Aerossóis mudam o clima e a saúde
Não estamos falando aqui de latinhas de sprays: para os cientistas, aerossóis são toda e qualquer pequena partícula, sólida ou líquida, de diferentes tipos, suspensa no ar. São pequenas mesmo – as partículas consideradas grandes podem ter a espessura de um fio de cabelo. Mas, apesar do tamanho diminuto, elas têm grande influência no clima e mesmo em nossa saúde.
Por exemplo, aquela camada cinza ou marrom de poluição que paira sobre as grandes cidades, principalmente após muitos dias sem chuvas, é formada por aerossóis que saíram com a fumaça de veículos movidos a combustíveis fósseis ou de usinas e fábricas que queimam carvão.
Quem analisa a poluição do ar, por exemplo, mede o volume ou quantidade de materiais particulados e outras substâncias nocivas presentes no ar das cidades. Essas partículas podem causar graves problemas respiratórios e cardíacos nas pessoas.
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Outros tipos de aerossóis, consideradas de fontes naturais, são partículas lançadas por erupções vulcânicas, poeira do deserto, sal do mar e partículas vindas de queimadas em florestas.
Todos esses aerossóis podem subir para diferentes altitudes, e, dependendo dos ventos e correntes de ar, viajar por milhares de quilômetros, ainda que não permaneçam suspensos por muito tempo.
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Os aerossóis também têm uma relação importante com as mudanças climáticas, pois, dependendo do que eles são compostos, têm a capacidade de refletir ou absorver luz e calor do sol. Quando refletem, têm o poder de resfriar a temperatura. E, quando absorvem o calor do sol, esquentam o ar e impedem a formação de nuvens.
E, por falar em nuvens, os aerossóis também têm um outro papel fundamental: é em volta das pequenas partículas que o vapor de água se condensa, formando as nuvens, que cobrem 60% do planeta a qualquer momento. Por isso o volume ou o tipo de partícula presente na atmosfera pode afetar o regime de chuvas, diminuindo os níveis de precipitação, ou mudar os padrões dos ventos e circulação do ar.
Há ainda as partículas que reagem quimicamente com outras substâncias na atmosfera, como é o que ocorre com o gás CFC (clorofluorcarbono). Na década de 1970, descobriu-se que a grande quantidade de CFC lançado na atmosfera, por conta do uso de sprays ou de sistemas de refrigeração, estava abrindo um grande buraco na camada de ozônio. Esse conhecimento deu origem a um acordo mundial (Tratado de Montreal, de 1987) para eliminar o uso desse tipo de substância e promover a regeneração da camada.
Como se vê, os aerossóis são muito variados e um desafio para a elaboração de modelos climáticos. A agência espacial norte-americana, Nasa, estuda os diferentes tipos de aerossóis e outros gases e aspectos relacionados ao clima, com o uso de satélites e equipamentos terrestres. A agência produziu diversos vídeos didáticos que explicam isso tudo em linguagem simples (em inglês). Os vídeos estão reunidos nesta página.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.