Três dias em Aveiro, a Veneza portuguesa
O norte de Portugal reserva boas surpresas e uma delas é Aveiro. Conhecida como a Veneza portuguesa, a cidade possui canal, moliceiros, bicicletas gratuitas e um litoral charmoso. Veja onde se hospedar, comer e o que visitar nesse lugar que é um encanto
Primeira noite
Saindo de Coimbra, chegamos em Aveiro em menos de uma hora. Estava noite e garoando, mas só de ver o canal e os moliceiros (uma espécie de gôndola) fiquei encantada pela cidade e com a sensação de que toda aquela chuva de Braga que derrubou o ânimo e a correria de Guimarães seriam situações esquecidas, deixadas no passado e uma bela estadia em Aveiro nos aguardava. Não poderia estar mais certa.
Fizemos reserva no Welcome In e ele está agora no meu top 3 melhores hostels em que já fiquei hospedada. É simplesmente incrível. Pagamos 28 euros por duas diárias e, pode olhar as fotos do site, tudo aquilo é verdade, sem enganação. O café da manhã não estava incluso, mas, como o local também é um hotel tradicional, o tratamento é muito mais formal, as instalações sofisticadas e as camaratas, como eles chamam os quartos coletivos, possuem banheiro privado para as seis pessoas que cabem no espaço e são equipados com secador de cabelo (selo Maya aprova esta facilidade) e duas duchas.
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A decoração dos ambientes também me deixou impressionada e o espaço do bar e a cozinha são ótimos locais para reunir a turma. Mas, como disse, o local também é um hotel, então, nada de muito barulho na área comum pois não só de mochileiros é formada a clientela de lá.
Com a fome apertando perguntamos para o recepcionista uma sugestão de lugar para jantar e ele comentou, entre outros restaurantes, sobre o Pizzarte. Tão hypster com seu jogo de xadrez gigante, barbudos e meninas alternativas, tão requintado para os padrões restaurante da esquina com menu combinado que vinhamos comendo a viagem toda, ah o Pizzarte. Percebemos então que sim, estávamos ostentando aquela noite e, depois de vermos um anuncio em um dos menus que dizia “Sou chic”, adotamos a frase para a noite e até vinho pedimos.
Cada um pediu uma massa e Juan foi o único que pediu pizza mesmo. Mas tudo estava incrível, e, surpreendentemente, custou mais ou menos 8 euros por pessoa, com o preço do vinho incluído. Ah nossa primeira noite em Aveiro, dou risada só de lembrar o quão animada estava com tudo aquilo. Pobre não pode ter um pequeno luxo que logo fica deslumbrado.
Saímos rindo em direção a Praça do Peixe, local onde os bares estão concentrados mas, não se assuste se, às 3h da manhã a música acabar e você ser convidado a se retirar, é assim que funciona em Aveiro, as coisas fecham cedo e, para festeiros como essa turminha, isso foi um pouco frustante. Voltamos para o hostel e o dia seguinte guardava boas surpresas.
Segundo dia
O combinado era irmos numa reserva natural que tem próxima a cidade, mas acordamos tarde e precisávamos almoçar. Depois de andar pelas ruazinhas próximas a Praça do Peixe paramos no restaurante Ferro, que possuía menu combinado. O barato saiu caro, a comida não era boa e cada um morreu em mais ou menos 8 euros lá também. Antes tivéssemos voltado ao Pizzarte (suspiros)
Resumindo, não dava mais tempo de ir até a reserva então resolvemos pegar umas Bugas e passear pelo canal principal da cidade. As Bugas são as bicicletas que Aveiro disponibiliza, gratuitamente, a todos que quiserem conhecer a cidade em cima de uma magrela. Basta deixar um documento de identidade, pode ser carteirinha escolar ou qualquer coisa do gênero e devolver a bicicleta antes do fim do expediente do ponto de retirada, que nosso caso seria às 18h.
E, depois de uma tarde com tantas aventuras, resolvemos sair mais cedo do hostel e fazer um pub crawl por conta própria na Praça do Peixe e, com cada um pagando uma rodada, fomos em quatro bares de estilos diferentes, que chegavam a cobrar 3 euros (!) por (fracos) shots. Ainda assim deu para se divertir, dançar e dar risada.
Terceiro dia
Na tarde seguinte lá fomos nós para a praia de Costa Nova, uma das mais faladas de Aveiro e que me deixou um pouco decepcionada.
Convenhamos que outubro não é um mês assim de mega calor e que a temporada de férias de verão já tinha acabado fazia um tempo, mas, ainda assim, eu tinha ouvido falar tanto de lá, das casas listradas, a ida até lá estava no meu caderninho, que eu acabei convencendo todo mundo que seria uma boa ideia dar uma passada por lá. Foram 3,75 euros de ônibus ida e volta, uns vinte minutos dentro do ônibus, quarenta na praia e voltamos para o centro de Aveiro.
Se você já ouviu falar de Costa Nova e está louco para conhecer as casinhas listradas, veja as minhas fotos e, estando em Aveiro, vá para a praia da Barra que, descobri depois, é mais agitada e possui quiosques, mercadinhos e guarda-sóis. Ainda assim, deu para ficar pertinho do mar, relaxar um pouco, pensar na vida e meter o pé na areia.
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