Ativista carrega por 30 dias todo lixo que produziu
Muito se fala que o lixo que uma pessoa gera diz muito sobre ela. Porém, raramente alguém se demora na contemplação dos próprios descartes ou leva uma foto deles para a analista. Rob Greenfield, de 31 anos, foi além: o ativista ambiental resolveu carregar durante 30 dias todo o lixo que produz um americano-padrão para provocar um impacto visual transformador ao seu redor.
E estamos falando aqui de cerca de 2 quilos por dia, que é o peso médio do que o americano joga fora. Para atingir seu intento, Greenfield adotou, durante um mês, o estilo de vida de um estadunidense-padrão.
Sabe aquela embalagem do sanduíche do fast-food? Nada de dispensá-la nos recipientes da lanchonete. Pelas regras do projeto, batizado de Trash Me – que pode ser traduzido como destrua-me, mas que dá a ideia de vinde a mim todo lixo –, Greenfield não podia se desfazer de nenhum resíduo que gerasse.
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Assim, passou a manter, em sacolas plásticas acopladas a seu corpo, tudo aquilo de que em geral nos livramos rapidamente, dos canudinhos plásticos e copos do Starbuck’s aos folhetos de propaganda que recebemos na rua.
A aventura acumulativa foi registrada em vídeo, pelas lentes dos cineastas Zach Ingrasci e Chris Temple, diretores de “Vivendo com um dólar”, em que amigos vão para a Guatemala com a proposta de passar dois meses se virando com pouco mais de R$ 3 por dia, e de Gary Bencheghib, que colhe depoimentos inspiradores de pessoas que promovem mudanças ao redor do mundo.
Rob Greenfield também criou um blog para o projeto, no qual podemos acompanhar a progressiva “engorda” visual das sacolas plásticas incorporadas ao vestuário do ativista.
No relato do 11º dia, por exemplo, ele conta que começava a ser reconhecido em toda a região de Manhattan. “Ontem, uma menina me disse no metrô que havia pensado em mim enquanto comia seu lanche, preocupada com o lixo que estava produzindo”, escreveu. “As pessoas estão inspiradas.”
A imagem de Greenfield envolto em 40 quilos de lixo ao final de um mês de “peregrinação” – quantidade abaixo da média da população dos EUA, aliás – certamente não é um incentivo de se jogar fora para adotar um estilo de vida que minimize os descartes originados.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.