Cientistas desenvolvem embalagens para comida fáceis de reciclar
Trabalho da Universidade de Pittsburgh foi vencedor de um prêmio na categoria “tornar reciclável a embalagem não reciclável”
Embalagens para comida dificilmente são recicladas, porque é muito trabalhoso separar as várias camadas de diferentes materiais usadas nelas. A solução para esse desafio, encontrada por cientistas da Universidade de Pittsburgh, foi criá-las com um único material.
Por meio da nanoengenharia, os pesquisadores mexeram na estrutura do polietileno, um plástico fácil de reciclar, para que ele imitasse as propriedades encontradas em materiais como PET e alumínio, normalmente usados para formar os revestimentos das embalagens.
Essas camadas desempenham funções importantes, como bloquear a entrada de raios ultravioleta, conservar o alimento ou reter a tinta usada para colocar cores, nome e outras informações do produto.
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Mas como suas propriedades químicas não são alteradas, e ele continua sendo polietileno, a embalagem não precisaria mais passar pela etapa de separar as camadas.
Segundo os cientistas, com essa tecnologia seria possível até dar diferentes cores à embalagem, sem o uso de pigmentos.
O trabalho da Universidade de Pittsburgh foi uma das vencedoras de um prêmio da Fundação Ellen McArthur para os Desafios da Economia Circular, na categoria “tornar reciclável a embalagem não reciclável”.
Economia circular é aquela em que os resíduos de um produto viram insumo para novos produtos. É um conceito diferente da tradicional economia linear, onde o destino final de um produto é o lixo.
A embalagem é um dos itens que mais dificulta a criação dessa economia circular. A cada ano, mais de 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos mares do mundo, segundo a organização Plastic Oceans Foundation.
Embalagens para comidas e bebidas estão entre os cinco tipos de lixo mais encontrados em praias e regiões costeiras.
Para os cientistas, a tecnologia que desenvolveram pode ajudar, entre outras possibilidades, no surgimento de novos padrões para plásticos de qualidade e recicláveis.
Os vencedores desse prêmio também ganham o acompanhamento, por um ano, de um programa, feito em conjunto com a aceleradora “Think Beyond Plastic”, para dar escala a essas ideias, tornando-as comercializáveis.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.