Vik Muniz faz barco de papel gigante para discutir naufrágios de imigrantes
As mortes recentes de ao menos 900 imigrantes no mar Mediterrâneo após naufrágios de embarcações chamaram a atenção de todo o mundo. Para que a questão não perca a relevância que tem, uma obra do artista brasileiro Vik Muniz promete dar uma mãozinha.
Muniz criou, para a 56ª edição da Bienal de Veneza, um barco de papel gigante, que vai navegar pelos canais da cidade com a causa do tráfico de pessoas.
A obra se chama Lampedusa, nome da ilha italiana em que uma das embarcações virou e matou, em 2013, 360 imigrantes vindos da Líbia.
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Ela foi feita a partir de uma estrutura de madeira por artesãos de Veneza, com 45 pés, do tamanho dos vaporettos tradicionais da cidade. Para cobrir a estrutura, será usada uma reprodução gigante de um jornal italiano que repercute a morte dos imigrantes na ilha.
O artista é conhecido pelo uso de materiais improváveis em suas obras e também por se engajar em causas sociais.
Lampedusa tem dividido opiniões da mídia europeia. Há críticos que defendem a obra como uma forma de manter o tema em discussão e outros que veem no barquinho uma banalização do problema do tráfico de pessoas.
Em entrevista ao “My Art Guides”, Muniz diz ter feito uma “metáfora”: “O projeto é uma metáfora para um navio, algo que te salva, te leva de um lugar para outro”.
“Não é uma crítica. É uma plataforma. Uma vez que você já viu e já pensou sobre isso, você pode ter a necessidade de discutir o assunto”, afirma.
Abaixo, uma apresentação de Lampedusa, que navegará por Veneza a partir de 9 de maio, abertura da Bienal.