Casa anfíbia sai do chão para se proteger contra enchentes
Aqui no Brasil também conhecemos essa dura realidade: a tempestade cai e as águas sobem inundando ruas e causando estragos nas vizinhanças. Quem dera as construções pudessem ser como as calças, cujas pernas dobramos para cima a fim de que não se molhem em uma enxurrada. Pois é mais ou menos assim que funciona a casa anfíbia: ela sai do chão para se proteger contra as enchentes.
Mas não se perde na correnteza, graças a estruturas como a desenvolvida por Elizabeth English, professora associada da Universidade de Waterloo, no Canadá.
Ela é criadora do projeto Buoyant Foundation, organização que surgiu em 2007 com o intuito de estabelecer estratégias contra o rastro de destruição deixado por inundações em Nova Orleans, cidade do Estado de Luisiana, nos Estados Unidos.
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O modelo anfíbio que a fundação arquitetou é dotado de uma armação que se apoia em postes verticais. Em condições normais, a casa fica no chão. Quando as águas avançam, no entanto, uma plataforma móvel instalada em sua base a desloca para cima, sustentada pelos pilares, evitando que a construção seja inundada. Esses aparatos não causam grandes mudanças na aparência da moradia.
A plataforma pode ser constituída de concreto e espuma, mas o projeto Buoyant Foundation já utilizou materiais alternativos em sua confecção. Em uma casa que ergueu em Dhaka, Bangladesh, o suporte é um quadro de bambu preenchido com 8.000 garrafas PET recicladas.
A organização também já produziu unidades de baixo custo para comunidades vulneráveis na Nicarágua e na Jamaica. Pesquisa ainda soluções para populações indígenas em áreas costeiras da Luisiana e do Canadá.
Há estimativas de que uma casa anfíbia seja de 20% a 25% mais cara que uma convencional, investimento que seria compensado pela redução nos gastos com seguro contra enchente – e também ao minimizar o risco de perdas materiais e afetivas pela passagem das águas.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.