Cientistas transformam gás carbônico em energia elétrica
Sistema também gera gás de hidrogênio, que pode ser usado como combustível, e ajuda a eliminar o CO2
O dióxido de carbono (CO2) – um dos principais Gases de Efeito Estufa, que provocam as mudanças climáticas – ganhou uma nova utilidade. Pesquisadores da China, da Coreia do Sul e dos Estados Unidos desenvolveram uma tecnologia limpa para transformar gás carbônico em energia elétrica e hidrogênio.
O estudo partiu do conhecimento de que o CO2 é absorvido pelos oceanos. Neles, o gás se transforma, dando origem a uma reação eletroquímica.
Isso porque o CO2, em meio aquoso, é hidratado e resulta em ácido carbônico (H2CO3). Esse composto, por sua vez, é dissociado em prótons de hidrogênio (HCO3 + H+).
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A inovação do estudo está em juntar essa equação com metal de sódio (Na) oxidado, o que gera energia elétrica (Na+HCO3-). E o gás hidrogênio dissociado (H+) é uma fonte de energia limpa, que pode ser utilizada como combustível.
Assim, os cientistas desenvolveram uma espécie de célula combustível de Na-CO2 com base na dissolução de CO2.
A descoberta dá um passo além nas tecnologias CCS (do inglês Carbon Capture and Storage), baseadas no sequestro das emissões de carbono e na sua conversão em materiais ambientalmente seguros e úteis.
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A pesquisa que deu origem à tecnologia, batizada como célula híbrida Na-CO2, foi desenvolvida por professores da Ulsan National Institute of Science and Technology (UNIST), na Coreia do Sul, da Nanjing University of Information Science and Technology (NUIST), na China, e do Georgia Institute of Technology, nos Estados Unidos.
O Global CCS Institute, organização internacional com atuação em mudanças climáticas, chama esse tipo de tecnologia de CCUS – captura, utilização e sequestro de carbono –, e considera que esta é a opção mais eficaz disponível para reduzir as emissões e, assim, atender às metas mundiais relacionadas ao clima.
Emissões de CO2 cresceram em 2018
Embora o dióxido de carbono ocorra naturalmente na atmosfera do planeta, seu excesso é prejudicial. Ele é produzido, entre outros, na pecuária e na queima de combustíveis fósseis.
Em 2018, foram produzidas 37,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, um recorde histórico. Esse volume representa um aumento de 2,7% da quantidade emitida em 2017, segundo o levantamento do Global Carbon Project, que reuniu 76 cientistas de 15 países.
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