Ativista carrega por 30 dias todo lixo que produziu

Em parceria com qsocial
22/02/2018 07:00 / Atualizado em 06/07/2018 18:47

Muito se fala que o lixo que uma pessoa gera diz muito sobre ela. Porém, raramente alguém se demora na contemplação dos próprios descartes ou leva uma foto deles para a analista. Rob Greenfield, de 31 anos, foi além: o ativista ambiental resolveu carregar durante 30 dias todo o lixo que produz um americano-padrão para provocar um impacto visual transformador ao seu redor.

E estamos falando aqui de cerca de 2 quilos por dia, que é o peso médio do que o americano joga fora. Para atingir seu intento, Greenfield adotou, durante um mês, o estilo de vida de um estadunidense-padrão.

Sabe aquela embalagem do sanduíche do fast-food? Nada de dispensá-la nos recipientes da lanchonete. Pelas regras do projeto, batizado de Trash Me – que pode ser traduzido como destrua-me, mas que dá a ideia de vinde a mim todo lixo –, Greenfield não podia se desfazer de nenhum resíduo que gerasse.

No terceiro dia do acúmulo voluntário, Rob carregava 3,6 kg de lixo
No terceiro dia do acúmulo voluntário, Rob carregava 3,6 kg de lixo

Assim, passou a manter, em sacolas plásticas acopladas a seu corpo, tudo aquilo de que em geral nos livramos rapidamente, dos canudinhos plásticos e copos do Starbuck’s aos folhetos de propaganda que recebemos na rua.

A aventura acumulativa foi registrada em vídeo, pelas lentes dos cineastas Zach Ingrasci e Chris Temple, diretores de “Vivendo com um dólar”, em que amigos vão para a Guatemala com a proposta de passar dois meses se virando com pouco mais de R$ 3 por dia, e de Gary Bencheghib, que colhe depoimentos inspiradores de pessoas que promovem mudanças ao redor do mundo.

Rob Greenfield “engordou” 40 kg em um mês
Rob Greenfield “engordou” 40 kg em um mês - ©Jerm Cohen

Rob Greenfield também criou um blog para o projeto, no qual podemos acompanhar a progressiva “engorda” visual das sacolas plásticas incorporadas ao vestuário do ativista.

No relato do 11º dia, por exemplo, ele conta que começava a ser reconhecido em toda a região de Manhattan. “Ontem, uma menina me disse no metrô que havia pensado em mim enquanto comia seu lanche, preocupada com o lixo que estava produzindo”, escreveu. “As pessoas estão inspiradas.”

A imagem de Greenfield envolto em 40 quilos de lixo ao final de um mês de “peregrinação” – quantidade abaixo da média da população dos EUA, aliás – certamente não é um incentivo de se jogar fora para adotar um estilo de vida que minimize os descartes originados.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.