que precisam reformular as leis e regras que dificultam essa prática, quase clandestina. Todo país tem suas comidas de rua, representativas da cultura popular, uma importante manifestação urbana que se torna cartão postal. Além de uma alternativa acessível de alimentação fora de casa, essa é uma forma de ocupação da cidade e resgate da cidadania.

Em São Paulo, a atividade está desgastada, abandonada, e é vista pela população com reservas, embora resista. Mesmo assim as pessoas querem (re) tomar a cidade comendo, bebendo, dançando, fazendo festa, se manifestando! Nós, do Botando Banca, ainda não podemos vender comida na rua, mas podemos ocupar nossas calçadas. Decidimos, assim, oferecer produtos de boa qualidade para serem consumidos em pé, despretensiosamente, de forma a promover essa cultura, tão difundida por todo o mundo.

Por isso, defendemos:

·       A comida de rua é e deve ser legal.

·       A comida de rua deve ser de qualidade

·       A comida de rua deve ser barata.

·       A comida de rua deve gerar emprego e renda.

·       A comida de rua deve receber apoio de políticas públicas para seu aprimoramento e regulamentação.

·       A comida de rua deve ser variada e representar a diversidade cultural de São Paulo.

·       A comida de rua é uma forma alegre de ocupar a rua e gerar segurança.

·       A comida de rua deve estar na rua, nas praças, nos parques, na frente de bares e restaurantes. Vamos ocupar a cidade!”

Onde e quando comer na rua

AK na Rua

Diariamente, nos horários do restaurante

Falafel no pão e outros quitutes (R$7 a R$23)

Rua Fradique Coutinho, 1240

Domingo Cevichero

Todo último domingo do mês, das 18h às 21h

Ceviches (R$12 a R$15)

Rua Matheus Grou, 488

Obá na Calçada

Toda última quinta do mês, das 18h às 21h

Tostadas, acarajés e outros quitutes (R$10 a R$15)

Rua Melo Alves, 205

Hypadinhas da Carole

Sábados

Raspadinhas (R$6 a R$12)

Rua da Consolação, 3161

Tem Tacacá na Tietê

Primeira quinta do mês, das 17h às 20h

Tacacá (R$13 a R$17)

Al. Tietê, 489

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