Arquiteto premiado constrói casas para refugiados

Em parceria com qsocial
08/02/2018 07:45

O arquiteto japonês Shigeru Ban, conhecido por fazer construções de papel, está se dedicando a mais um projeto social relevante: 20 mil casas para refugiados de Kalobeyei, no noroeste do Quênia, todas de baixo custo e ambientalmente corretas.

Vencedor do prêmio Pritzker Architecture 2014, o Oscar da arquitetura, o profissional minimalista também é conhecido por usar materiais reciclados em suas construções de emergência, como papelão, madeira, tubos de papel e plásticos.

Não à toa, há duas décadas, o japonês se dedica a visitar locais prejudicados por acidentes e desastres naturais para entender as necessidades das vítimas e construir obras comunitárias à população.

Em seu histórico, estão construções de abrigos de refugiados em Ruanda, após o genocídio de 1994, e no Nepal, após o terremoto de 2015.

O arquiteto também criou casas de papel reciclado no Japão, na Turquia e na Índia.

Repartições feitas de tubos de papel e cortinas para receber famílias desabrigadas de um terremoto em Camerino, na província de Macerata, na Itália, em 2016
Repartições feitas de tubos de papel e cortinas para receber famílias desabrigadas de um terremoto em Camerino, na província de Macerata, na Itália, em 2016

No Quênia, Ban está trabalhando em parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas) para projetar habitações ecologicamente corretas e simples o suficiente para que a população mantenha e replique seu modelo. “Meu objetivo é usar materiais ecológicos disponíveis nos arredores e contar com a contribuição da comunidade de refugiados na concepção do design”, afirma.

Em Kalobeyei, no entanto, o arquiteto terá desafios particulares para desenvolver o projeto. Devido à chegada em massa de refugiados, as paredes de muitas casas começaram a se desgastar. A falta de água, o calor, o desmatamento e as enchentes são entraves que devem ser consideradas.

Segundo a organização, atualmente há 400 mil refugiados no local, quantidade que, infelizmente, ainda deve aumentar. Somente em 2017, 17 mil pessoas chegaram a esta região do Quênia.

Abrigos com banheiros individuais construídos para vítimas de um terremoto em Manta, no Estado de Manabí, no Equador, em 2016
Abrigos com banheiros individuais construídos para vítimas de um terremoto em Manta, no Estado de Manabí, no Equador, em 2016

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Casas temporárias feitas de madeira para famílias desabrigadas, após terremoto em Kumamoto, na ilha de Kyushu, no Japão, em 2016
Casas temporárias feitas de madeira para famílias desabrigadas, após terremoto em Kumamoto, na ilha de Kyushu, no Japão, em 2016

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.