EUA constroem sua primeira cidade movida apenas por energia solar
Criada do zero, uma nova cidade da Flórida, chamada Babcock Ranch, foi pensada para funcionar apenas com energia solar. Será a primeira desse tipo nos Estados Unidos, afirmam seus idealizadores.
A área onde encontra-se Babcock Ranch era inicialmente parte de um grande rancho, cujas terras foram compradas por um ex-jogador de futebol americano, Syd Kitson.
Ele vendeu quase todo o terreno para o governo, para preservar a vida selvagem, mas reservou 20% para construir a nova cidade. Ela tem o tamanho equivalente à ilha de Manhattan, em Nova York.
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A ideia é que a cidade abrigue cerca de 50 mil habitantes e seja autossustentável, com zero emissões de gases de efeito estufa. Para isso, conta com 300 mil painéis fotovoltaicos, instalados em uma área de 440 acres.
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Os painéis geram 74,5 megawatts de energia, o suficiente para atender cerca de 15 mil residências. As emissões evitadas são o equivalente a retirar 12 mil carros das ruas por ano.
Embora haja a expectativa inclusive de enviar a energia sobressalente para outras cidades, um desafio que permanece é o do espaço para armazenar a energia gerada. Pelo menos por enquanto, à noite e em dias nublados, a cidade utiliza gás natural e energia nuclear (que é considerada limpa, por ser zero emissões).
O transporte conta com ônibus autônomos (sem motorista) e bicicletas compartilhadas. Para a irrigação, será usada água oriunda de jardins de chuva, que são áreas verdes com plantas que filtram a água naturalmente.
A cidade tem um centrinho com escola, restaurantes, lojas, mercado de produtos cultivados localmente e espaços para reuniões e encontros externos e internos. E até uma incubadora para negócios e empreendimentos locais.
A previsão é a construção de 19.500 residências, desde as mais em conta até as mais luxuosas.
A cidade segue algumas diretrizes que envolvem aproveitamento de luz natural, ventilação e resfriamento passivos (naturais), com o cuidado, por exemplo, com o posicionamento de janelas nas construções.
Também buscará promover uma vida mais orientada no convívio em comunidade, como priorização de pedestres, varandas de frente para a rua e que garagens não dominem a paisagem das ruas.
Os primeiros moradores chegaram à cidade em janeiro e um lago local foi batizado com seu nome. O valor dos imóveis começa em torno de US$ 190 mil (cerca de R$ 616 mil) e uma das exigências é que as casas obtenham uma certificação de construção sustentável.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.